Juliette Fairmont
Desde que cheguei da escola, fiquei em minha cama encarando o teto, pensando em milhares coisas de uma vez só. A principal dona dos meus pensamentos era Katherine, as pílulas estavam perdendo o efeito e isso era perigoso, meu corpo pedia por sangue humano, mas eu não quero acabar machucando ela por causa disso.
Escutei algumas batidas na porta do meu quarto e logo avisei que poderia entrar, assim que a porta foi aberta, vi minha irmã, Elinor, entrar no meu quarto. Ela estava com seu típico rosto confiante e seu ar de superioridade, mesmo que seu sorriso esteja sempre no rosto, ela conseguia intimidar qualquer um e a qualquer hora.
— Soube que vai ter uma festa hoje. - Elinor caminhou até próximo a minha cama, ficando parada ao meu lado.
— Eu sei o que você quer dizer e a resposta é não. - Falei antes mesmo dela perguntar, pois eu já sabia o que estava por vir.
— Juliette, por quanto tempo você vai negar sua natureza? - Elinor arqueou a sobrancelha.
— Elinor, você sabe que eu não estou pronta. - Coloquei minhas mãos em meus olhos, tampando a minha visão da luz do quarto.
— Você tem que estar. - Senti o peso de Elinor sobre o colchão. — Quanto mais você esperar, mais o seu corpo vai pedir por sangue.
Elinor começou a passar sua mão pelo meus cabelos, fazendo carinho em minha cabeça, ela sempre fazia isso quando tentava conversar comigo e eu ia contra a sua opinião.
— Você pode escolher qualquer um. - Elinor respirou fundo. — Basta escolher e o resto seu instinto vai agir por si só.
Eu sabia o que tinha que fazer para conquistar a minha primeira morte, mas eu não queria, não tenho aversão ao que eu sou, apenas não gosto da ideia de matar uma pessoa inocente para poder ser quem eu sou.
— Sabe o que vai acontecer caso você não faça a sua primeira morte? - Elinor perguntou ao tirar as minhas mãos do rosto, me obrigando a encara-la. — Você vai ficar tão cega pela fome que vai matar a primeira pessoa que ver pela frente.
Elinor se levantou da cama e andou até a minha mochila, que estava em cima da escrivaninha. Fiquei confusa sobre o que ela queria na minha mochila, mas quando ela retirou a minha caixa com a cápsulas, entendi onde ela queria chegar.
— Está vendo isso? - Elinor me mostrou as pílulas. — Você está tomando mais que antes, elas estão perdendo o efeito.
— Eu deixei cair algumas... - Tentei criar uma desculpa para não admitir isso, mas no fundo eu sabia que Elinor tinha razão.
— Jules, eu sou sua irmã e eu te amo muito, mas se você não fizer algo, vai colocar toda a nossa família em risco. - Elinor me olhou de forma séria. — Sabe o quanto ele lutou para nos trazer para cá sem chamar atenção dos humanos.
— Eu sei... - Comecei a encarar o chão.
— Então busque no coração se existe alguém que lhe chame atenção. - Elinor se aproximou em passos lentos.
— Tem uma garota, a Kathy. - Senti meu coração bater mais rápido apenas em lembrar dela. — Ela mexe comigo de uma forma assustadora.
— Ótimo! - Elinor usou um tom de voz animado. — Mate-a.
— O que? - Ergui meu olhar até ela para ver se Elinor realmente estava levando isso a sério e ela estava. — Eu não sou mata-la, eu a amo.
— Você não a ama, o que você tá sentindo é fome, Juliette. - Elinor aproximou o seu rosto do meu. — Foi a mesma coisa que senti quando matei pela primeira vez.
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Um tipo diferente de monstro - Juliette Fairmont
FanfictionJuliette Fairmont, uma garota meiga e amável, consegue ser bem tímida quando está próximo de alguém que ela se sente atraída romanticamente, mas, acima de tudo, Jules guardava um segredo de seus amigos. Ela era uma vampira, mas não uma vampira qualq...