Capítulo 2

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-Vamos lá

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-Vamos lá. 'Pra quem você trabalha? -Me sento à sua frente, colocando sobre a mesa os papéis que eu segurava. Vejo Bryan revirar os olhos, desgostoso.

-Me solta logo. Nós dois sabemos que tudo o que você está armando não vai dar em nada. -Sua voz é em um tom entediado, assim como sua expressão. Ele está relaxado sobre a cadeira. É como se estivesse no sofá da sua casa assistindo a uma série. Como ele pode ser tão folgado?

-Eu já disse, playboy, eu não vou facilitar 'pra você. Você pode até sair ileso dessa, mas pode ter certeza que eu vou sempre ser uma pedra no seu sapato, assim como você está sendo 'pra mim agora. Facilita meu trabalho, fala logo. -Tento relaxar na cadeira, assim como ele, mas não sei porque, eu não consigo. Eu estou tensa, nervosa, eu me sinto desconfortável com os olhos dele sobre mim. O que esse idiota fez? Eu quero prendê-lo, porra.

Bryan se levanta, com suas mãos para trás, presas em minhas algemas. O playboy caminha em minha direção.

-Por que não me fala seu valor e facilita tudo 'pra nós dois, marrentinha? -Ele diz em meu ouvido, com sua voz rouca, me causando... ARREPIOS? QUE PORRA É ESSA? O que 'tá acontecendo comigo?

-Vai se foder! Por mim, você pode enfiar o dinheiro do seu papai no cu. -Tento disfarçar a forma como meu corpo, por algum motivo idiota, respondeu a essa atitude de playboy. Eu estou possessa. -Senta! -Mando, olhando em seus olhos, com uma expressão indiferente em meu rosto. -Agora!

-Só se for 'pra você sentar em mim. -A expressão séria e indiferente ainda presente em seu rosto. Então, eu me levanto, sem tirar meus olhos dos seus, assim como ele.

-Pode apostar, isso nunca vai acontecer. Eu prefiro ser presa, a me submeter a ter qualquer contato com você, playboy. -O vejo sorrir de canto e olhar para baixo, mas logo volta seu olhar para mim.

-Sabe, eu adoro algemas. Mas eu estou mais acostumado a utilizá-las em outras ocasiões. -Ele caminha lentamente, ficando ainda mais próximo de mim, como se fosse possível. Com um sorrisinho nos lábios, eu daria tudo para arrancá-lo de seu rosto. -Quem sabe um dia você esteja em uma dessas ocasiões. -Sua voz rouca e grossa atinge meus ouvidos, causando-me arrepios na nuca. Aperto minhas mãos em punhos, com raiva correndo por minhas veias.

-Ok. Não quer falar 'pra quem você trabalha? Tube bem, eu tenho mais fontes. Mas não ache que se livrou de mim, playboy. - Bato na mesa, me levantando. Minha voz é pura raiva. Desvio meu olhar do seu, pego meus papéis que estavam sobre a mesa e passo por ele, esbarrando em seu ombro de propósito.

-Acabei com ele. Podem levá-lo. -Anuncio para que abram a sala e eu possa prosseguir com os outros detentos.

Eu vou foder esse playboyzinho, nem que seja a última coisa que eu faça. Ele vai apodrecer na cadeia. Eu estou com tanta raiva, que daria tudo para acabar com ele. Como ele pode se achar tão superior?

(...)

-Boa noite! Eu vim ver meu irmão, você poderia me dizer onde ele está? -Ouço uma mulher de cabelos preto, calça jeans e um top preto, com os cabelos em um rabo de cavalo frouxo. Ela estava de costas para mim, apoiada sobre o balcão da delegacia. Eu caminho até ela, deixando meus relatórios sobre minha mesa.

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