capítulo 15- O fim não justifica os meios.

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Merida

- acordou uma semana depois de sua chegada, está comendo bem, se recuperando bem, os machucados estão praticamente curados - a médica lista, anotando tudo em seu caderninho - receio que pode sair da cama em pequenos períodos, deve continuar a se alimentar adequadamente, e nada de extrapolias, senhor Vanserra. - ele assente, comprometido a tudo - logo logo vai melhorar completamente, se seguir tudo corretamente.

- obrigado doutora - murmuro, enquanto ela sorri pra mim, e nos deixa a sós.

- Eu te disse, estou forte como um leão - ele fala sorrindo, me abraçando pela cintura.

- Um leão pode levantar da cama - cantarolo e o olho sorrindo, enquanto ele me encara, os olhos brilhando.

- esse leão pode te fazer gemer mais alto que ontem a noite - ele sussura em meu ouvido, e beija meu pescoço, enquanto solto uma risada.

-aiai leãozinho , você sabe que também sei usar as garras - murmuro, e ele assente

- oh se sabe - rio o abraçando, e suspiro calmamente, me sentindo em casa.

Meu leãozinho sobreviveu.

[...]

sentada á poltrona, com um livro em mãos, me esforço para me manter acordada.

Eris já dormiu a tempos, sem camisa e profundamente. As cicatrizes espalhadas pelas costas dele brilham a luz das velas, juntamente com a pele levemente dourada. Ele dorme tranquilamente, a mão acariciando o travesseiro lentamente.
Não perguntei oque aconteceu. Ele também não comentou. Tem ignorado qualquer pergunta que remeta aos motivos de seu estado atual. Não insisto, pois no momento, tudo oque importa é que ele está bem, e melhorando.
Folheio o livro, que parece incrivelmente desinteressante, agora que tenho Eris pra observar. Observo com atenção a respiração calma, e o movimento lento e imperceptível dele ao respirar, o jeito como a mão acaricia o travesseiro lentamente, e os cabelos recentemente cortados, ainda desalinhados, secam imperceptívelmente ao olho nu. A paz que nos cerca é rara. Nem mesmo a cidade faz barulho, oque é estranho, dado o horario. A casa está silenciosa, não é possível ouvir nem sequer um ruído, alem do vento produzido pelas arvores.
Eris abre os olhos lentamente, e se vira de modo preguiçoso na cama, me encara com os olhos pequenos e respira fundo, retomando a consciência.

- Por que não deita aqui comigo? - ele murmura, a voz rouca e sonolenta.

- Eu não deveria. Você está de repouso.

- Quero dormir com você.

- tenho medo de te machucar.

- se você nao vier sozinha eu vou te buscar. - abro um sorrisinho, e largo o livro, me deitando ao lado dele. Ele estica o braço, e me ajusto perto a ele, sentindo um beijinho em minha testa, e os braços dele em volta de meu corpo. Ele me cobre, e levanto o rosto pra ele, dando um beijinho no nariz dele, e ele sorri pra mim.

- eu te amo. Acha que pode me perdoar?

- Perdoar por que?

- Por deixar isso acontecer. Sei que te machuca me ver assim.

- Você sabe minha opinião sobre seu plano, Eris.

- Eu sei. Mas é maior que eu, Merida. Preciso fazer isso.

- Você acha que precisa. Mas não precisa provar nada, Eris. Você só precisa deixar tudo isso pra trás.

- Isso significa deixar ele vencer. - Respiro fundo, e balanço a cabeça negativamente.

A DAMA DE VERMELHOOnde histórias criam vida. Descubra agora