Faíscas

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Nota da autora:Olá! Os capítulos estão sendo repostados após uma Luna altamente irritada ter excluído a FanFic hahaha

Apenas um pequeno detalhe: essa é uma FanFic LGBT, então o foco será em personagens LGBT, se não gosta, é só não ler 🙃 (recebi um comentário muito chato no Spirit sobre isso)

Enfim, tenham uma boa leitura!

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Naquela noite, Marissa sonhou com tempestades sangrentas numa floresta feita de gelo escorregadio. Em seu pesadelo, ela tentava escapar, subindo nas árvores geladas, porém seu corpo não conseguia sustentar naquela altura e ela se via caindo de volta para o chão, ao lado do corpo sem vida de Ivy... sua amada Ivy... e foi esse nome que ecoou em seus lábios quando ela acordou gritando, e em questões de segundos a porta se abriu.

– Marissa! – Kenna adentrou no quarto, vestindo nada mais do que uma camisola branca fina que destacava suas curvas e a beleza de seu ser. Ela havia dormido no mesmo quarto que Elara, provavelmente para aproveitar o máximo de tempo que tinha com a amante sem as pessoas descobrirem. Em questão de segundos, ela estava sentada na cama, segurando o rosto da garota em suas mãos – O que aconteceu, minha pequena? Escutei você gritando.

– Sinto muito – a ruiva sussurrou, o rosto queimando de vergonha e o pavor do pesadelo ainda muito presente, fazendo com que seu corpo todo tremeu e o suor escorresse por sua face. A mais velha a abraçou, novamente aninhando-a em seus braços, como uma mãe faria, tentando lhe transmitir naquele abraço um pouco de conforto em meio a aquele terror.

– O que aconteceu, querida? Eu ouvi você gritando o nome de Ivy – a morena sussurrou, ainda a abraçando e desenhando círculos calmantes em suas costas com os dedos. – A Ivy que você chamou, era Ivy Rivers, o tributo de três anos atrás? – Marissa confirmou com a cabeça – Eu me lembro dela, era uma boa garota. Jovem demais para aquela arena, como todos vocês.

– O nome dela só estava lá duas vezes! – Finch exclamou, a timidez sendo superada por toda aquela raiva que ela sentiu nos últimos anos sendo despejada naquele momento – Ela era filha de um engenheiro importante... ela tinha treze anos, e eu mal tinha feito onze... não pude vir no lugar dela... por mais que eu quisesse... Ela... ela era minha amiga...

– Consigo ver nos seus olhos que apesar de tão jovens, existiria algo a mais nesse relacionamento caso ela tivesse sobrevivido – Kenna comentou, acariciando os cabelos da mais jovem, usando os dedos para pentear as ondas que caiam sobre seus ombros.

– É, mas ela morreu, e eu sou a próxima – Marissa riu amargamente com a própria frase, o pânico do pesadelo aos poucos passando, sendo substituído pelas habituais defesas construídas em volta de si, nem um pouco a deixar as pessoas se aproximarem ou saberem sobre seu passado. Então rapidamente tratou de mudar o assunto, se afastando um pouco do abraço, mas com suas mãos ainda se tocando –você convenceria Elara a entregar uma carta para minha irmã? Não consegui me despedir corretamente dela, e ela vai precisar de instruções para sobreviver.

– Mas por que você não luta por ela? – a morena pediu, pelo que parecia ser a milésima vez. No fundo de sua alma, Finch sabia que não queria vencer... não queria voltar para casa e continuar de qualquer forma lutando para ficar viva, reprimindo o que sentia por outras garotas e vivendo com o horror que outras vinte e três pessoas perderam a vida para que o coração dela continuasse batendo, sem nenhum propósito em específico. – Ouvi falar que você também tem um pai e uma avó. Por que entregar os pontos tão fácil?

– Meu pai deve estar torcendo para que eu morra, e minha avó não se lembra mais de nada. Minha irmã é muito pequena para cuidar dela, e minha madrinha tem filhos demais para se preocupar com alguém que ela não tem nem sequer um grau de parentesco – a ruiva explicou, desinteressada, se lembrando de quantas noites que passou em claro cuidando da idosa, para que a mesma não fizesse muito barulho e não despertasse a ira de seu pai, que seria descontada na filha – mas eu vou tentar... pela Ivy.

𝔼𝕔𝕠𝕤 𝕕𝕖 𝔾𝕦𝕖𝕣𝕣𝕒|Jogos VorazesOnde histórias criam vida. Descubra agora