Chapter 4

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Juliette Fairmont

Desde que cheguei da escola, fiquei em minha cama encarando o teto, pensando em milhares coisas de uma vez só. A principal dona dos meus pensamentos era Katherine, as pílulas estavam perdendo o efeito e isso era perigoso, meu corpo pedia por sangue humano, mas eu não quero acabar machucando ela por causa disso. 

Escutei algumas batidas na porta do meu quarto e logo avisei que poderia entrar, assim que a porta foi aberta, vi minha irmã, Elinor, entrar no meu quarto. Ela estava com seu típico rosto confiante e seu ar de superioridade, mesmo que seu sorriso esteja sempre no rosto, ela conseguia intimidar qualquer um e a qualquer hora. 

— Soube que vai ter uma festa hoje. - Elinor caminhou até próximo a minha cama, ficando parada ao meu lado. 

— Eu sei o que você quer dizer e a resposta é não. - Falei antes mesmo dela perguntar, pois eu já sabia o que estava por vir.

— Juliette, por quanto tempo você vai negar sua natureza? - Elinor arqueou a sobrancelha.

— Elinor, você sabe que eu não estou pronta. - Coloquei minhas mãos em meus olhos, tampando a minha visão da luz do quarto.

— Você tem que estar. - Senti o peso de Elinor sobre o colchão. — Quanto mais você esperar, mais o seu corpo vai pedir por sangue.

Elinor começou a passar sua mão pelo meus cabelos, fazendo carinho em minha cabeça, ela sempre fazia isso quando tentava conversar comigo e eu ia contra a sua opinião.

— Você pode escolher qualquer um. - Elinor respirou fundo. — Basta escolher e o resto seu instinto vai agir por si só.

Eu sabia o que tinha que fazer para conquistar a minha primeira morte, mas eu não queria, não tenho aversão ao que eu sou, apenas não gosto da ideia de matar uma pessoa inocente para poder ser quem eu sou.

— Sabe o que vai acontecer caso você não faça a sua primeira morte? - Elinor perguntou ao tirar as minhas mãos do rosto, me obrigando a encara-la. — Você vai ficar tão cega pela fome que vai matar a primeira pessoa que ver pela frente.

Elinor se levantou da cama e andou até a minha mochila, que estava em cima da escrivaninha. Fiquei confusa sobre o que ela queria na minha mochila, mas quando ela retirou a minha caixa com a cápsulas, entendi onde ela queria chegar.

— Está vendo isso? - Elinor me mostrou as pílulas. — Você está tomando mais que antes, elas estão perdendo o efeito.

— Eu deixei cair algumas... - Tentei criar uma desculpa para não admitir isso, mas no fundo eu sabia que Elinor tinha razão.

— Jules, eu sou sua irmã e eu te amo muito, mas se você não fizer algo, vai colocar toda a nossa família em risco. - Elinor me olhou de forma séria. — Sabe o quanto ele lutou para nos trazer para cá sem chamar atenção dos humanos.

— Eu sei... - Comecei a encarar o chão.

— Então busque no coração se existe alguém que lhe chame atenção. - Elinor se aproximou em passos lentos.

— Tem uma garota, a Kathy. - Senti meu coração bater mais rápido apenas em lembrar dela. — Ela mexe comigo de uma forma assustadora.

— Ótimo! - Elinor usou um tom de voz animado. — Mate-a.

— O que? - Ergui meu olhar até ela para ver se Elinor realmente estava levando isso a sério e ela estava. — Eu não sou mata-la, eu a amo.

— Você não a ama, o que você tá sentindo é fome, Juliette. - Elinor aproximou o seu rosto do meu. — Foi a mesma coisa que senti quando matei pela primeira vez.

Um tipo diferente de monstro - Juliette FairmontOnde histórias criam vida. Descubra agora