Aulas de Sedução - Clarena.

XXXI.

Voltei para a alegria de vocês! Boa leitura. 🧘‍♀️
—————★—————
Sigo a toda velocidade pelas ruas de Rio de Janeiro, acelero o máximo que posso, porém nunca parece rápido o suficiente, vejo que ainda tenho 20 minutos para chegar ao cais. Lembro dos anos em que corria por diversão em rachas pela cidade, redescubro um antigo atalho que me levará diretamente para parte de trás do cais onde Theo disse que Clara estaria.

Entro na rua estreita o motor ronca e meu coração acelera a medida que as embarcações surgem a minha frente. Diminuo a velocidade, ainda tenho 9 minutos. Paro o carro em uma parte escura, pego o dinheiro e ando pelo chão úmido até as embarcações mais luxuosas, conheço bem Paula e sei que ela irá querer o melhor até em um momento como esse. Meus passos aceleram ao ver o "Real" iate que pertence a família Telles, ando mais alguns metros até chegar a embarcação, vejo um homem alto se aproximar, noto que ele está armado.

— Não se aproxime, essa é uma área particular.- ele diz.

— Tenho negócios a tratar com Paula Telles.- Permaneço imóvel a frente do homem, persistiria para vê-la.

— A Senhorita Telles não está disponível agora.

— Tenho certeza que ela terá tempo para mim e também para os 20 milhões que trago comigo.- Ele me olha surpreso, pega o celular e disca um número.

— Helena Weinberg está aqui.

Paula não demora a aparecer, sua expressão esboça sua total surpresa, mas segundos depois ela abre um largo sorriso. Observo seu rosto machucado, marcas de unhas se destacam em suas bochechas, seu lábio inferior está levemente inchado.

— Vejo que andou levando uma surra. - E nem precisei demorar muito a saber quem poderia ter feito aquilo.

— E você como sempre consegue me surpreender.- Cruzou seus braços se mostrando na defensiva.

— Você devia se certificar de que realmente cobriu todas as pistas.- Lhe alfineto.

— Diga-me. O que eu deixei escapar?- Ela me encara de forma cínica.

— Theo Bastos.- Uma expressão de raiva agora enquadra seu rosto, ela encara o homem alto que continua parado próximo ao iate.

— Achei que ele estivesse morto, eu...- O homem jamais seria capaz de completar essa frase pois uma bala foi enterrada em seu crânio.

— Não existem mais capangas como antigamente.- Reconheço a voz arrastada. Um homem de porta alto e esguio surge com uma arma em punho a qual ele aponta diretamente para mim. — Vejo que Theo fez um belo estrago.

— Orfeu, ainda podemos dar um jeito.- Paula tenta de alguma forma apaziguar o homem.

— O único jeito é você cair fora e apagar essa aí.- Ele diz segurando sua arma com mais força.

— Vamos com calma, Orfeu.

— Sinto muito, Telles, mas sua garota sabe de mais.

— Não sou a garota dela.

— Isso não me importa. Passe o dinheiro.- Encaro o homem, o medo prevalece em meu ser.

— Não, enquanto Clara não estiver em segurança o dinheiro fica comigo! - Não daria um tostão se quer sem antes ver Clara e saber que ela está bem.

— Acho que não está em condições de negociar Senhorita Weinberg. - O tal Orfeu faz menção de tentar levantar a arma em minha direção, mas para ao ver eu me aproximando da beirada do cais.

— Primeiro soltem a Clara. - Estendo as bolsas de dinheiro em direção a água. — Ou todo esse dinheiro ficará com os peixes.

— Vejam só, temos uma negociadora aqui. - Orfeu desdenha.