Chapter 2

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Juliette Fairmont

Infelizmente nós três não tínhamos muitas aulas em conjunto, mas de vez em quando nos encontramos entre uma troca ou outra de aula. Eu estava caminhando para uma das minhas últimas aulas antes do intervalo até que vi Ben mexendo em seu armário.

— Qual o seu problema? - Dei um tapa nele assim que cheguei perto o bastante.

— Aí! - Ele reclamou, massageando o seu braço. — O que deu em você?

— O que deu em mim? - Olhei de forma incrédula. — O que deu em você!

Apontei para ele e Ben começou a pensar por alguns segundos até que lembrou do que aconteceu no carro.

— Ah... Tá falando daquilo - Ben segurou o riso enquanto colocava os livros no armário e tirava outros.

— É, eu estou falando daquilo. - Reafirmei enquanto esperava ele prestar atenção em mim.

— Jules, eu te amo e sou seu melhor amigo, mas você precisa tomar alguma atitude com a Kathy. - Ben fechou o seu armário e me olhou

— Você sabe que eu não posso dizer que eu gosto dela... - Passei a sussurrar enquanto garantia que ela não estava por perto para escutar.

— Você tem medo que a amizade das duas acabe, eu sei. - Ben colocou suas mãos apoiadas em meus ombros. — Jules, vocês são fofas juntas, estão destinadas a ficar juntas, eu sinto isso.

— Tem certeza? - Perguntei com receio e Ben moveu sua cabeça em concordância.

Mesmo com o apoio dele, não sei se consigo contar para ela o que eu sinto, em minha mente, isso tudo ainda parece ser muito complicado. Pelo nosso histórico, não tem como nós duas ficarmos juntas, mas eu não quero e nem vou ser igual a todos os outros vampiros imaculados da minha família, eu não quero ter que machucar ela ou nenhum outro humano só porque eu nasci para isso.

— Acho melhor você se apressar, sua próxima aula é com ela. - Ben apontou pro relógio que tinha na parede do corredor.

Ben acenou brevemente enquanto se despedia de mim para ir até a sua próxima aula. Antes que eu pudesse fazer o mesmo, fui surpreendida por uma dor aguda em minha cabeça, estava acontecendo de novo.

Minha visão, de repente, se tornou mais avermelhada, tudo que era vermelho, se tornou ainda mais vivo em minha visão, minha audição ficou mais sensível, eu podia sentir o sangue circulando pelas veias de todos que passavam perto de mim, o som de seu coração batendo era como música para os meus ouvidos e eu detestava isso.

Tentei fazer algum método de respiração para que a dor parasse, não era para isso estar acontecendo agora, a pílula de sangue ainda deveria estar fazendo efeito no meu corpo.

— Jules, tá tudo bem? - Me assustei com a voz de Kathy logo atrás de mim.

Me virei rapidamente e pude ver sua feição preocupada, mas não prestei muita atenção em seus olhos. Ela estava muito perto, o cheiro do seu sangue era doce, hipnotizante, quase que irresistível. Tive que piscar algumas vezes para focar em outra coisa sem ser o som do seu coração bombeando sangue para a sua corrente sanguínea.

— Vamos, estamos quase atrasadas para a aula de química. - Kathy segurou a minha mão e me puxou para acompanha-la.

O toque de sua mão parecia tão quente, por algum motivo, senti um efeito calmante assim que senti o calor de sua mão tocando a minha. Se eu não fosse imortal, eu poderia morrer agora.

Katherine Donovan

A aula estava mais chata do que eu tinha previsto, a professora de química tinha faltado hoje, então colocaram um professor substituto e isso foi a pior coisa que puderam fazer. Esse professor não estava se dando o trabalho de passar nenhuma matéria nova, apenas as que já vimos antes com nossa professora.

Um tipo diferente de monstro - Juliette FairmontOnde histórias criam vida. Descubra agora