𝙳𝚎𝚜𝚝𝚒𝚗𝚎𝚍 𝙵𝚘𝚛 𝙳𝚎𝚊𝚝𝚑: ᴵᴹᴬᴳᴵᴺᴱ 𝑪𝒉𝒊𝒔𝒉𝒊𝒚𝒂

21. Destinados ao alinho

S/n Shoukill

Já tinha me soltado de Chishiya há alguns vários minutos, talvez horas, e ainda andávamos nas ruas de Tokyo – Lentamente, por eu ainda estar ofegante.
A procura de um lugar calmo o suficiente para que passemos a noite e comamos antes de fazer Deus sabe o quê amanhã.

Os dois em silêncio.
Um silêncio constrangedor.
Chega a ser estranho esse clima se for pensar que alguns dias atrás nosso silêncio era apenas de conforto.

O clima parece... Traído.
A minha raiva tinha até que cessado após ver que as reais vítimas, Arisu e Usagi, tinham quase não se importado com o que Chishiya e Kuina fizeram, ou fingiam muito bem.
Entretanto, a decepção ecoa do meu coração para a boca. A vontade é de o fazer sentar aqui na rua e começar a xinga-lo, mas acho que temos algo mais importante a pensar.

Chishiya- Como vão as mãos?

-- Já pararam de tremer.

O mostrei a mão esquerda – Que estava ao mesmo lado que ele – estava parada. Totalmente. Já tinha recuperado meu controle sob ela.

Chishiya- Você me parece quieta demais, quase não te reconheço. – ele falava com as mãos nos bolsos um tanto sarcástico enquanto ainda andava – Podia jurar que ia se aproveitar do momento para xingar eu e minha mãe.

-- Não estou no clima, mas pode apostar que aqui dentro eu estou torcendo para você quebrar seus dedos enquanto anda.

Chishiya- Uau, que fofa. – debochou

Sua voz continua no mesmo tom de sempre, quase deixei escapar um sorrisinho com seu deboche, mas me controlei. Virei o rosto totalmente, antes não queria o olhar nos olhos, agora não quero nem o ver em visão periférica.

-- Você foi um idiota.

Chishiya- Já está no clima, é?

-- Não me interrompe!

Ele levantou as mãos em rendição e estava com sua expressão relaxada, mas estava claramente em deboche.

-- Eu jurava que você era um que saiu são e que não caiu nos delírios da Praia, no fim você me mostrou que era só um cara inteligente que se faz de idiota. Você traiu quem estava disposto a te ajudar.

Chishiya- Você só está vendo o lado em que eu sou o monstro que joga corpos para os leões, que tal tentar ver o lado em que eu sou um humano que não tem a mínima vontade de morrer e faria de qualquer coisa para evitar isso?

-- Inclusive virar um traidor?

Chishiya- Você fala com rancor, isso deixa a situação pior do que parece.

Revirei os olhos.

-- Ainda te acho meio imbecil. Acreditar nas mentiras da Praia e ser capaz de matar por elas me fez repensar meus conceitos sobre você. Para vencer, precisa manipular bem o suficiente para não se enganar também. Você é realmente tão bom quanto pensa? Ou apenas foi mais uma vítima de suas próprias mentiras?

Eu admito, talvez eu tenha falado com um pouco de rancor mesmo.

Ele me olhou com a cara relaxada enquanto ainda andávamos.
Ficamos em silêncio por alguns segundos, Chishiya estava para retrucar algo quando vi um prédio familiar.

-- Achei! Vem.

Peguei a mão dele e comecei a correr até o prédio que vi, era um prédio que eu via muito meus amigos vindo quando queriam uma noite longe de casa.

Passamos uns dois minutos correndo até lá, onde finalmente viramos a esquina para ficar de frente com o prédio.

Chishiya- Um... Motel?