fundo do mar.

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Eu corria pela floresta sombria deixando Edric e zoe para atrás. Eu procurava o lago entranhas com esperança de reconhecer o caminho. Eu corria sem nem ao menos parar para descansar.
Até que finalmente reconheço o lugar. As árvores tortas e enormes, o castelo a vista e o lago brilhando na minha frente. Lá estava minha mãe. Eu sabia que ela estava lá.

-Voce  vai pular aí? Você é maluca? Isso parece ser fundo. - Edric resmungava conseguindo me alcançar.

Não o respondi. Observava o lago e tentando visualizar minha mãe.

Eu deveria pular. Sei disso. Eu sei que preciso vê-lá. Mas e as sereias? Já sei.

-Edric, me escute com atenção. - Engulo em seco. - Lá em baixo existe sereias estranha. Elas são conhecidas pela fome extrema por pele. Quem bobear, morre ali mesmo. -Seus olhos se arregalaram. - Mas elas sabem que a realeza são as únicas pessoas que tem magia. E eu tenho. Então eu posso me salvar lá, e tenho um bom fôlego, então tudo que precisa saber é que você vai me ajudar a subir de volta. Só isso.

Ele ficou com um silêncio que eu nunca vi-o fazer. Normalmente ele é barulhento e tagarela.

-Edric? Combinado?! - encarei-o.

Ele acenou com a cabeça.

Eu me virei para o lago escuro e fechei os punhos, com as unhas serradas na pele.

Então eu finalmente pulo no lago. Minhas mãos estavam fechadas, prontas para poder finalmente atacar os demônios do lago.
Meus olhos abertos e minha respiração fechada esperando pelas sereias. Olho para todos os lados e não encontro-as.
Começo a nadar devagar até o fundo em procura de ver alguma barreira ou cabelos voando.
Derrepente escuto murmúrios dolorosos vindo dos cantos mais escuros do lago.
Logo em seguida sinto vulto passando por mim. Estava no fundo do mar sosinha.
Não demorou muito e senti as suas unhas afiadas tocarem na minha pele.
Tentei gritar, mas era óbvio que ninguém escutaria.
Minhas mãos ainda fechadas se abrem com tudo fazendo as sereias voltarem para o lado escuro do fundo do lago. Uma delas estava com suas unhas sujas nas minhas costas. Voando para a escuridão do fazendo um arranhão e uma cicatriz em minha pele.
Sinto um alívio de estar livre de suas unhas afiadas. Ilumino o lugar com uma lamparina aquática que aprendi a fazer com 10 anos. Iluminava o lugar quando uma das sereias apareceu devagar perto de mim. Por impulso me flexiono querendo a-atacar. Ela estremece com as mãos sob o rosto em sinal de paz.
Eu abaixo a guarda e ela ilumina mais o lugar até uma bolha de ar no canto escuro do lago.
Minha mãe.
Eu via minha mãe.

Minha mãe, ela está a ali, na minha frente.
Ela estava com algas nos braços, os beiços  roxos de frio e os cabelos suaves para cima como se estivesse de cabeça para baixo. As unhas sujas e roxas.
Eu me aproximei, antes que tocasse na bolha, a sereia me interrompe.

-Ela está em uma bolha de ar. Ela continua na água mas está com ar infinito. Por ser nossa rainha a protegemos aqui em baixo. E vejo que vc tem a coroa, Lilith. - sua voz era suave e profunda. - Se tirar ela daí, o ar que ficava com ela não terá mais. Tem certeza que deseja tirá-la daqui? - ela me encarou com os olhos que se fecham pelos lados.

Eu acenei com a cabeça.

Ela me deu espaço e eu pude colocar a mão na bolha. Tirando ela de lá. Ela era leve de baixo D'água. Não sei se é pelos anos sem alimento ou pela água. Subi com minhas mãos segurando firme nas delas.
Eu nadava desesperadamente em conseguir subir até em cima.
Já não aguentava mais tanto tempo sem respirar.
Depois de segundos nadando desesperadamente até a superfície eu estava quase lá. Eu coloco a mão fora da água, finalmente podendo sentir a briza fora do lago.
Senti o peso do corpo da minha mãe.
Tentei pedir ajuda mas não era possível escutar meus gritos em baixo D'água.
Minha mão foi descendo para de baixo D'água e senti que iria morrer ali mesmo. Minha mão afunda por completo. Eu fecho os olhos já aceitando o meu destino de morrer ao lado da minha mãe no fundo do lago entranhas.

Até que sinto uma mão tocando na minha e me puxando de volta pra a superfície. Era Edric.
Ele me puxou de volta. Eu me arrastei pela grama seca ainda segurando minha mãe.
Eu tossia com os cabelos encharcados e as costas e os braços arranhados pelas sereias.

Edric deixou Marah em suas coxas enquanto eu recuperava o fôlego.

-Voce está bem? - ele perguntou.

Eu não respondi e fui em direção a minha mãe me arrastando.
Eu coloquei minhas mão molhadas em seus cabelos ruivos e desidratados. Dei um pequeno sorriso. Uma lágrima escorreu em meus olhos.

-Estou.

Emfim CruelOnde histórias criam vida. Descubra agora