Medo

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N/A: Olá!

Queria agradecer aos 100 votos que essa história já teve no wattpad <3 amo vcs

Esse capítulo é menor em comparação aos outros, é final de ano e to cheia de trabalho 

TW: menções de automutilação

E tbm temos uma referência a uma música da Taylor 

Boa leitura!

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Com o corpo rígido, Finch levantou as mãos em rendição, tendo plena consciência que estava desarmada e lutaria em vão. Sua mente tentou se lembrar das aulas com Elara, mas não tinha a mínima lembrança da vencedora fingindo cravar uma faca em suas costas, e isso a fez odiar a mais velha por alguns segundos. Era patético, iria morrer no primeiro dia, esperava pelo menos ter a chance de visualizar o rosto de seu agressor.

– Por favor, seja rápido... – ela pediu, sentindo a voz tremer, sua mente tentando prepará-la para o golpe final.

– Ah, assustei você! – uma vozinha fina, claramente de criança, comemorou, enquanto removia a faca das costas dela. Marissa sentiu o coração se encher em pura fúria, como aquele pirralho ousava brincar com ela, considerando a situação em que se encontravam? Por um instante, ela cogitou virar para trás e matá-lo ali mesmo, afinal, isso era permitido, certo?

– Seu idiota! – Finch exclamou, virando-se e empurrando o garotinho do distrito quatro, seu corpo ainda tremendo por conta do susto. O garoto caiu no chão úmido da arena, olhando-a apavorado, como se não entendesse o motivo dela estar brava. Será que o distrito quatro por acaso não ensinava suas crianças do que se tratavam os jogos?

– Desculpe... – o garotinho sussurrou, com lágrimas nos olhos, agarrado firmemente a uma mochila. Pelo menos toda aquela confusão parecia não ter sido em vão.

– O que você tem aí? – ela perguntou, ignorando o pedido de desculpas e se questionando se no fundo, não passava de uma cópia vazia de seu pai, que bateria numa criança e ainda roubaria seus pertences.

– Uma garrafa vazia – ele explicou, abrindo a mochila para mostrar para ela as coisas que tinha conseguido – tinha água, mas eu já tomei. Essa faca e um resto de pão, só isso. Será que logo vão mandar mais comida? – ele perguntou, enquanto Marissa pegava a faca e a guardava em seu próprio cinto.

– Não, eles não vão – a ruiva respondeu, seu coração apertado quando seus olhos encontraram o olhar inocente do garoto. Seus instintos a mandavam correr antes que fosse tarde demais, continuar em sua busca por água, não se apegar a ninguém, mas isso tornou-se impossível quando o menino segurou sua mão.

– Tô com medo, Finch – o garoto sussurrou, passando os braços em torno da cintura da mais alta, exatamente como Mirella costumava fazer depois dos pesadelos. Sentindo as lágrimas se formando em seus olhos, por um momento, ela cogitou entregar ao garoto as amoras que havia conseguido mais cedo, que caso não fossem comestíveis, iriam proporcionar a ele um fim rápido e indolor.

– É, todos estamos com medo – a garota concordou, acariciando as costas dele, da mesma forma que Elara tinha feito com ela alguns dias atrás, agradecida conforme os soluços do garoto diminuíram consideravelmente. – Mas agora precisamos ser fortes, certo? Onde está a garota do seu distrito?

– Não sei – ele admitiu, se afastando um pouco de Finch, com o rostinho ainda vermelho por conta das lágrimas – ela disse pra mim não ficar perto dela, mas imagino que ela vá para perto do rio, pescar.

– Ótimo, talvez ela tenha água que possamos roubar – a ruiva não se lembrava do rosto da menina do distrito quatro, mas torcia para se tratar de alguma garota distraída, tornando assim mais fácil o furto. Ou então que pelo menos não estivesse armada e fosse ruim de luta, caso entrassem num confronto direto. A desidratação estava começando a deixar seu raciocínio mais lento, além da boca e a garganta seca não serem agradáveis, fora a cabeça ainda dolorida pelo tombo.

𝔼𝕔𝕠𝕤 𝕕𝕖 𝔾𝕦𝕖𝕣𝕣𝕒|Jogos VorazesOnde histórias criam vida. Descubra agora