A protegida dos Uchihas

Feridas

*Sakura*

que barulho é esse? Um silêncio estranho... um apito repetitivo me incomoda. Está frio... ar condicionado? -hmm...- Resmunguei quando senti minha barriga doer. Estou enfaixada?!

-Não se mova. -Uma voz grossa e rouca tomou conta daquele ambiente estranho e gélido. Pressionei meus olhos para abrir e, então a claridade tomou conta dos mesmos. Aos poucos, essa luz foi se tomando forma. 

-S...Sasuke... - Minha voz se saiu falha.

-sim, sou eu. - Estranho, ele está quieto, frio, com a cara emburrada. 

- O que aconteceu?

- Você foi ferida e - O interrompi. 

-Isso eu sei, quero saber o que aconteceu com você, e essa cara... alguém se machucou??? 

-Não, Sakura. 

A manhã inteira foi o silêncio ensurdecedor que martelava em minha cabeça. A aceleração do meu coração em saber o que estava acontecendo com ele, estava me dilacerando. Então, na parte da tarde eu ja tive alta do hospital, portanto, deveria repousar por três dias até estar consideravelmente boa para poder andar normalmente. 

 Sasuke me levou para minha casa e entrou até a minha sala comigo. 

-Sakura. Eu não fui capaz de te proteger como deveria, eu desonrei a promessa que te fiz e quebrei o contrato... 

-Sasuke, não, isso não é verdade, eu to bem, eu to segura agora. 

-E por isso, eu não sou digno de merecimento seu. -Ele me ignorou completamente. Se abaixou para deixar algumas coisas minhas no chão e se levantou me encarando profundamente. -Me esqueça.

Isso me doeu, me perfurou como aquela espada jamais seria capaz de me perfurar, meu chão sumiu em segundos, como se eu me jogasse do pico do prédio mais alto, não é o suficiente, nenhuma das palavras seriam o suficiente para descrever a sensação de ouvir isso em alto e bom som. O amor da minha vida, o garoto que eu amo, o homem da minha vida, aquele com qual eu sonhei seguir ao seu lado para o resto da minha vida, agora está mandando eu esquecê-lo. 

Um coração quebrado seria figurativo perto do que estou sentindo. Minha pele arrepiada de tristeza, as lágrimas tomando conta de meu rosto, minha visão turva me impedindo de olhar em seus olhos. 

Ele deixou a casa, me deixando só, me deixando com as coisas ali, com uma ferida aberta na minha barriga e uma maior ainda em meu coração, no meio daquele cômodo que, agora eu desconheço ser meu.  Estou sozinha de novo, sinto a solidão bater, a angústia de esperar ele voltar a abrir aquela porta e dizer que está enganado, mas, nada disso de fato aconteceu. 

Estou encarando essa porta faz 15min, e nada. Não sei o que de fato sentir... Só que, feridas estão abertas, e não sei qual das trilhões que há em mim irão se cicatrizar primeiro, ou se um dia irão se cicatrizar... 

 Meu mundo nunca foi cor de rosa, sempre teve as cores neutras de um passado amargurado, mas agora, posso sentir o gosto desse amargor de novo em minha boca. 

Irei de fato conseguir?