𝔼𝕔𝕠𝕤 𝕕𝕖 𝔾𝕦𝕖𝕣𝕣𝕒|Jogos Vorazes

Arena

N/A: Voltei, depois de meses sumida. Ia atualizar antes mas, depois de receber um comentário nada amigável, tinha desistido da história, porém decidi não desistir

- Se não gosta dessa história, é só não ler - Nessa história, Peeta está vivo e feliz no 12
E tbm o filme novo de Jogos Vorazes está incrível, apenas assistam
Boa leitura!

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– Isso é tão cruel – Seneca comentou, apoiando a mão na enorme janela do apartamento, enquanto encarava o céu noturno. Sua mão tremia levemente após a conversa com a garota do distrito cinco, e sua garganta parecia fechada – e se elas tiverem o mesmo destino que os outros? Não é a primeira vez que tentamos isso, e sempre falha no final.

– A garota do doze é mais determinada que qualquer outro tributo que já vi – Adrian argumentou, se aproximando e abraçando o moreno por trás. Crane se considerava um homem alto, mas sempre se sentia pequeno quando o namorado o abraçava daquele jeito, afinal de contas, seu parceiro era muito mais alto do que ele, além de que os anos vivendo apenas no luxo da Capital o tornaram um homem muito mais musculoso que a maioria dos outros – elas vão conseguir, vai ver.

– E o que acontece depois? – Seneca resmungou. Em partes, sua mente sabia o que aconteceria depois, mas se negava fortemente a admitir, ninguém nunca está pronto para admitir que a morte está se aproximando.

– Tudo finalmente dá certo, e nós nos casamos – Adrian prometeu, puxando-o para que pudesse beijar seus lábios – e adotamos um cachorro. Não pense demais nisso agora, meu querido. Vamos aproveitar nossa última noite antes dos jogos.

– Sempre tão positivo – Crane sussurrou, deixando-se ser abraçado pelo outro homem. Levou muito tempo para que ele finalmente aceitasse tanto carinho, sendo acostumado apenas com casos de uma noite, mas desde que se permitiu adormecer nos braços do mais alto pela primeira vez, foi como se sua vida passasse a ter algum valor, mesmo que ele soubesse que no fundo, era tão podre quanto qualquer outro homem da maldita Capital... – Será que dói? Morrer?

– Acho que sim – o mais alto comentou, com uma certa amargura na voz. Diferente do parceiro, o único contato que Adrian teve com a morte foi através da televisão, e muitas vezes ele até mesmo desviava o olhar – quer dizer... dependendo da forma como a pessoa morrer... não deve ser nada agradável agonizar por dias e dias sabendo que não há nada a ser feito... é agoniante só de pensar.

– Acontece bastante na arena – Seneca sussurrou, se afastando do abraço do namorado e caminhando lentamente até a cama, se sentando lá e estendendo o braço para o pequeno armário ao lado da cama, de onde tirou uma pequena caixinha, com a foto de uma menininha ruiva dentro – aquela garota do cinco é tão parecida com ela...

– E quem é ela? – Adrian perguntou, sentando ao lado do namorado e o abraçando novamente, como um cachorrinho desesperado por contato físico.

– Minha irmãzinha, Hannah – respondeu, tentando manter a voz tranquila. Era a primeira vez que falava abertamente sobre a irmã – ela faleceu a muitos anos atrás, de uma maneira um pouco... traumática.

– O que aconteceu? – Adrian tocou a bochecha do namorado. Nem mesmo anos de preparação o deixariam pronto para as próximas palavras pronunciadas pelo Crane:

– Snow deu-a para ser comida pelos cachorros – Seneca deu os ombros enquanto explicava, fingindo total indiferença. Mas, se fechasse os olhos, ainda podia ouvir os gritos da criança enquanto os cães a devoravam...

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Na manhã dos Jogos Vorazes, Finch acordou ainda sentada no chão do quarto, onde tinha adormecido, com a única diferença que seu turbilhão de emoções havia ido totalmente embora. Sentia-se totalmente vazia, com os músculos pesados conforme ela se forçava a levantar, caminhando uma última vez em direção ao banheiro, para um último banho, tudo mecanicamente. Ela não se importou se a água estava quente o suficiente, não se importou com nada, apenas lavou os cabelos, o corpo e em seguida fechou a água e saiu, secando o corpo rapidamente e percebendo que alguém tinha deixado uma muda de roupas lá para ela.