Ahri.

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Minha amiga, minha melhor amiga, é como se eu conhecesse ela há anos, a vida inteira. Desde que nos conhecemos, ela sempre esteve ao meu lado, me guiando e me ajudando com tudo, sempre sendo a única que me defendia de sua irmã, a única que parou de ser uma Bunnie por mim, pela nossa amizade.

Mas, sua confissão na festa enquanto estávamos nas férias me fez repensar em muitas coisas, como por exemplo, os beijos nas bochechas que eu dava em agradecimento, andar de mãos dadas quando íamos para algum lugar no almoço, -o que havia se tornado bastante comum para nós duas-, até mesmo dormirmos juntas na mesma cama, eu sempre evitava fazer essas coisas e com o tempo, ela percebeu e deixou de insistir. Me sentia culpada, mas ao mesmo tempo me convencia de que isso era o melhor para a nossa relação sair daquele buraco.

Na festa, desejei que Ahri encontrasse alguém que a fizesse me esquecer, mas após a conversa, não vi a garota em lugar nenhum, nem no nosso dormitório, até que no outro dia fiquei sabendo que acabou dormindo na casa dos pais já que era mais próximo da área. Nossa relação não tinha mudado muito, ficou apenas mais estranha, porém acabei percebendo que era apenas da minha parte, já que a loira realmente estava tentando mudar, e essa informação me deixava ainda mais culpada.

Ahri não merecia passar por isso, e eu estava apenas piorando as coisas.


[...]


– Do que você gosta? – Violet indagou curiosa. Estávamos saindo há dois meses e não sabíamos do que gostávamos sexualmente, tínhamos conversas de cunho sexual mas ainda assim não sabíamos dos desejos uma da outra.

– Talvez eu te mostre qualquer dia desses. – respondi à altura, depois de tanto perdemos o controle das conversas no meio da noite, perdi a vergonha que tinha de falar algo assim.

Seu quarto cheirava a lavanda por conta do aromatizador no batente da janela, a sua cama estava pouco bagunçada, alguns raios do pôr do sol batiam na parede cinza, eu podia ver nossos reflexos nos espelhos das fases da lua em sua parede, logo acima de sua cabeceira. Tinha perdido as contas das vezes que vim aqui, este dormitório era tão familiar para mim, era o único lugar da escola onde podíamos ficar em paz, já que sua colega de quarto saiu da escola e em contrapartida, tínhamos o espaço inteiro para nós duas com uma cama de casal nova.

– Por que talvez? Achei que realmente quisesse.

– E quero, só não sei se as outras nos dormitórios ao lado querem me ouvir gemer. – sorri largo, fazendo a mais velha gargalhar.

– Pode ter certeza, vou garantir que elas não ouçam.

Suas belas orbes claras me encaravam de cima a baixo, seus lábios entreabertos, alguns de seus fios curtos e coloridos em sua testa, e a sua respiração já estava começando a ficar descompassada. A porta do dormitório estava fechada, mas não trancada, mas seu olhar havia me prendido ali, eu não queria levantar da cama, apenas queria subir em seu colo e mergulhar nos seus lábios macios.

Como se soubesse dos meus pensamentos e desejos pecaminosos, Violet sorriu de canto, levantou da cama e lentamente andou até sua porta para trancá-la. Nunca tínhamos transado antes, apesar dos desejos, das vezes que passamos apenas nos beijos e nas mãos bobas, e das conversas provocantes no meio da noite. Não vou negar que estava nervosa, a última vez que tinha feito isso foi há muito tempo e nem tinha sido com uma mulher, mas apenas de olhar para ela eu ficava molhada, meu corpo necessitava do dela, assim como sei que o dela também precisava do meu.

– Não se preocupe, temos toda a privacidade do mundo aqui. – ela voltava para a cama em passos curtos, andando em minha direção, seus olhos não desviavam dos meus, seu peito subia e descia desesperadamente, ela estava sedenta e isso era nítido, eu não conseguia manter meu olhar no dela, sua presença era forte e o desejo que apenas uma olhada transmitia me deixava sem fôlego. – Baby, não desvie o olhar... Quero que olhe nos meus olhos até gozar.

Valentine's Day - CaitViOnde histórias criam vida. Descubra agora