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Boa leitura!
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O dia parecia se arrastar, as horas estavam congeladas de alguma maneira, o celular se encontrava em minha mão, eu o encarava esperando por seu toque, era através dele que eu conseguiria estar com Clara novamente. Mais uma vez verifiquei as horas em meu relógio de pulso, são 7:30 da manhã, o dinheiro já se encontra em meu apartamento assim como Marco César, Benjamjn, Vicente, Lumiar e Simas.

— Por que eles não ligam?- Benjamin dizia com impaciência.

— Eles avisaram em cima da hora, isso dificulta o trabalho da polícia.- Responde
Simas de forma entediada.

— Então podemos ficar aqui o dia todo?- Ben franze o cenho.

— Sim. - Simas maneja a cabeça em afirmação.

— Que saco!- Benjamin se senta e bufa como uma criança.

— Ben, por favor.- Vicente o repreende.

— Desculpe amor.- Ben deposita um beijo estalado na bochecha de Vicente que não exita em abrir um sorriso.

— Marco César, como sua mãe está reagindo a isso?- Pergunto com curiosidade, afinal de contas não via Miriam a um tempo consideravelmente longo.

— Ela está tomando remédios para se manter calma, ela apenas dorme e chora.- Seu tom de voz se mostra penoso, era quase impossível para mim imaginar Miriam em tal situação.

— Isso ajuda muito.- Benjamin torna a comentar, seu tom de voz debochado.

— Benjamin!- Vicente se exalta com a postura do namorado.

— O que? estou apenas tentando animar as coisas.- Levanta as mãos em rendição, observo a cena em completo silêncio, não conseguia nem esboçar qualquer sinal de animação diante daquilo.

— Acho melhor você ser bem criativo Senhor Benjamin, podemos ter que esperar aqui por muito tempo.- Simas torna a dizer.

[...]

Ouço o irritante gotejar que nunca cessava, estou deitada no chão sujo e úmido, mesmo assim ainda é mais confortável do que estar amarrada a uma cadeira, levanto lentamente sentido minhas já familiares dores, estico meu corpo o máximo que posso. O cômodo mal cheiroso parece encolher a cada minuto, existem momentos em que sinto minha respiração pesar, então começo a andar novamente pelo cubículo na esperança de encontrar alguma saída caso as coisas fiquem difíceis.

O som de passos faz com que eu fique em alerta, volto rapidamente para minha cadeira, baixo os olhos, não quero irritar ninguém. A porta se abre e mantenho meus olhos no chão, espero como sempre o homem alto que trás as refeições, porém não é ele que aparece, o que surge no meu campo de visão são saltos femininos, o cheiro de perfume caro invade o ambiente, deixo meus olhos subirem pelas longas pernas, a barra cinza da saia, a blusa de seda vermelha, o cabelo perfeitamente finalizado e bem cortado, por fim os olhos escuros e frios. Meu cérebro parece congelar, simplesmente não consigo acreditar.

— P... Paula? - Minha voz saí entrecortada tamanho é o meu susto.

— Olá, Albuquerque.- Um sorriso presunçoso nasce em seu rosto

— O que está fazendo aqui?

— É sério que ainda não entendeu?- Desdenha.

— Eu, não sei...- Tento assimilar toda aquela situação, o que Paula estava insinuando era absurdo.

— Achei que Helena gostasse apenas de mulheres inteligentes. Bem Clara, vou falar bem devagar para essa sua mente lenta acompanhar. Tudo isso, todo esse inferno que você está vivendo é um presente.

Aulas de Sedução - Clarena.Onde histórias criam vida. Descubra agora