N/A: Eu voltei! Morreram de saudades?
Vamos fingir que não sumi por meses, mas em minha defesa, o trabalho ta acabando comigoSem mais enrolações, boa leitura!
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E então, tudo ficou em silêncio.
Um silêncio pesado e glacial tomou conta da arena, enquanto os céus projetavam a imagem de uma das suas crianças mais jovens. Sua vida, curta e abruptamente interrompida, ecoava a crueldade de uma dívida que pairava sobre seu povo desde antes de seu nascimento.
Marissa Finch segurava o corpo frágil do garotinho do Distrito 4 em seus braços. Com um carinho quase maternal, ajeitou seus cabelos e beijou-lhe a testa uma última vez. Lentamente, deitou-o sobre a grama. Observou, com olhos marejados, a garra metálica do aerodeslizador erguê-lo para os céus, destinado ao lugar onde seu corpo seria purificado, vestido e, finalmente, colocado em um pequeno caixão para o último retorno à sua casa. Ali, ele encontraria um repouso eterno, longe da violência que o arrebatara.
As portas da sala dos idealizadores dos jogos se abriram abruptamente, enquanto Seneca Crane saia de lá com passos rápidos e furiosos, indo em direção ao banheiro, com Adrian atrás dele. O mais baixo havia resmungando algo sobre ter bebido demais na folga, e o namorado declarou que iria segui-lo para desvendar o mistério do que ele tanto fazia no andar do distrito cinco, saindo assim sem levantar suspeitas.
Ao chegar no banheiro, Seneca vomitou na lixeira mais próxima, antes mesmo de fechar a porta. Ele estava mais do que acostumado a ver crianças morrendo de forma brutal, mas aquela cena tinha sido demais, somando ao fato de estarem removendo os olhos dos cadáveres para sua mais nova criação, para que aquilo desviasse os olhos de Snow dos verdadeiros planos.
- Ei, está tudo bem... - Adrian sussurrou, trancando a porta atrás deles e acariciando as costas do namorado, sua mão quente sendo a única linha que o separava da realidade e da histeria.
- Eu... eu sou um artista... - Crane disse, enquanto colocava as mãos em torno do estômago, sentindo outra onda de náusea se aproximando - fui ensinado que o tédio é um crime e...e...
- E você precisa prender a atenção do público se quiser que nosso plano funcione - o mais alto acrescentou, estendendo a mão e pegando uma toalha, umedecendo a mesma para poder limpar o rosto do amante.
- Elara me pediu em casamento. Eu não sei se ela fala sério ou não, mas caso não dê certo, acho que é a melhor solução - o moreno divagou, agradecido pelo contato do pano frio em seu rosto. O banheiro onde estavam era maior que muitas das casas dos distritos, cuidadosamente decorado em mármore, as cabines separadas por pesadas portas de madeira cara, além das diversas temperaturas de água na pia, mais água do que uma pessoa do doze iria ver numa vida toda.
- Sabe que a Capital vai exigir filhos - havia uma pontada de ciúmes na voz de Adrian, como já era de se esperar. A loira do cinco não era exatamente a primeira opção que lhe vinha à cabeça quando ele imaginava compartilhar o namorado com mais alguém em alguma de suas noites mais quentes, na realidade ninguém lhe vinha à cabeça, mas seu principal foco não poderia ser o romance.
- Ela não pode ter filhos... Snow se certificou disso quando ainda a vendia para os amiguinhos dele - Seneca explicou, enquanto pegava um pouco de enxaguante bucal de um dos armários - e vai dormir no sofá nas noites em que Kenna não roubar ela.
- Você me disse ontem que as duas terminaram - Adrian comentou, desinteressado quando o assunto era a vida romântica da prima de cabelos azuis... ou seriam vermelhos? Ele estava a tanto tempo sem vê-la que nem recordava mais a cor de seus cabelos.
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𝔼𝕔𝕠𝕤 𝕕𝕖 𝔾𝕦𝕖𝕣𝕣𝕒|Jogos Vorazes
Fanfiction"Uma história onde a raposa se apaixonou pelo tordo" Marissa Finch, uma jovem furtiva e gentil do Distrito Cinco, vê sua vida mudar quando seu nome é sorteado para a 74° edição dos Jogos Vorazes. A jovem sem esperança nenhuma na vida, se vê presa a...