【 adp. 𝘃𝗶𝗻𝗻𝗶𝗲 𝗵𝗮𝗰𝗸𝗲𝗿. + 🫀 】
Isadora Holder é uma riquinha extremamente mimada. As amigas estão cansadas desse comportamento dela e lhe dão um gelo. Entediada e se sentindo sozinha, Isa paga alguém para conversar com ela, um psicólogo. E...
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— Antes de tudo, isso não tem que ser uma terapia. — ela disse ao sentar ao meu lado.
— Eu não vou fazer isso, mas por que tem tanto medo que eu te trate como uma paciente?
— É que, sei lá... Acho que você falava demais sobre coisas que ninguém sabia a meu respeito e eu não sabia separar o profissional do real. Isso me fez sentir coisas que eu não deveria por você.
Assenti com a cabeça devagar entendendo o que ela queria dizer.
— Então você está dizendo que eu sabia ouvir e identificar o que você sentia, os seus problemas e questões e que realmente te ajudava a entender como lidar com isso? E o fato de eu ser o único a entender você te fez se apoiar emocionalmente em mim?
Isadora estreitou os olhos ao me encarar de forma desconfiada.
— Eu disse para não fazer isso, Vinnie. — me repreendeu.
— Desculpe. Força do hábito. Eu quero que você se despreocupe, eu não vou te analisar e não vou dizer coisas que façam parecer que isso é uma terapia. Vou fingir que sou um amigo curioso que não te vê há muito tempo. — pigarreei para aquecer a voz. — Isadora, eu realmente sinto muito que o seu pai tenha falecido, acho que isso deve ser difícil. Vocês estavam realmente bem antes de tudo acontecer?
Ela sorriu de canto e relaxou mais no sofá.
— Quando eu me mudei paramos um pouco o contato e eu realmente entrei de cabeça no meu trabalho, não tive tempo para me importar tanto. Mas de repente ele começou a sentir a minha falta e nós nos falávamos regularmente. Ele cedeu aos smartphones, então trocávamos mensagens todos os dias, mesmo que fosse apenas para saber se o outro estava tendo um bom dia. Ele veio me visitar duas vezes, estava mais carinhoso, feliz pelo meu negócio, orgulhoso de verdade. — seu semblante se tornou mais triste.
— Pode continuar. — pousei minha mão sobre a dela e fiquei surpreso por ela não ter afastado, então a mantive ali.
— Nós saímos para jantar, visitamos museus da tecnologia que ele adorava, ele até tentou me explicar como um programador cria um código próprio, mas eu não entendi nem o começo. — riu enquanto recordava. — Três meses antes de ele morrer a gente viajou juntos para Amsterdã. Foi incrível e eu nunca me senti tão feliz quanto naquele momento. Era a melhor fase da minha vida. Mas aí... Aí ele resolveu ser egoísta uma última vez.
— Acha que o suicídio dele foi egoísmo?
— Eu sei que parece horrível, mas eu fiquei com raiva antes de ficar triste. Estávamos bem, felizes e em sintonia depois de longos vinte e seis anos tentando. Ele falou comigo dez minutos antes de atirar em si mesmo confirmando a nossa viagem para o Nepal e ele parecia tão entusiasmado! — soltou o primeiro soluço, anunciando o seu choro.
