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Soraya
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_Amor, tira... não_ apontei para a cama.

_Eita Sol, naqueles dias hein?_ perguntou.

_Ainda não, coloca ali amor_ pedi.

Ela pegou a toalha molhada da cama e pendurou onde deveria, veio até mim e me abraçou, lhe abracei de volta bem forte.

_Desculpa se pareci rude_ falei.

_Está tudo bem, desculpa eu por fazer coisas que te irritam_ beijei seu ombro.

Eu tava ficando mais irritada e chorona depois que fiquei sabendo da doença do papai, não está sendo fácil pra mim, eu não quero perdê-lo, apesar das coisas que ele me fez, ele ainda é meu pai.

Ele ainda é o homem que cuidou de mim desde quando minha mãezinha partiu para outro lugar, ele ainda é o homem que cuidou dos meus machucados provocados pelas quedas dentro de casa.

_Simone, amor... eu com medo_ eu vinha repetindo isso quase todo dia, Simone já sabia.

_Eu entendo meu amor, saiba que estou sempre aqui, com você e para você_ me apertou mais no seu abraço.

Adiamos a data do nosso casamento, Simone me incentivou a fazer isso, para que assim eu pudesse ter mais tempo com o papai, para que eu pudesse cuidar dele.

Meu ateliê, ficou parado até então, não tô com cabeça pra isso no momento, mas Simone quando está lá na cidade, sempre que pode, manda fazer alguns reparos.

Ela entendeu também o meu pedido de querer ficar um tempinho aqui no lugar que eu morava, ela vem ficar comigo e Henry, nos fins de semana, pois está trabalhando bastante.

_Mama... mone... mama_ escutamos Henry falar.

Ele já tá falando, tenta falar, algumas coisas, o nome de Simone ele fala um pedacinho, é a coisa mais fofa, ele se apegou muito ao papai.

_Oi filhão, vem com a mamãe_ peguei ele no colo.

Descemos até a oficina do papai, ah, não contei também, mas eles estão de bom um com o outro agora, o papai e a Simone, quando ela está aqui, no domingo à tarde, eles assistem o joguinho que sempre passa na tv.

_Oi pai, olha quem acordou_ Henry já esticou os bracinhos para ir pro colo do avô.

_Vem com o vovô_ avisou que suas mãos estavam limpas, e pegou o neto no colo.

_Vou fazer o almoço, depois volto aqui_ avisei.

Dei um selinho em Simone, e subi de volta, fui direto pra cozinha, e comecei a preparar o almoço desse sábado, fiz uma saladinha que o papai passou a gostar, aprendi com dona Fairte.

Enquanto cozinhava a comida, fui cortar alguns legumes, enquanto cortava, me lembrava do tempo que morava aqui, fiquei perdida em pensamentos do passado, e quando vi, já chorava.

_Por quê? eu não posso acreditar nisso_ falei sozinha.

Senti o abraço da Simone atrás de mim, me fez parar de cortar os legumes, não acreditou que as lágrimas que eu derramava eram por conta da cebola que eu cortava.

_Por quê não tenta aproveitar enquanto ele ainda aqui, hum?_ enquanto ele ainda tá aqui.

Me doía pensar assim, os dias parecem estar passando rápido, já passamos por mais um mês, menos um pra ele, pro meu pai, eu o acompanho no hospital para fazer algumas consultas, tento ser o mais forte que posso, mas quando estou sozinha no banho, eu desabo.

_Pode... pode me ajudar a preparar?_ perguntei.

Henry ficou brincando com o avô, Simone ficou me ajudando, quando terminamos tudo, fui até eles, iria dar um banho no meu filho, sorri com a cena que eu vi deles.

Henry estava sobre uma roda de um pneu de carro, papai o segurava com uma mão, e ia empurrando a roda devagar, assim, Henry ia dando passos curto, gargalhada bastante.

_Gostou da nova brincadeira, filho?_ cheguei até eles.

Sorri ao ver o sorriso no rosto do meu pai, sua barba estava maior novamente, pedi pra sisa banhar o Henry, que eu ia ajudar o papai a tirar a barba, eu quis fazer isso.

_Sente aqui, deixa eu passar isso_ apliquei a espuma de barbear.

Peguei o barbeador, e comecei a ir passando, a gente se divertia quando ele me dava alguns sustos, só para eu pensar que tinha cortado ele, tirei e deixei ele de bigode, como ele quis.

_ , olhe no espelho... um gato agora_ ele ficou se olhando no espelho pequeno.

_Obrigada filha_ ele tomou seu banho.

Fui arrumar a mesa, coloquei a cadeirinha de alimentação do Henry ali ao lado, arrumei seu pratinho com as coisas que ele já comia, logo Simone apareceu, junto com os dois.

_Lavem as mãos, por favor_ pedi, assim fizeram.

O almoço foi regado de conversas boas e risadas, Henry mesmo sem entender, dava algumas gargalhadas quando nos via sorrir.

_Simone, ela colocou o pequeno colchão do berço que tinha, ali na escada, e desceu sozinha_ ele contou.

Na época, eu tinha oito anos, lembro disso, ainda tinha o colchão do meu bercinho de bebê, vivia jogado no quarto do papai, tive a idéia, e fui aprontar.

_Ficou com um galo na testa, não foi pra escola durante uma semana, por vergonha_ Simone sorria.

Ao terminarmos, papai levou Henry para a sala, iriam assistir jogo, como se o neto fosse entender algo, Simone me ajudou com as louças, e eu fui tomar um banho.

Antes de entrar no banheiro, papai avisou que iria até a casa da titia, ela queria ver o Henry, ele foi no carrinho dele, ficou apenas eu e Soraya em casa, ela não perdeu a chance.

_Aceita companhia nesse banho?_

_Aceito amor, vem_ ela entrou no box, já nua.

Não tivemos mais tantos momentos a sós, quando ela vem pra cá, quase não fazemos muito coisa, esse tempo sem nada era uma tortura pra Simone.

_Hum... ah Simone_ gemi quando senti ele ir metendo seu pênis em mim.

Eu estava se costa pra ela, me apoiava na parede, repetimos duas vezes, deu pra matar a saudade que estávamos sentindo, terminamos o banho que foi demorado, e voltamos pro quarto, me deitei exausta na cama.

_Pode descansar amor, eu estou aqui para cuidar do Henry quando eles voltarem_ Simone sussurrou.

Agradeci por isso, sei que ela tá cansada da semana de trabalho, mas ainda sim me ajuda, e dá o seu melhor, dormir com ela abraçada em mim, me fazendo um ótimo cafuné...
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💛

A motoqueira da minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora