Drinques e uma dose de melancolia

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17🦇08🦇1950


🦇 Maldito Diário,


Você não adora festas?... Eu nunca me canso delas! Infelizmente não é fácil encontrar festas que valham a pena em tempos tão conservadores... Não é como no século XVI, quando, ao ser transformada, descobri todo um submundo de diferentes tipos de monstros.

Hoje em dia é praticamente impossível encontrá-los. Para a sua própria segurança, todos aqueles que não conseguem disfarçar sua monstruosidade tão bem quanto eu, precisam viver isolados em terras praticamente inabitadas pelos mortais, de modo que festas de monstros, como as que eu costumava frequentar em meus tenros trinta anos, tornaram-se impraticáveis...

Mesmo assim, eu ainda consigo encontrar outros monstros como eu, aqui e ali nas raras festas mais ousadas que os humanos fazem... o que, por si só, já me é imensamente divertido! Já conheci alguns seres imortais bastante interessantes e até fiz amizades com alguns deles; sou bastante seletiva com as criaturas que aceito ter em minha "morte vida"...

Um deles é Bruce Moris, um nome totalmente inventado por ele mesmo sendo que já nasceu monstro e apenas possui, entre outros poderes, o de mudar a sua aparência de um gosmento ser humanoide para um humano normal num piscar de olhos.

Como eu posso explicar a personalidade desse ser tão peculiar?... Bem, em primeiro lugar, ele vem de uma longa linhagem do que você identitária como "bichos papões" (bogeyman em inglês).

Nem tente me perguntar a origem de um ser como esses; na festa em que nos conhecemos eu fiz lhe essa mesma pergunta e tive que virar a noite ouvindo Bruce discursar sobre a complexidade da existência além desta realidade...

Mesmo após essa terrível primeira impressão, nossa amizade floresceu, muito pela insistência de Bruce que, por fim, provou ser de fato um amigo fiel, sem falar, absolutamente assexual...

Desde então, gostamos de nos encontrar nas festas mais próximas de serem bizarras criadas pelos mortais nos arredores desta cidade, e é sempre uma noite adorável quando estamos juntos a nos divertir à custa dos humanos ou "humenos", como costumamos chamá-los pelas costas...

Oh, não me olhe assim, maldito diário!... Não fazemos nada de tão errado assim... Eu, às vezes, hipnotizo alguém que já estava se comportamento de modo indevido fazendo-o derramar seu drinque na própria roupa, já o Bruce, prefere fazer grupos inteiros de ricos esnobes ficarem paranoicos, fazer outros terem alucinações é um dos seus poderes mais peculiares do qual poucos têm conhecimento...

 Eu, às vezes, hipnotizo alguém que já estava se comportamento de modo indevido fazendo-o derramar seu drinque na própria roupa, já o Bruce, prefere fazer grupos inteiros de ricos esnobes ficarem paranoicos, fazer outros terem alucinações é um dos...

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Numa dessas noites, eu quase ressuscitei ao ver a reação de um senhor muito convencido acreditando estar vendo um dinossauro bem no meio da sala....

Na última noite, festejamos até o dia raiar. Na festa em que estávamos havia muita música além de excelentes drinques, de modo que todos os mortais ali já mal se pareciam tão diferentes de nós e pudemos todos dançar ao som do animado Jazz como se fossemos todos da mesma espécie...

Apesar de toda a diversão que tivemos, algo muito estranho aconteceu comigo; ao voltar para casa, senti-me... como devo dizer... vazia, talvez? Foi um sentimento deveras peculiar, e essa é a primeira vez que uso tal palavra me referindo a uma coisa ruim...

Por alguma razão lembrei-me de Alfredo Smith. De como sorria da forma mais humanamente embaraçosa possível em nosso segundo encontro. Bem, talvez seja a consequência de tanta diversão; vir sempre seguida por uma boa dose de melancolia... 🦇


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