VII - Projeto Fôlego Cristalino (Parte 2)

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Os dois ficaram incrédulos ao mesmo tempo. Consegui usar do medo deles como meu trunfo. Armas secretas, sem mais fraquezas, eles não tinham mais o que fazer, seriam derrotados ou deveriam se render.

- Assim não dá, Eivor! - Goldschmidt que antes estava animado e confiante esbravejou preocupado.

- Argh... O que esse cara tem? Ele não é mesmo o antigo projeto? - Eivor comentou me analisando.

Eu não queria lhes dar uma chance de fugir, então eu fui direto ao ponto.

- Ha, já cansaram?

E avancei num salto, mirando um soco contra Eivor. Acertei seu rosto pois ele estava com a guarda baixa. Sua máscara não quebrou, parecia flexível.

Ele tentou se esquivar para trás para fugir dos próximos golpes, mas falhou. O acertei mais duas vezes na têmpora, e uma terceira no estômago. E Goldschmidt nem se mexeu para me deter.

Quando Eivor se curvou de dor, dei uma cotovelada em suas costas, lhe fazendo cair no chão.

- Ora seu... - Goldschmidt finalmente decidiu fazer alguma coisa, começou a pegar fôlego para cuspir lava em mim.

- Não pense que esqueci de você! - Lancei uma rajada mais forte de nitrogênio e bloqueei o ataque com uma jatada desajeitada. Goldschmidt caiu no chão com a explosão.

De repente, quando eu estava achando que tinha controle da situação, novamente senti aquela náusea forte.

Me curvei abraçando o estômago tentando segurar a ânsia, desejei levar a mão à boca mas o capacete atrapalhava. Tive que me virar de costas e abrir o visor do capacete, só o suficiente para vomitar.

O que saiu de mim era branco, gelado e se desfazia em vapor frio ao congelar o piso molhado ao meu redor.

- Ah, eu entendi então... Você é o próprio tanque de nitrogênio? Então não é mesmo mais um herói de potássio? - Eivor deduziu.

Ajeitei o visor e voltei a encará-los.

- Eu ainda sou aquele que vai prendê-lo! - Acabou que minha voz saiu meio rouca pois ainda estava ofegante pelo enjoo.

Quando me virei, os dois já estavam se levantando do chão, se entreolhando e depois olhando pra mim de volta. A convicção deles retorna em suas expressões, apesar de exaustos.

O medo e a dúvida já não eram mais meu trunfo.

- Eivor. Estamos perdendo tempo - Goldschmidt estralou o pescoço, alongando-se para um segundo round - Você tem que ir. Deixa ele comigo.

- Tem certeza?

Eu intervi naquela conversa, apontando-lhe os jatos danificados em minhas manoplas.

- Ninguém vai a lugar nenhum!

Goldschmidt correu direto até mim, se pondo na frente de Eivor. Baforou chamas enormes que giravam como um de labaredas. Enorme, não foi um ataque que eu já tenha visto ele usar antes, era assustador, mas não tão quente quanto sua lava.

Os jatos prejudicados não iriam pegar por toda aquela magnitude de chamas. Tive um curto segundo pra pensar em como me defender.

Esquivar? Talvez eu não conseguisse, aquilo pegaria uma grande área.

Bom, eu estava com um grande rombo em minha armadura, bem no peito. E como haviam adivinhado sobre meu suporte de nitrogênio, não vi escolha se não provar que estavam certos.

Da minha pele consegui lançar o jato, mas não tão forte pois não havia controle de pressão como nos canos acoplados na minha manopla. Mas foi bom pois se espalhou tanto quanto as chamas.

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