Emma.

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Acordo lentamente com um silêncio absurdo.
Não estava na cama, isso é notável pelo meu desconforto e o corpo dolorido. 

Tento me levantar, mas a fraqueza ainda continua no meu corpo. Me assusto quando sinto uma mão na minha bochecha.

-Quem tá aí?! - Gritei no escuro. E foi um silêncio que recebi como resposta.

Não senti mais ninguém me tocando, então senti um alívio.

Sinto meu vestido do baile ainda em meu corpo, os sapatos, acessórios e... Minha coroa. Ela não estava na minha cabeça.
Espera, minha adaga!

Levanto o meu vestido e sinto minha adaga na coxa.
A-pego e rasgo meu vestido longo. Ele seria muito difícil de correr com ele.
Fico na esperança de alguém aparecer e eu poder atacar, mas ninguém. E se tivesse não veria, estava escuro demais. Deve estar de noite.
Meu corpo ainda mole e zonzo não me permite levantar. Um sono imenso bateu em meus olhos fazendo-me lutar contra meu próprio corpo. E infelizmente perdi.

***

Acordo outra vez e ainda me sentia zonza, mas dessa vez já não estava mais deitada num lugar escuro. Estava numa cadeira, meus pulsos e pernas impossíveis de ser movidos e minha boca atada. É notável sentir o calor do sol batendo no meu rosto.
Dessa vez consigo finalmente ver alguém na iluminação natural.
Observei de baixo para cima e meus olhos se arregalam ao ver os cabelos loiros, pele clara e o vestido branco encardido. Emma. 

-É muito bom estar de volta. - Ela deu um sorriso de canto com as costas eretas, passos irregulares e as mãos juntas delicadamente.

Sinto meu coração acelerar e meus olhos marejarem.
Era Emma. Na minha frente. O motivo do desaparecimento da minha mãe e o motivo que provavelmente seria a minha morte.

Tentei falar algo mais com a boca atada era praticamente impossível.
Ela rio exageradamente, porém uma risada verdadeira.

-Gostaria de compartilhar com a turma, Lilith? - suas sombrancelhas se ergueram.

Ela tirou o pano que estava em um círculo da minha boca, me permitindo falar e respirar outra vez.

-O que esta planejando, Emma? - disse num tom admirável.

-Não acho que seja da sua conta. - o sorriso dela se desfez. - Mas gostaria de te apresentar um amigo. Acho que já o conhece. - Ela aponta a mão para as vinhas que foram abertas logo em seguida. Antes de notar a pessoa, noto a montanha em formato de infinito. Isso, essa era minha chance.

Logo em seguida olho para a pessoa que avia entrado.
Meus olhos se arregalam ao ver quem era. Alex.

-A-Alex? Mas oque...

-Nem termine a frase. Você nunca me notou, Lilith. - ele me interrompe.

-Mas, oque eu fiz? Não é necessário você está com ela nessa! - eu gaguejei.

Ele não respondeu.

Meu guarda, meu amigo, ou melhor, não é mais nada disso.

-Voce vai se arrepender, Alex.

-Ah, por favor! Pare de nós entediar. - Emma pegou o pano outra vez e o enfiou na minha boca agressivamente.

Sinto meu coração despedaçado em mil pedaços. Ele era meu único amigo, e foi ele quem me traiu. Minha visão embarcou outra vez e não vi mais nada após.

Emfim CruelOnde histórias criam vida. Descubra agora