Uma raposa na Capital

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Nota da autora: Olá! Tudo bem com vocês?

Venho humildemente lhes trazer mais um capítulo, e peço que perdoem quaisquer erro, faz anos que li Jogos Vorazes e tenho memória de pato (sim, vou reler assim que der). Ah, me sigam no insta e tiktok, é WorldLuna

Enfim, lhes desejo uma boa leitura!

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A entrada da Capital estava repleta de pessoas acenando para o trem que vinha do distrito cinco, transportando aqueles que provavelmente seriam mortos naquele ano, dois antigos vencedores que pareciam ter perdido qualquer interesse pela vida e uma apresentadora tristonha, que depois de um dia de viagem e vários copos de bebida, abraçava livremente a vendedora. As pessoas gritavam incentivos, e seu colega cujo Finch ainda não sabia o nome não tardou em acenar de volta, chegando a ponto de beijar a palma da mão e a estender para a multidão, como se garotinhas apaixonadas fossem o salvar da morte iminente.

– Você deveria ir lá com ele, meu bem – Kenna incentivou, se sentando ao lado da garota ruiva e tocando seu ombro brevemente, num pequeno gesto de incentivo – precisa que a Capital goste de você.

– Não me importo com o que eles pensam de mim – a jovem respondeu, se encolhendo mais no banco. Seus cabelos estavam caídos sobre o rosto, e ela vestia calças de moletom e uma regata que havia encontrando em sua cabine por. Seu rosto mostrava que havia chorado novamente durante a noite, pensando se sua irmãzinha estava sofrendo nas mãos do pai, e se alguém havia se lembrado de alimentar sua avó.

– Ok, iremos trabalhar isso depois – a apresentadora cedeu, suspirando quando eles finalmente deixaram a multidão para trás e chegaram no local onde os tributos iriam ficar até o início dos jogos – em breve será o desfile, então iremos nos separar por um considerável tempo. E, Marissa, guarde essas lágrimas para quando você realmente precisar delas – e piscou para a jovem, antes de se levantar e ir em direção a Elara, que agora estava sentada num canto do trem como uma criança emburrada.

O prédio que se erguia à frente deles era tão majestoso que a ruiva se questionou por um momento se não estavam entrando em um dos palácios dos contos de fadas que tanto adorava, mas nem mesmo aquilo foi capaz de a fazer sorrir ou ter qualquer tipo de esperança. Quando se está a poucos passos da morte, dificilmente alguém irá conseguir demonstrar alguma felicidade verdadeira, mas ela esperava ser boa o suficiente para fingir, e talvez as pessoas daquela cidade fedorenta continuassem sussurrando seu nome pelo resto do ano, e os ricos de seu distrito iriam se compadecer de sua irmãzinha e lhe fornecer sustento até que a mesma pudesse buscar por si própria. Imaginava as pessoas com suas perucas ridículas conversando enquanto apontavam para a televisão, lamentando a perda da "pobre garota de cabelos de fogo que chorou durante a colheita".

Sabia que seria julgada fraca por suas lágrimas, e talvez isso fosse uma coisa boa. Em meio a arena, talvez eles a considerassem burra e covarde, deixando-a esquecida até o final e então como num passe de mágica, Finch se revelaria a maior das jogadoras e envenenaria a comida deles, se tornando a vencedora daquele ano. Ela riu ao pensar na ideia, e todos a olharam por um breve período de tempo como se ela fosse maluca.

Quando o trem finalmente os largou no prédio, Elara se despediu da jovem com um beijo na bochecha, seu hálito de cigarro e bebida ainda sendo um incômodo terrível para a garota, mas aquela pequena demonstração de carinho foi bastante bem vinda, talvez numa forma de compensar o que viria a seguir. Era hora de se preparar para ser apresentada a Capital no Desfile dos Tributos.

As pessoas que começaram a acompanhar até numa outra sala não falaram nada. Marissa simplesmente se deixou ser conduzida por seus companheiros silenciosos até uma mesa, onde entendeu que deveria se deitar e uma cortina azul foi puxada em torno dela. Se aproximaram mais, como se quisessem remover suas roupas, e imediatamente ela colocou os braços em frente ao corpo, numa tentativa frustrada de defesa.

𝔼𝕔𝕠𝕤 𝕕𝕖 𝔾𝕦𝕖𝕣𝕣𝕒|Jogos VorazesOnde histórias criam vida. Descubra agora