Violet e sua indecisão.

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Aquela foi a primeira vez que nos beijávamos sem o acordo, era apenas eu e ela ali, suas mãos percorrendo meu corpo, seus lábios macios beijando-me e sua língua invadindo meu interior. Eu queria te provar, esperava por isso.

Meu corpo estava ali, na ponta do pé, sentindo cada toque em meus seios e em minha bunda, apertando, massageando, eu estava sem ar, Violet me deixava sem ar. Tudo nela me deixava pensativa, sua boca, seu sorriso, seus olhos, seu cabelo, principalmente quando está suada após treinar com seu time.
Ela sempre me pegava de surpresa em tudo o que faz, Violet fez despertar em mim um desejo que nunca havia sentido antes.

Seus beijos sedentos desciam até o meu pescoço, minhas pernas bambas e meu ventre contraindo, molhando minha calcinha completamente. Mas então, uma lembrança voltou em minha mente... Ela só quer te conquistar e te humilhar na frente de todos...

Isso não... Não pode acontecer.

— Não... Me larga! – desvencilhei-me de seus braços, a garota ficou confusa e se afastou, franzindo o cenho.

— O que aconteceu? Fiz algo errado?

— Eu... Preciso de espaço... Estou tão confusa... – chutei a parede com a sola do pé, trazendo meu sotaque britânico de volta. — Que merda!

— Confusa com o que? Se realmente gosta disso ou...? Eu pensei que quisesse tanto quanto eu.

— Confusa com o que você quer de mim! Você não me diz como você se sente, e na primeira oportunidade que tem quer apenas me beijar ou trepar comigo! A minha única escolha é acabar acreditando na Jade e aquele papo tosco de que você só quer me humilhar publicamente. – sentei na cama.

— De novo com esse assunto? – se virou, sentando no outro lado da cama. — Pela forma que andou me olhando esses dias... Parecia que você realmente acreditava em mim...

— Você sabe que se me contar como se sente seria tudo mais fácil! Não é difícil olhar nos meus olhos e dizer que está apaixonada por mim ou... Caralho... Dizer que não sente nada e acabamos com a merda desse teatro de uma vez!

Violet se jogou na cama com tudo, pondo as mãos no rosto. Olhei para ela, a garota não falava nada, mas respirava pesadamente, franzi o cenho, sentindo o ar se comprimir ao meu redor,  eu não sabia o que fazer realmente naquele momento, meu peito parecia pequeno, eu queria ir embora dali.

Levantei com um suspiro, lágrimas e mais lágrimas escapavam dos meus olhos, era tão difícil assim? Ou eu era desinteressante demais e ela realmente só queria sexo?

Respirei fundo, sequei as lágrimas caídas e me virei para a rosada ainda deitada, examinei a garota por completo, seus fios, seus piercings, sua tatuagem, seu colar, seu corpo... Violet olhou para mim, mas essa vez não foi como as outras na escola, onde ela me encarava mas desviava o olhar quando eu olhava de volta. Não foi assim dessa vez, ela me encarou como se enxergasse a minha alma.

Foda-se.

Em poucos passos voltei para a cama, mas dessa vez me sentei em seu colo, voltando a beijar seus lábios carnudos que me deixava tanto excitada.

As mãos de Vi seguravam o meu quadril com força, a garota mordeu e puxou levemente o meu lábio inferior, fazendo um gemido escapar de minha garganta. Sua destra agarrou minha nádega por baixo do vestido, segurando-a e apertando-a com força. Mas pela perca do oxigênio, separamos os nossos lábios, porém, em outra tentativa da rosada, eu recuei sem sair de cima da garota, olhando em seus olhos.

— Eu só quero ouvir da sua boca... Só quero ouvir que você me ama também.

Ela continuava a me olhar nos olhos, Violet era enigmática, e mesmo não querendo assumir isso, eu amava, amava ficar com ela, amava beijar ela todas as vezes que estávamos na escola, amava andar de mãos dadas e abraçar ela. Mesmo que eu falasse que a odiava mais que tudo na minha vida, na verdade era o contrário, eu a amava e esperava que ela me amasse também.

— Eu... É melhor... Pararmos com isso...

Meu coração se quebrou no mesmo instante, ouvir aquelas palavras acabaram comigo, acabaram com o meu coração.

Sai de cima dela e ajeitei o meu vestido, lágrimas desciam dos meus olhos mais intensamente, mas eu tentava não demonstrar isso.

— Me leva para casa, não quero mais ficar aqui. – olhei para ela uma última vez, mas Vi não me olhava nos olhos, meu rosto estava inchado e meus olhos vermelhos, já havia aceitado que toda vez iria ser assim. — Diz pra eles que eu passei mal e tive que ir embora.

— Tá... Eu te levo.

Peguei minhas coisas e descemos, a família ficou preocupada, mas Jinx parecia que sabia de algo, pois sua feição era de desagrado com a própria irmã. Entrei no carro sem falar nada e desci no estacionamento do dormitório ainda mais calada, não dei "tchau", não olhei para ela, apenas fui para o meu quarto, precisava chorar nos braços de Ahri.

Entrei e Violet foi embora, não sabia e nem ligava para qual seria a desculpa que ela usaria para explicar o motivo de ter voltado sozinha, eu só queria desabar, ficar deitada e nunca mais levantar.

— Cait? O que foi? – Ahri se aproximou, me recebendo em seus braços quentes, eu não ligava mais se eu chorava, apenas queria desabafar.

— Eu... Sou muito burra...

— O quê? Não! Você não é.

— Sou sim... Eu disse que a amava e ela me dispensou... Eu pensei que... Pensei que ela me amasse também... Eu... Pensei...

— Calma, meu amor... Ah, Vi... Que merda você fez... – murmurou, ela me abraçava forte, acariciava os meus fios e tentava me acalmar, eu agradecia tanto por ter uma amiga como Ahri comigo. — Vem deitar, vou ficar com você hoje.

— E o seu encontro aos domingos?

— Não deu certo com aquele cara, então não estou saindo com ninguém no momento... Gosto de outra pessoa... Mas ela não me quer, então... Não quero sair com ninguém.

Deitamos na cama, ela me abraçava forte, acariciava meus fios azuis e meu antebraço.  Respirei fundo, não queria continuar chorando, eu queria me libertar disso, queria...

— Quem é a pessoa? A pessoa que você gosta. – sequei minhas lágrimas, minha cabeça estava deitada em seu peito, então pude ouvir seu coração acelerar após a pergunta.

— É... Ela é da escola, mas você não conhece... – disse rápido demais, ela estava nervosa.

— Por que ficou nervosa, Ahri? – olhei para ela com um sorriso sapeca no rosto.

— N-nervosa? Coisa sua... Não estou nervosa, eu nada...

Gargalhei genuinamente, suas bochechas estavam coradas e seus olhinhos brilhavam.

— Você está sim! – subi um pouco mais, ficando com meu rosto na altura do dela. — Me conta, quem é?

— ... Cait... Eu não sei se é uma boa ideia...

— Contar? Você sabe que eu não vou contar pra ninguém...

— Não é sobre contar para alguém, eu sei que você não faria isso... É que... Eu ainda não estou confortável em falar sobre ela... – Ahri me encarava, suspirando pesadamente, analisando meu rosto inteiro.

— Então tudo bem, okay? – deitei novamente em seu peito, aproveitando o carinho.

Precisava esquecer de Violet, eu quero esquecer dela, mesmo precisando a ver todos os dias na escola, mas eu preciso fazer com que ela não saia vitoriosa disso, mas não sabia como.

Eu estava tão cansada que acabei capotando ali mesmo, nos braços da loira e em sua cama.

Valentine's Day - CaitViOnde histórias criam vida. Descubra agora