As cortinas estão fechadas,
Eu só vejo a noite.
Tento relembrar dos nossos sonhos,
E reconstruir a luz que não brilha mais.
Você olha pra mim e diz que nada mudou,
Mas vira o rosto quando me vê
E não sorri quando ouve minha voz.
Talvez você não entenda,
Que estamos rodando em círculos.
Só nos restou ecos, poeira
E esse vidro grosso,
Embaçando tudo o que vê.
Nada lhe toca,
Não sente nada,
Mas continua sorrindo pra fora
Enquanto tudo queima ao seu redor.
Você está agindo diferente,
Não me chama mais de amor,
Por que essa mudança repentina?
Você vai dizer que eu estou inventando coisa
E que não está agindo de forma estranha,
Porque não diz a verdade para mim?
Honestamente eu não consigo mais dormir
Continuo sendo perseguido por fantasmas de memórias,
Que voltarão jamais.
Você não me engana mais,
Não vai mais me machucar,
Você não sorri para janelas
Mas sim para o mundo de espelhos que força a si mesma a viver.
Porém, meu amor,
Você não vai me machucar mais,
Não vou me render a você,
Meus joelhos já estão doendo.
E dentre rezas vazias e cansativas,
Duas mil declarações de amor.
Dígrafos em um quarto vazio,
Que nem as paredes prestaram atenção.
