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Acordar mais cedo que a Helena só me rendia mais cansaço. Ficar sentada na ponta da cama observando ela respirar profundamente era terapêutico, eu precisava sentir que ela estava viva todas as manhãs para me dar mais força.
Nessa manhã de tédio , nada especial, resolvi pegar minha caixa de lembranças, que era muito especial. Me levantei e fui no antigo guarda roupa da minha avó, agora meu, e lá naquele típico fundo falso, eu peguei a pequena caixa preta de papelão reforçado que outrora fora do Snape - que ele usou pra me deixar uma carta de despedida...
Voltei para cama e suspirei profundamente alisando a caixa na penumbra da manhã.
Dentro havia um recorte de jornal com a matéria do Colin - que me enchia de orgulho ter sido escrita por ele. Não negava pra mim, mas dava medo. Ao mesmo tempo que a fama é inevitável para uma vidente, ela é uma grande ilusão, uma sombra da solidão.
Ver minhas fotos do Baile de Inverno - do Torneio Tribruxo - tiradas pelo próprio Colin, me trazia boas nostalgia, principalmente da perda da virgindade no banheiro da Murta . Eu era muito louca. Olhei para Helena no berço e torci para que ela não chegasse aos pés dos absurdos que vivi.
Agora adulta e mãe eu sentia vergonha de muitas coisas que cometi adolescente.
A carta da minha tia Anastasia de três anos atrás, me causava muita angústia. Ela não tinha falado nada da gravidez e justificar sua ausência na guerra era injusto demais, não precisava - ela parecia saber que iria falecer 3 dias depois de dar a luz. Apesar dela ter sido importante no salvamento da Emilly Croush, eu ainda achava que ela jamais deveria ter se culpado por não estar ao meu lado na guerra, ela está com as recém nascidas.
Anastasia foi professora de adivinhação na Escola Brasileira Castelo Bruxo e teve um relacionamento com o Pajé Oribá, professor de poções na escola, dessa união nasceu as gêmeas, nada idênticas, Emma e Jussara.
Minha mãe tinha essa dor da perda da irmã, eu sabia, mesmo ela não falando nada, eu também carregava esse luto de não ter estado ao lado dela nos seus últimos dias.
E amanheceu comigo ali no pé da cama lamentando passado - era horrível esse cansaço misturado com a insônia. Helena estava dormindo bem, nem notou Fobos pousando no batente da jenela.
- Olha só quem apareceu, temporada de acasalamento dos corvos? - Falei ao abrir a janela.
"Boba" - Ele murmurou gorgeando.
- Pois é, alguém tem que se divertir nessa casa. - falei olhando para sua patinha. - O que temos ai?
Fobos raramente me entregava cartas, principalmente em Hogwarts, ele era um corvo diferente mesmo sabendo que sua função era ser como as corujas, Fobos não seguia normas. Apesar de ser um companheiro muito inteligente, só entendi seu propósito quando meu pai - Gustav Gibbon - revelou ser um Animago Corvo, igual ao Fobos. Eu nunca soube quem fora o pássaro e quem fora meu pai nas interações e observações que tive, mas queria que no fundo Fobos fosse meu pai pra sempre, mesmo que ele tenha sido minha maior decepção.
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Crônicas do Pós Hogwarts
FanficApós a batalha épica em Hogwarts, quando as varinhas cessaram seus duelos e os escombros se acalmaram, a vida dos sobreviventes voltou "aparentemente" ao normal. Todos esperavam por uma paz absoluta, mas a verdade é que ela se tornou um labirinto de...