Chapter 8

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Katherine Donovan

Um banho quente era tudo que eu precisava, minha cabeça estava barulhenta então aquela água morna fez meus pensamentos ficarem mais calmos. Enquanto eu escovava os meus dentes na pia do banheiro, fiquei encarando o meu reflexo no espelho, meus olhos foram em direção ao meu pescoço, agora limpo e sem nenhuma marca.

Passei a mão no local onde estava a marca das presas de Juliette, pelo toque ainda consegui ter um flashback daquela sensação novamente, mas não havia nenhuma marca, isso era o que me intrigava, de todos os livros que eu li, parece que nenhum era o bastante para me falar mais sobre o tipo de vampiro de Juliette era, nunca li sobre marcas de mordidas que desapareciam.

Ao terminar de escovar os meus dentes, saio do banheiro, ainda com a toalha enrolada ao meu corpo e me direciono ao guarda-roupa, procurando pelo meu conjunto de moletons, a roupa mais confortável de se usar no frio de Savannah.

Depois de pronta, me sento na cama e começo a pentear o meu cabelo, já que resolvi lava-lo. Minha casa estava um completo silêncio, aquilo era estranho, já que na maioria das vezes ao menos o som da televisão da sala ligada era o som comum na casa. Ainda penteando o cabelo, me levantei da cama e caminhei pelo quarto, até a porta, a abrindo e tentando ver onde minha mãe estava.

Assim que coloco a minha cabeça para fora do quarto, percebo que a luz de seu quarto está ligada, comecei a escutar alguns sons, me fazendo notar que ela estava mexendo em algumas caixas do guarda-roupa, como se tivesse fazendo alguma faxina. Eu iria deixar aquilo para lá e voltar para o meu quarto, mas algo me chamou a atenção.

— Você já chegou no local? - A voz dela parecia séria. — Ótimo! Estou a caminho.

Depois disso, escurei mais alguns barulhos e passos apressados para fora do quarto, me fazendo entrar em alerta e agir rapidamente para me esconder de volta no quarto, para ela não perceber que voltei da festa cedo demais, isso geraria perguntas e não estou pronta para respondê-las agora.

Voltei a olhar para o corredor, quando escutei os seus passos descendo as escadas. Aquilo era estranho, não que eu me importasse da minha mãe sair no meio da noite, mas o jeito que ela falou ao telefone, ela parecia séria demais. Logo, escutei a porta da casa se abrindo e em seguida fechando novamente. Eu estava sozinha em casa.

Fiquei um tempo processando aquilo, a curiosidade tomou conta de mim, fiquei encarando a porta do quarto da minha mãe, a porta estava aberta, ela sempre está aberta, mas dessa vez a luz está acesa, parecia que não era apenas a curiosidade me chamando para entrar ali, mas algo a mais me atraía na direção daquele quarto.

Eu sabia que era errado, de alguma forma eu estaria invadindo a privacidade da minha mãe, coisa que ela nunca fez comigo, nós sempre tivemos uma relação de respeito e privacidade uma com a outra, não que precisasse disso, já que sempre que acontecia alguma coisa nova, ou quando eu descobria algo, ela era a primeira pessoa que eu mostrava e contava essa coisa nova.

— Eu não vou mexer em nada... - Falei me rendendo a curiosidade e caminhando até o quarto dela. — Só vou apagar a luz.

Tentei convencer a mim mesma que não tinha segundas intenções ao ir na direção do quarto da minha mãe, apenas apagar a luz e verificar se tudo estava bem era o suficiente para mim. Ao chegar na porta do quarto, que estava entreaberta, coloquei a mão na maçaneta e empurrei com calma, tendo visão de todo o quarto. Tudo estava organizado, apenas a luz estava acesa.

Aquilo tinha tudo para ser apenas coisa da minha cabeça, mas depois do que eu descobri hoje, sobre Juliette e acredito que toda a família dela, não tenho posição de duvidar de mais nada. Quando coloco minha mão no interruptor para apagar a luz e seguir o meu caminho para o quarto, algo chama a minha atenção, o seu guarda-roupa estava um pouco bagunçado.

Um tipo diferente de monstro - Juliette FairmontOnde histórias criam vida. Descubra agora