Capítulo 3- Atirado ao fogo

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Merida

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Merida

Observei eris dormir quase a noite toda.

A respiração calma, tranquila, como se a mente navegasse por aguas profundas e se encontrassem muito, muito longe daqui. Me enrolo nos braços dele, e ele me abraça, murmurando algo que não consigo entender. Amanhã ele vai embora, e eu ainda tenho que me acostumar a ficar sem ele, de novo. 

Estar com eris é como respirar. É facil, é agradável, é necessário. Adormeço rápidamente, envolta pelo calor do corpo dele contra o meu, e relaxo bem. 

Acordo assustada, sozinha na cama. Eris está se trocando, pronto pra partir sem ao menos me avisar. O sono ameaça me levar de novo mas eu me sento, observando ele se trocar. Sem camisa, sentado de costas pra mim, ele coloca o sapato.

- ia ir embora sem se despedir? - ele hesita por uns segundos , como se tivesse levado um susto

- eu ia te acordar...daqui a pouco...- me aproximo dele e o abraço por trás, sem que ele sinta dor alguma.

Meus chás e os toques curativos funcionaram bem, minha sorte é que Eris não presta muita atenção no que toma, caso contrário, eu já estaria amarrada a uma fogueira a tempos. Ele se inclina pra trás e me coloca no colo dele, me observando de frente, e eu acaricio o rosto lindo que vejo, o observando sorrir e se inclinar ao meu toque, deixando um beijo na minha mão.- eu volto logo, se possível, antes do fim da semana.

- vou ficar esperando ansiosamente. - ele sorri levemente, e me abraça, deixando beijos pelo meu pescoço. Me arrepio puxando levemente o cabelo dele, sentindo os dentes do mesmo morderem um ponto sensível em meu pescoço.

Eris desce os beijos, e suspiro satisfeita, movendo a cabeça do mesmo pra onde quero que ele me beije, as maõs dele percorrendo meu corpo aonde quero que ele toque.

Ele me mataria se descobrisse. Sobre os chás, e as curas, e os feitiços jogados contra ele silenciosamente, como pedras jogadas dentro de um rio. Me mataria, com certeza. Pensar nisso dói. São como facas em meu coração, e cada vez que ele diz que ama, sinto as facas se afundarem cada vez mais. Estou enganando ele, e é tudo que ele mais odeia no mundo. Odeia ser feito de idiota, odeia não saber oque está acontecendo, e quando descobrir quem eu sou, oque eu sou, ele vai me matar. Não suporto essa ideia. O afasto o suficiente pra beija-lo. Intenso e quente, como sempre. Ele me aperta contra o próprio corpo, e eu o inclino na cama, o fazendo se deitar, e pressiono as maõs dele do lado da cabeça dele, entrelaçando nossos dedos, o sentindo sorrir levemente no beijo, e mordo o lábio dele levemente, afastando o beijo, com o último resquício de sanidade que ainda tenho. Ele suspira de olhos fechados, os lábios demonstrando um meio sorriso.

- vou sentir tanta falta disso, deus do céu. - dou uma risada, e o beijo de novo, desejando que ele fique, pra sempre. 

Depois do meio dia, ele parte, me dando um ultimo beijo e um sorriso brilhante. O assisto sumir na floresta, e fecho a porta, me sentando no chão. Choro e choro, até que meu peito pare de doer, com a sensação de o ver indo embora. Pego minha cesta, ponderando ir a cidade, gosto de lá, mesmo sabendo que só não me atiraram em uma fogueira por medo, de mim, e de Eris também. Respiro fundo, com um medo latejante crescente em meu peito , de que Eris descubra quem eu sou, e os ajude a me queimar.

A DAMA DE VERMELHOOnde histórias criam vida. Descubra agora