XIII.

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Maratona, parte [01/05]
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Saí do escritório de Helena com ainda mais dúvidas do que imaginava, e com as pernas bambas. Minhas mãos estão tremendo, enquanto seguro o volante, em minha garganta prendo o choro. A culpa domina cada parte de mim, mas a sensação de prazer ainda está em meus sentidos. Meu corpo parece ter sido liberto de alguma amarra, me sinto culpada e ao mesmo tempo livre. Ao chegar em casa sigo diretamente para meu quarto, ignoro as perguntas lançadas por minha mãe e me deixo relaxar durante um longo banho, ao me livrar das roupas noto as marcas deixadas por Helena. Minhas coxas estão com marcas de arranhões e em meu pescoço um roxo intenso se destaca.

Maldita! Ela fez de propósito.

Visto meu pijama e me escondo sob os lençóis, assim que fecho meus olhos imagens de hoje mais cedo surgem em minha mente, posso ver claramente meu corpo sobre a mesa e sobre meu corpo o de Helena, sinto de um jeito assustadoramente real seus lábios sobre os meus, o gosto, a suavidade. Cubro meu rosto e me nego a pensar no que aconteceu novamente.

— Não foi real, não foi real... Ignore... Você não fez aquilo, não era você... Foi horrível... Foi horrível.... Foi... Ahhh... Não foi horrível!

— O que não foi horrível? - Benjamin puxa o lençol sobre minha cabeça e me fita curioso.

— Qual seu problema com batidas na porta? - Pergunto levando a mão ao coração.

— Adoro causar esse efeito em você. Então, o que foi horrível e depois não foi Horrível?

— Nada!

— Fala logo!

— Não há o que falar.

— Sério? Não é o que esse roxo em seu pescoço diz. - Droga. — Pode ir contando tudo e não me esconda nada.

— Transei com... Hele...na...

— Clara, não estou entendo o que quer dizer. Você transou com...?

— H...E ... - Benjamin revira os olhos.

— Diga logo, pelo amor de Deus.

— HelenaWeinberg. - Digo de uma vez só, torcendo para que ele entendesse logo e me deixasse em paz.

— Agora entendi. - Ele parece refletir minimamente até que seus olhos abrem exageradamente. - Você disse, Helena Weinberg? Aquela Helena Weinberg?

— Não me lembro de existir outra. E fale mais baixo, não quero que meia Copacabana fique sabendo.

— Me conte tudo.

— Ben, não!

— Clara, sim! Comece.

Corro pelas ruas próximas ao meu apartamento, em minha cabeça a melodia de "Oh children" chega através dos fones de ouvido, corro por quase uma hora, meus pés estão em chamas, mas continuo a correr, quero arrancar do meu corpo toda essa tensão, essa vontade de ter Clara novamente, a cada segundo as lembranças sexuais fazem meu corpo vibrar. Aumento o volume tentando deixar a letra superar todo e qualquer pensamento.

Minha mãe adorava essa canção, sempre a cantava para mim, foi a primeira que aprendi a dedilhar no piano, ela ficara tão emocionada quando a homenagiei com essa música durante seu aniversário de 40 anos. Aposto que minha mãe iria adorar conhecer Clara, tenho certeza que seriam amigas.

Retorno ao prédio, assim que chego a portaria encontro Lumiar a minha espera.

— Achei que não voltaria nunca.

Aulas de Sedução - Clarena.Onde histórias criam vida. Descubra agora