Após a batalha épica em Hogwarts, quando as varinhas cessaram seus duelos e os escombros se acalmaram, a vida dos sobreviventes voltou "aparentemente" ao normal. Todos esperavam por uma paz absoluta, mas a verdade é que ela se tornou um labirinto de...
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- Meu Deus!
- Menos, Neville. - Brinquei após ouvir a exclamação exagerada do amigo.
- Foi o vestido que eu te dei.
A linda 9 Conduit Street, ainda mantinha as luzes de Natal. A última sexta-feira de Janeiro foi relativamente quente. O clima daquele ano estava atípico mas muito intrigante, combinava com a estranheza dos acontecimentos que eu sentia que estavam por vir.
Aparatar alí a noite foi fácil, mas Neville preferiu vir de carro.
- Carro? - Perguntei parando na sua frente admirando seu sobretudo do século 19 que combinava perfeitamente com meu vestido de bruxa medieval que ele havia me dado quando estudávamos em Hogwarts.
O amigo ainda mantinha os traços jovens e gentis da adolescência. Um pouco mais alto que eu, com seu cabelo castanhos claro liso mirrado, porém com um corte executivo, olhos castanhos numa pele rosada e fofa. Ele estava um pouco mais robusto, quase o gordinho da adolescência - era atípico mas me atraia ainda.
- Não dá pra te buscar na Alemanha de carro a essa hora. - Respondeu ele com segurança sorrindo com gentileza.
- Aprendeu a dirigir quando? - Perguntei.
Não era normal um bruxo dirigir. Na verdade, eu acho que não era nem bem visto esse comportamento na Inglaterra.
Meu pai dirigia quando vivo porque sua mãe, a avó que eu vivia hoje, não era bruxa e amava dirigir mas infelizmente a velhice a impedia de continuar.
- Adorei o desafio. É uma máquina extraordinária. - Disse ele batendo a mão no teto do veículo.
- Esse Cadillac é muito lindo. - Realmente,um carro clássico preto do começo dos tempos modernos, imagino, combinava perfeitamente com ele. Eu sabia qual era o modelo e marca mas só porque eu admirava carros em revistas antigas que haviam em casa.
- Comprei na França faz um ano, ele é dos anos 60. - Respondeu Neville com olhar tímido. - Logo depois que você me pediu pra nunca mais aparecer na sua vida eu achei um folheto perto de casa sobre uma tal "auto escola", quis me distrair um pouco. Eu estava correndo no meu bairro numa manhã me lembrando de você na beira do Lago Negro.
- Não foi bem isso que eu te pedi, Nev.
- Jenna, eu nunca escondi o que comecei a sentir por você. - Ele suspirou sem jeito. - Mas não poderia insistir, era sua vida, compreendo sua dor, mas nunca engoli você me chutar dela como fez com o Jorge. Eu não fraquejei com você como ele fez, nunca sai do seu lado.
- Não fala assim dele. - Pedi com seriedade. - Vamos esquecer do passado, só essa noite, por favor. - Suspirei um pouco aborrecida.
- Nossa, verdade. - Se lamentou olhando para o chão batucando com os dedos sobre o teto. - Desculpa, eu sou um babaca.
