O Pedido

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Quer ir almoçar comigo? Tô morrendo de fome! — Convidou aquele carrapato irritante, jogando a mochila dela sobre os ombros.

— Eu não como essa hora. Só mais tarde, você sabe.

— Mas já está tarde. Quer que eu busque algo e traga aqui pra você?

— Não, não precisa. — Ela revirou os olhos.

— Tudo bem, mas você pode me pedir o que você quiser, ok? Eu não ligo. Na verdade, eu me sinto muito útil quando você me pede alguma coisa, Enid. — Sorriu todo tímido.

Esse cara parece mais um empregado do que um amigo.

— Cai fora daí, seu nerd! — Disse uma menina. — Não viu que a Enid agora tem uma namorada não? Desiste!

—— Não é só porque eu tenho uma namorada, que eu vou deixar de falar com o Adrian. — Rebateu ela, ríspida, sem sequer dirigir o olhar para mim. — Ele é o meu único amigo.

— Único? — Questionaram as outras. — E quanto a todas nós aqui?

— Hum, vocês também. — Revirou os olhos, toda debochada. — Mas eu prefiro ele.

— Mas assim eu vou ficar com ciúmes, amor. — Alcancei uma de suas mãos e a puxei, fazendo com que ela caísse sentada no meu colo. — Você devia preferir a mim e não a ele.

— Me solta, sua abusada!

— Nananinanão. — Apertei sua cintura, afastei seus cabelos e deixei leves beijos no seu pescoço, com os olhos fixos naquele vasto incômodo bem na minha frente. — E nada de ficar sem comer. Nós vamos até a cantina e iremos almoçar. Juntas.

— Eu já disse que não estou com fome... — Ela arregalou os olhos, chocada com a minha atitude. Tentou se levantar, mas é claro que eu não deixei. — E eu também não quero ir para a cantina. O professor passou um tanto de trabalho e eu preciso me adiantar se quiser ir bem em todos eles.

— Ótimo, então nós vamos para o seu quarto.

Isso está ficando engraçado.

Muito engraçado.

— Uooou! — Todas riram. — Que isso hein amiga? Você acabou de começar uma relação com a garota mais quente daqui e ela já quer ficar a sós com você no seu quarto?

— Que poder você têm hein? — Disse outra.

— O da beleza e sensualidade. — Respondi e mordi lentamente o lóbulo da sua orelha. Ela bateu nas minhas mãos, repreendendo-me com o olhar. — Além de ser extremamente nervosinha, minha loirinha.

Adrian já havia saído daqui.

Deve estar com ciúmes, só lamento.

— Vocês dois viviam brigando. Quem diria que por trás disso, vocês dois se amavam. — Comentou Dante, escorado no batente da porta.

Nós éramos de salas diferentes.

Desde quando ele estava ali?

— Pois é. — Se levantou irritada. — Foi tudo tão inesperado.

Que saco, sai daqui!

— Sim, mas sabe no que eu fico pensando? — Caminhou até nós, depois de afrouxar a gravata.

Ele adorava exibir toda aquela extensão do seu pescoço.

— Não, no quê? — Perguntou Enid, encarando-o.

— Em como você se apaixonou por ela. — Afirmou sério. — Todo esse amor é muito esquisito.

— É verdade. — Disse uma ruiva. — Até chiclete no seu cabelo a Wednesday já colocou!

Uma Namorada (Quase) Perfeita | WENCLAIROnde histórias criam vida. Descubra agora