Próxima vítima.

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Caminhava pelo castelo durante a madrugada. Todos estavam dormindo.
Passo pelo quarto de Edric e escuto alguns murmúrios.

-Que merda! Como eu vou sobreviver?! Porra viu.

Eu abri a porta devagar e encostei.
Ergui as sombrancelhas e o encarei dizer coisas que eu nunca escutei.

-Essa eu nunca ouvi. - dei um sorrisinho de canto.

Ele arregalou os olhos.

-Explica, o que são isso? Nunca escutei esse tipo de palavra.

-São xingamentos humanos. Xingamos quando estamos irritados ou tristes. Mas normalmente é só por xingar mesmo.

Eu dei um sorriso. Não de dentes, mas um sorriso.

-E por que está "xingando"?

-Por que eu vou morrer!! - ele enterrou a cabeça no travesseiro.

Ergui as sombrancelhas.

-Por que acha que vc vai... - fui interrompida por um barulho na sala do trono.

Eu olhei em direção a sala do trono com os olhos arregalados. Olhei para Edric para garantir que ele também tenha escutado. E ele escutou.

-Vamos! - sussurrei.

Levantei um pouco minha camisola e amarrei meu cabelo com um pedaço de bronze no formato de um graveto.

Corremos até chegarmos perto da sala do trono e entramos devagar.
Olhamos tudo e não avia ninguém. A pessoa que estava lá antes, não está mas. Ou talvez esteja.

-Acho que foi embora... Não escuto mais nada. - Edric começou.

Foi só ele fechar a boca, fomos atacados.

-Edric ali! - gritei a ele.

Peguei uma espada que fica na decoração do salão e usei.

A pessoa com uma espada de metal começou a me atacar e a Edric também.

Com a espada de bronze em minha mão comecei a lutar contra a sombra.

A pessoa começou a lutar sem a espada por um momento. Tentava me chutar no rosto, mas eu desviava ou pegava seu pé.

Edric não estava indo mal. Ele conseguia ir bem com a espada. Impressionante.

A sombra pegou a espada de metal e me usou como escudo. Sua espada foi apoiada em meu pescoço e foi caminhando devagar até Edric.
A espada ainda não estava não perto assim do meu pescoço. Estava bem, no entanto.

-Mais um passo a espada vai deixar uma marca em seu pescoço.

Edric paralisou. Ele tentou dar um passo mas a sombra chegou a espada em minha garganta. Doía. Metal machuca imortais.
Aquilo doía muito. Nunca pensei que metal chegaria perto da minha pele.

Edric observou o lugar e derrepente ele começou a rodar no chão.

Logo então derrubando eu e a sombra.

Eu caí no chão e Edric rapidamente me puxou para o lado dele.

-Vá embora! Ou irá descobrir como é a sensação de uma espada na barriga. - Edric encarou a sombra.

A pessoa desapareceu no escuro.

Meu pescoço ainda doía. Com certeza avia ficado marca.

-Voce tá bem? - Edric perguntava preocupado.

-Estou. - me sentava com uma mão no pescoço.

-Nossa, ficou uma marca horrível.

Ergui as sombrancelhas.

-Nossa, obrigada por me dizer o óbvio. - dei um sorriso falso.

Me levantei e comecei a andar até meu quarto. Edric foi me seguindo o caminho todo.

-Vai me seguir mesmo? 

-Vou. Você tá literalmente com uma marca no pescoço e tentaram te matar! TE-MATAR!!!

-Ja entendi. Não precisa gritar. - eu colocava a mão no pescoço fazendo careta.

Eu subi as escadas do meu quarto e me sentei na poutrona onde avia um espelho e levantei o rosto para ver melhor o pescoço. Estava realmente horrível.

-Como eu vou esconder isso? Ninguém pode saber sobre a invasão.

-Mas como que eles entraram se a segurança aqui é reforçada? - Edric perguntava enquanto procurava algo no armário.

Ele tem razão, como entraram se a segurança é reforçada? A não ser que a pessoa seja do castelo.

Pensava nisso até que Edric da um pulinho de alegria ao encontrar algo no meu armário.

-Achei! - o olhei - Finalmente achei uma pomada!! Vem cá, ela serve para a macha ir sumindo.

Me levantei da poutrona e me sentei na minha cama. Ele abriu a pomada e começou a passar no meu pescoço. Ele me observou um pouco e fez uma cara de quando uma criança não entende como 2+2 é 4.

-Como que ficou tão marcado assim? De onde eu tava não parecia que ela apertou.

-Imortais tem a pele sensível ao metal. Isso machuca.

Ele arregalou os olhos escuros.

-Nossa, deve ter doido muito. Como é a sensação?

-Ah, é como queimar a mão na fogueira. Ou por o rosto perto do sol. Mas dói mais.

-caramba, queimar a mão na fogueira é dolorido mesmo.

Ele terminou de passar a pomada e me observou um pouco. Logo depois desviou o olhar e foi em direção a porta.

-Eu tô indo, ok? Qualquer coisa você grita. Ou só mata a pessoa que invadiu seu quarto.

Eu soltei uma gargalhada sincera. Fazia tempo que não ria assim.

-Certo. - disse com um sorriso no rosto.

Emfim CruelOnde histórias criam vida. Descubra agora