Emfim Cruel

Fim.

-Quando iria me contar sobre isso?! - resmungava enquanto descia as escadas até o porão.

-Nao sei, eu pretendia não contar! - ele tentava me alcançar.

Revirei os olhos e cheguei no porão. Olhava e revirava todas as caixas com nome e sem nome.

-Ta procurando o que?

-Voce ainda tá a qui?

Ele ergueu as sombrancelhas.

-Caso não tenha notado, eu podia ter te matado desde o momento em que eu entrei no castelo, ou deixar que o intruso enfiasse a adaga no seu pescoço. Ah, e só pra você saber, fui eu em que liderei a tropa para te salvar quando a Emma te sequestrou. Então, não, eu nunca quis te matar.

-As vezes seja porque eu não sou a marah. E adivinha? Minha mãe está morrendo! - me virei com as mãos apoiada nas caixas.

Ele fica em um silêncio por um tempo. Pelo som silencioso sabia que ele avia se ofendido.

-O que está procurando? Posso te ajudar também.

Eu parei um tempo para pensar sobre se contava mesmo a ele sobre isso, ou se procurava sosinha e o expulsasse ele do reino, apenas pelos bons atos de seu passado.

-Vai olhando as caixas e tudo que for brilhante me mostre.

-Nao vai me contar o que é?

-Nao vai começar a procurar o que mandei?

Ele agachou e começou a revirar as caixas. Não queria ser grossa com ele, porém atitudes a levam a atitudes piores.
Não exatamente atitudes ruins, porém atitudes por impulso.
Eu mexia nas caixas quando escuto aqueles zumbidos afiados outra vez entrando nos meus ouvidos.

As caixas que estavam sans e salvas ficaram amassadas com a pressão das minhas mãos.

Palavras embaralhadas na minha cabeça me faziam estremecer.

-Lilith...?

Não respondi e as caixas estavam quase se desmaterializando pela quantidade de força.

Ele pega no meu ombro, o que me assusta só de me lembrar que ele está no cômodo.

O empurrei. Porém não avia notado o espelho atrás dele. Ele bate no espelho, o que faz que o espelho se quebre em pedacinhos.

-Droga! - me levantava desesperadamente até ele. - Desculpa, desculpa, descul.... Não! Você que deveria estar me pedindo desculpas!

-Eu?

-Voce.

-Explica então o porque.

-Por que você apareceu do nada. Me assustou.

-Voce estava literalmente gemendo. Acha que isso é normal? No meu mundo isso não é nada normal.

-Ta, claro, levanta logo. - ergui as mãos.

-Vai me ajudar? Por que isso é culpa sua.

-Fica quieto e se continuar resmungando eu corto sua cabeça fora. - ergui as sombrancelhas com um sorriso maroto.

***

-Para de se mecher!

-Ta doendo!

-É apenas água do lago entranhas, não vai te matar. - passava o pano já vermelho em seu corte na barriga.

Enquanto passava ele continuava resmungando. Era engraçado ver os pés dele se contorcendo para não dizer mais nenhuma palavra.
Fiquei triste em saber que ele era o verdadeiro traidor de tudo isso. A pessoa de quem eu gostaria que estivesse morto está vivo, e a pessoa que eu gostaria que estivesse vivo, me traiu.
Eu o observo após terminar, e ele já estava me observando.

-Edric...

-Isso vai te impedir? - ele me interrompe.

-O que...?

-O que eu te disse, isso vai te impedir de me amar?

Eu fiquei um tempo paralisada sem saber o que responder. Na verdade, eu não sabia.
Ele me traiu, mais tecnicamente não me traiu. Eu o amo. Mais ele é um humano.
Porque isso é tão confuso?

-Eu não sei. - finalmente digo algo.

Ele não exita e vejo ele se aproximar cada vez mais do meu rosto. Quando de repente vejo uma luz atrás dele se formando. Logo em seguida uma espada é enfiada na garganta de Edric.

-NÃO! - meu coração estava a mil e meu rosto palido.

Eu corri imediatamente até seu pescoço transbordando sangue.

-Nao, não, não, não, não, vai vai ficar tudo bem, tá tudo bem... - tentava me convencer com as mãos trêmulas.

Quando vejo atrás dele Rei Aleandro. Ele estava com as mesmas vestes longas de quando nos vimos, sujas agora de sangue. A pele pálida e as unhas sujas de areia.

-Irmãos não se devem ficar juntos, lilith.

E então ele desapareceu. Para sempre.

Eu já sabia o futuro de Edric. Ele estava morto, totalmente morto com um furo na garganta e sangue ainda transbordando de pouco em pouco. Acabou.

***

Os guardas aviam levado o corpo de Edric até um túmulo. Ele foi morto com dignidade a todos.
Porém minha expresso fácil sem Edric neste castelo nao era mais a mesma. Era ele quem me fazia rir de situações difíceis e foi ele que me ajudou a encontrar minha mãe. E também... ele foi a primeira pessoa que eu amei.

Entro no quarto da minha mãe e ela estava do mesmo jeito, deitada com a mão na barriga.

-Como ela está?

-Err... vossa magestade, preciso de dizer algo. - ergui as sombrancelhas. - sua mãe tem risco de morte. Ela ficou mais de 10 anos de baixo da água, ela foi encontrada em decomposição pela vossa magestade. Acho que a única coisa que pode salva-lá, é sua magia, mas se nem mesmo isso, nada pode salva-lá.

-Por que não disse antes? - fui em direção a ela.

Eu fechei os olhos com as mãos abertas e os braços num círculo. Eu questão de segundos meus olhos estavam cinzas e um olhar de desgosto.
A magia foi correndo pelas veias e mais forte do que jamais imaginei que poderia acontecer. A magia foi em direção a minha mãe e senti como se tudo de mim fosse arrancado. Com uma das mãos soltando pego uma poutrona e posiciono atrás de mim. Após fazer o que tinha a fazer a magia volta até mim.
Eu caio na poutrona exausta. Os criados vão em direção a minha mãe ver o que tinha acontecido com ela. Em seguida seu rosto ficou pálido e sua boca é aberta. Sua alma foi liberta de seu corpo e nunca mais voltará. Ela está morta.
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Voce deve estar de perguntando, que tipo de história é essa? Com um final desse e sem um "felizes para sempre!" Isso não existe. Acorda. Felizes para sempre é apenas um mito de conto de fadas onde a princesa se casa com o príncipe e tudo de bom acontece com ela. (Sendo que no fundo você já viu vídeos falando sobre a verdade por trás da história).

Porém não sou tão malvada e vou dizer um grande PLOT que não foi mencionado.

Marah é a mãe de Edric e de lilith. Marah é humana e teve relações com o rei Aleandro. Lilith teve relações com o meio irmão sem saber. E nunca saberá.