Capítulo 17

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Alyssa POV's

  Eu ainda olhava para as costas musculosas de Rhys conforme mantinha meus olhos e sentidos em alerta enquanto ele me guiava pelos corredores do prédio principal, as montanhas extensas e o céu azul intenso e as minhas sombras eram as únicas testemunhas de nossa caminhada silenciosa.
  Eu estava, de certa forma, exausta demais para perguntar aonde íamos e Rhys não incomodou em explicar enquanto me levava mais e mais para cima... Até que entramos em uma câmara redonda no alto da casa.
  Uma mesa circular de pedra preta ocupava o centro, ao passo que a extensão mais ampla da parede de pedra cinza ininterrupta estava coberta com um imenso mapa de nosso mundo. Fora marcado tinha bandeiras e alfinetes, os motivos eu não sabia dizer, mas meu olhar passou para as janelas ao redor da sala: tantas que parecia totalmente exposta, arejada. O lar perfeito, imaginei, para o Grão-Senhor abençoado com asas.
  Rhys caminhou até a mesa, onde havia outro mapa aberto e miniaturas pontuavam sua superfície, um mapa de Prythian e de Hybern.
  Cada corte em nossa terra tinha sido marcada, assim como aldeias, cidades, rios e vielas. Cada corte, até mesmo a Corte Noturna. 
  Vi Rhysand me observando, ele ergue a sobrancelha ao ver a pergunta discreta em meus olhos.

- Nada a perguntar? - questiona cruzando os braços, desvio o olhar sentindo minhas bochechas vermelhas. Escuto um risinho de Rhys quando olho para o mesmo. Ele empurrava meu queixo, delicadamente, em direção ao mapa de novo - O que você vê?

- Um mundo dividido em dois - murmuro baixo brincando com a miniatura da casa que estávamos.

- E acha que deveria permanecer assim? - questiona sereno, paro de brincar e presto atenção de verdade no mapa. Memorizo o mesmo rapidamente, graças a minha memória fotográfica. 

- Minha família... - me interrompo ao pensar nas inúmeras possibilidades da muralha cair, nenhum pensamento me agrada.

- Sua família humana - Rhys completa minha fala, mordo o lábio tentando encaixar meus pensamentos no lugar - Seria, profundamente, afetada se a muralha fosse derrubada... Não seria? Tão perto da fronteira... Se tiverem sorte, fugirão pelo oceano antes que aconteça.

- Eles vão! - falo firme, traço um caminho com o dedo o antigo chalé para a mansão no mapa. Sinto seu olhar fixo em mim, minhas sombras se animam por isso.

- Como sabe? - pergunta desconfiado, desvio meu olhar para a janela.

- Sabendo, deixei alguém do nosso mundo protegendo minha família. Vai saber quando algo ruim acontecer neste lado da muralha, levará minha família para um local seguro e só - respondo dando de ombros, prefiro não dar muitos detalhes - Enfim, vai acontecer né? A queda da muralha.

- Talvez - responde enigmático, "por quê?" pergunto em sua mente e ele me encara sério - Porque a guerra se aproxima, querida. Não vou invadir as terras mortais, se é o que pensa.

- Não pensei, mas será contra quem? - fui direta na minha pergunta, vejo um brilho diferenciado em seus olhos.

- O rei de Hybern está planejando a campanha para reivindicar o mundo ao sul da muralha há mais de 100 anos. Amarantha foi uma experiência, um teste de 49 anos, para ver com que facilidade e por quanto tempo um território poderia cair e ser controlado por um dos seus comandantes - Rhys me explica, 49 anos não era nada para um imortal. Não estou surpresa ao ouvir que o rei estava planejando isso há muito mais que um século.

- Prythian... É tudo o que está entre ele e o continente, né? Ele terá que tomar algumas terras feéricas para reivindicar as terras humanas de lá, quem vai interceptar a frota de conquista? - pergunto enquanto monto uma rápida estratégia, estava pensando automaticamente como uma general com anos de experiência em guerra.

A Archeron Mais VelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora