Capítulo 10

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Alyssa POV's

   Acordo sentindo as gêmeas me pintando novamente, estávamos na sala do trono. Mas, não era um baile dessa vez. Apenas um entretenimento noturno, pelo visto sendo nós duas. Depois que bebemos o vinho, no entanto, ficamos piedosamente alheias ao nosso redor.
    Noite após noite, fomos vestidas do mesmo jeito e acompanhadas por Rhysand até a sala do trono. Então, nos tornamos os brinquedos de Rhys, as meretrizes da vadia de Amarantha. Acordávamos com vagos pedaços de lembranças - uma ficava no colo de Rhys enquanto a ouitra dançava ao redor, sempre revezando. Ele sempre ria das mãos manchadas de azul dos lugares que nos tocava, na Feyre era somente na cintura e nos braços. Em mim era todos os cantos, barriga, colo, coxas, mãos. Ele nos fazia dançar até que ficássemos enjoadas e, depois de colocar tudo pra fora, nos mandava começar de novo.
     Acordava enjoada e exausta toda manhã, embora a ordem de Rhys para os guardas tivesse funcionado. As atividades noturnas nos deixavam bastante cansadas, Feyre passava os dias dormindo enquanto eu pensava no enigma para passar o tempo. Percebia que Feyre sofria a cada noite que entrávamos na sala do trono.
      Tínhamos acabado de ser pintadas e vestidas novamente, quando Rhys entra no quarto. As gêmeas saem pelas paredes e somem, Rhys fecha a porta ao invés de nos chamar como sempre.

- Sua segunda tarefa é amanhã à noite - fala inexpressivo, o bordado dourado e prateado em sua túnica brilhavam à luz das velas. Jamais lhe vi usar outra cor, apesar de que preto é totalmente sua cor. 

- E daí? - Feyre fala arrogante, me viro para Rhys enquanto cruzo os braços.

- Pode ser sua última noite - retruca se recostando na porta, me encara firme nos olhos e sinto meu rosto pegando fogo. 

- Se está nos provocando para que entremos em outro de seus joguinhos, está desperdiçando o fôlego - rebate virando a cara, suspiro me sentando na penteadeira e sinto Rhys atrás de mim mexendo no meu cabelo.

- Não vai me implorar por uma noite com seu amado? - murmura passando a escova pelos meus cabelos escuros.

- Terei essa noite e todas outras depois, assim que completarmos a última tarefa e saí de perto da minha irmã! - exclama raivosa, minhas sombras rodeiam Rhys murmurando coisas safadas.

- Imagino se era tão teimosa com Tamlin quando era sua prisioneira - ele afirma dando de ombros, me viro bruscamente para Feyre com um olhar mortal.

- Ele jamais me tratou como prisioneira ou como escravizada ao dispor dele! - se defende de forma afobada, Rhys aperta meu ombro em sinal de calma.

- Não... e como poderia? Não com a vergonha e a brutalidade dos irmãos sempre pesando sobre ele, a pobre e nobre besta. Mas, talvez, se tivesse se dado o trabalho de aprender uma ou duas coisas sobre crueldade, sobre o que significa ser um Grão-Senhor de verdade, teria evitado que a Corte Primaveril caísse - resmunga arrumando meu cabelo.

- Sua corte também caiu - Feyre rebate ácida, tristeza lampejou naqueles lindos olhos violetas. Eu não teria reparado caso não tivesse... sentido... bem no fundo - Quando você estava vagando livremente durante a Noite da Fogueira, no Rito, disse que aquilo lhe custou. Você foi um dos Grão-Senhores que vendeu sua lealdade a Amarantha em troca de não ser obrigado a viver aqui embaixo?

    Percebo que qualquer tristeza nos olhos dele sumiu, restando apenas uma calma fria e reluzente. Eu podia jurar que uma sombra de asas poderosas manchara a parede atrás dele.

- O que eu faço ou fiz por minha corte, não é de sua conta - fala frio se afastando de mim, suspiro sentindo um desconforto no peito.

- E o que ela tem feito durante os últimos 49 anos? Fazendo a corte e torturando todos como quer? Com que objetivo? - pergunto apreensiva me virando pra ele, "conte-me tudo o que lhe aflige, por favor" imploro em minha mente sentindo o bolo na garganta.

A Archeron Mais VelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora