Longe de Casa

203 28 5
                                    

N/A: Eu não tinha a intenção de sumir por mais de um mês, mas muita coisa aconteceu, muita mesmo, então peço perdão pelo sumiço e farei de tudo para não acontecer de novo. Também tive bloqueio criativo, o que não ajudou muito, maas agora passou e irei tentar atualizar com mais frequência

Boa leitura!

***********

Um homem está sentado em sua cama, olhando fixamente para a parede, seus olhos pesados por conta do sono da noite mal dormida e a cabeça latejando os resquícios do pesadelo ainda o incomodando, fazendo seu estômago revirar. Na cômoda ao lado, o cinzeiro jazia intocado, uma mera peça decorativa, pois ele havia se livrado do cigarro fazia muito tempo. O que aconteceu ontem foi uma mera... encenação? Seria esse o termo correto? Ou uma prova para si mesmo que ele ainda estava no controle em relação à droga? Mas isso não importava, não agora. O que precisava ser feito foi cumprido com sucesso, e isso significava que a liberdade estava um passo mais perto.

– Essa camiseta fica ótima em você – Adrian comentou, saindo do banheiro já vestido para o dia. Seneca Crane estava usando uma das camisetas do atual amante, sem se importar com o quão grande ela ficava em seu corpo. Ela tinha o cheiro dele, e isso era bom, como um abraço reconfortante naqueles momentos difíceis. Momentos como aquele passavam uma sensação de normalidade, algo que eles não experimentavam a muito tempo – Mas se você continuar furtando todas as minhas camisetas, logo não terei mais o que vestir.

– Que dramático – ele provocou, sorrindo quando Adrian se aproximou e beijou-o nos lábios. – Ontem falei com aquela garota que comentei contigo esses dias.

– E então? O que achou? – seu amante perguntou, se deitando na cama e puxando o moreno para o mesmo ficasse deitado em seu peito, abraçando-o de forma protetora. Seneca sorriu enquanto se acomodava nos braços dele, pensando se por um momento eles podiam simplesmente fingir que estava tudo bem, se não poderiam ficar ali para sempre naquele abraço.

– Se tudo correr de acordo com o que planejamos... acho que finalmente podemos ter esperança...– sussurrou o idealizador chefe dos jogos vorazes, fechando os olhos conforme Adrian corria os dedos por seu cabelo. Depois de alguns instantes naquela posição, Seneca levantou um pouco o corpo e beijou o outro homem, transmitindo naquele beijo todo o medo, a insegurança e a incerteza do que o futuro estava reservando para eles...

– E Snow? Você tem algum plano para lidar com ele? – Adrian perguntou, de certa forma cortando o clima do beijo, apesar de suas mãos ainda estarem no cabelo do amante.

– Não – o moreno admitiu, suspirando pesadamente, seu estômago embrulhando toda a vez que o nome do presidente era mencionado. Em outros tempos, onde a morte ainda o deixava feliz, ele se lembrava de idolatrar Snow, mas conforme seus olhos se abriram para a cruel realidade, tudo o que lhe restou foi o nojo e o desprezo – mas irei dar meu jeito...

– Confio que sim – Adrian suspirou e empurrou levemente o namorado, rindo quando o mesmo o abraçou com mais força – mas me prometa que vai ficar vivo.

– Só se você ficar também – Seneca respondeu, fechando os olhos e deixando o som do batimento cardíaco do outro homem acalmar sua mente agitada...

******

Pela primeira vez em muitos anos, Finch sonhou com a mãe. No refúgio agradável que sua mente tinha criado, ela era novamente uma garotinha risonha, que dançava pela casa usando um vestidinho azul e lacinhos no cabelo, e que a mãe a levantava e a girava nos braços, arrancando altas gargalhadas de ambas, até que suas faces ficaram vermelhas pela falta de ar.

Marissa despertou com essa sensação de melancolia em seu peito, a saudade da parte doce de sua infância queimando seu coração. Como costumava fazer, ela se enrolou nas cobertas e fechou os olhos, desejando mais do que tudo poder voltar para suas lembranças... ou talvez voltar no tempo... dar um jeito de ajudar sua mãe... lutar contra a natureza que deixou-a doente e a fez morrer ao dar a luz a sua irmãzinha...

𝔼𝕔𝕠𝕤 𝕕𝕖 𝔾𝕦𝕖𝕣𝕣𝕒|Jogos VorazesOnde histórias criam vida. Descubra agora