【 adp. 𝘃𝗶𝗻𝗻𝗶𝗲 𝗵𝗮𝗰𝗸𝗲𝗿. + 🫀 】
Isadora Holder é uma riquinha extremamente mimada. As amigas estão cansadas desse comportamento dela e lhe dão um gelo. Entediada e se sentindo sozinha, Isa paga alguém para conversar com ela, um psicólogo. E...
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Isadora parecia mais distraída naquela sessão, como se estivesse escondendo alguma coisa de mim. Isso me deixou incomodado. Ela tem sido transparente desde que começamos as sessões e eu jamais desconfiei que as suas histórias estivessem incompletas, mas agora o meu instinto me dizia que tinha algo a mais. Mas o que poderia ser tão ruim que ela não iria querer me dizer? Ela me disse tantas coisas e não tinha quaisquer filtros.
Ela me contou sobre a vinda do seu pai e como queria vê-lo, mas na verdade não houve tanta animação ali. Quando perguntado, ela disse que só não iria ter esperanças porque já havia se decepcionado demais. Lhe dei alguns conselhos de como manter um bom relacionamento e esclarecer as coisas com ele e então finalizamos o assunto.
— Camila e eu estamos organizando um baile beneficente. — contou.
— Verdade? — fiquei surpreso. — Isso é maravilhoso!
— Eu sei. — sorriu. — Nós vamos doar para algumas instituições que apoiam pessoas com câncer. Eu quero que isso dê certo e que seja o primeiro de muitos.
— Estou muito orgulhoso de você. — fui bastante sincero.
Ela sorriu ainda mais, de um jeito que os seus olhos quase se fecharam.
— Quero que você esteja lá. — ela disse.
— Eu vou adorar.
— Você receberá o convite em breve.
— Decidiu fazer isso depois da conversa que tivemos?
— Sim. Eu acho que eu posso usar a minha sorte para dar um pouco de conforto a quem precisa.
Achei aquilo admirável. Na nossa primeira sessão, eu jamais imaginaria a Isadora tomando essa atitude se não fosse em prol de se autopromover, mas agora ela estava sendo bem sincera sobre querer ajudar de verdade. Nunca fiquei tão feliz com a evolução de um paciente meu quanto estava ficando com a dela.
— Acho que eu disse tudo por hoje. — suspirou.
— Ainda temos quinze minutos. — eu disse olhando no relógio. — Tem certeza que me contou tudo?
Assentiu positivamente.
— Não há mais nada. — garantiu sem olhar nos meus olhos.
— Isadora. — esquivei-me para a frente e a encarei de forma séria. — Você sabe que pode confiar cem por cento em mim. Tudo o que me disser ficará entre nós dois.
— E se você for a pessoa que justamente não pode saber?
— Por que? — franzi a testa.
Ela fechou os olhos por um instante e murmurou algo incompreensível como se estivesse repreendendo a si mesma.
Não parecia ser o tipo de assunto que eu deveria resolver como os seus outros problemas. Ela estava relutante em me dizer porque era sobre mim, portanto deveria ser tratado de outra maneira.
