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                                        Tiago
Agora aqui estou eu indo a Copacabana pela primeira vez conhecer o apê super de pobre da minha tia rica com meus dois amigos apocalípticos no carro do Wesley, ele nem deve ter carteira.
Meu padrasto surtou quando eu falei que ia vim, mas ele não podia me barrar, ele não tinha argumentos contra mim. Então eu simplesmente peguei e vim.
A viagem durou cerca de 50 minutos, fomos o passeio inteiro cantando os funks mais em alta daqui do RJ e a resenha não teve como ser melhor!

                                      Gabi
Tem certeza que isso vai dar certo Leonardo?
Obviamente não iria.

Eu estava me arrumando para o réveillon, decidimos ir a praia com alguns amigos do Léo.
Sim eu ouvi um amém irmãos? Meu irmão me chamou pra um rolê.
Para quem está com alguma dúvida, não eu não tenho amiga nenhuma, no máximo umas colegas e algumas fãs que gostam de me acompanhar pelas redes sociais.

— Vai criar coragem e pedir pro papai se você pode ir comigo ou tá com medinho? — Léo me provoca.

— Medinho? Até parece... Só vou terminar de me arrumar e... — passo meu perfume — tô pronta!

*look da Gabi*

*se não gostar é só imaginar outro* :)

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*se não gostar é só imaginar outro* :)

— Tá bonitinha até. — Leonardo fala me admirando.

— Vou levar em consideração esse elogio de quinta. — o respondo sorrindo sarcasticamente.

Saio do meu quarto e vou em direção a sala onde meus pais estão sentados provavelmente esperando os convidados chegarem.

— Filhinha! Como minha princesinha está linda!!! — minha mãe diz pegando minha mão me dando um giro.

— Obrigada mãe! — o respondo beijando sua bochecha — preciso pedir uma coisinha pra vocês.

— Pode falar filha. — meu pai fala concentrado em seu celular provavelmente entendendo palavra nenhuma minha — é uma bolsa, uma roupa nova?

— Não papai, tô precisando disso mas... Hoje quero pedir uma coisinha diferente. — engulo seco — Posso passar o réveillon com o Leonardo na praia?

— O que??? — ele tira os olhos do celular me olhando furiosamente —De jeito nenhum.

— Mas por que?

Já comecei a desanimar, que legal.

— Filha esses lugares não são pra você, vem gente do país inteiro pra cá, você não sabe que tipo de gentinha tem ali embaixo. — ele fala abrindo uma brecha da cortina da nossa janela imensa da sala. Dava pra ver que muitas pessoas já estavam a espera dos fogos de artifícios e da festa começar.

O tom dele se torna preconceituoso, eu ia começar a responder ele mas minha mãe começa primeiro.

— Ricardo nossa filha já tem 17 anos, é quase uma maior de idade.

— Disse certo Mônica, quase.

— Que seja, você tem que entender que nossa filha tem maturidade suficiente para sair pra esses lugares e se divertir como todo jovem faz! Além disso ela não vai em má companhia, Leonardo vai com ela.

— Ouvi meu nome o que tem eu? — Leonardo brota na sala interrompendo a conversa. Ele lança um olhar pra mim do tipo o que que tá acontecendo? E eu lanço um olhar o respondendo, dando a entender que fudeu maninho, não deu certo.

— Pai, vai ser divertido! Toda festa eu passo com vocês e eu só te peço que esse ano seja diferente, por favor libera!! — Imploro pra ele como se eufosse uma criança.

Depois de muito muito (e MUITO) esforço, eu minha mãe e meu irmão convencemos meu pai. Ele começou a checar os motivos pelos quais não me deixa sair para esses tipos de lugares, mas são sempre motivos do tipo: você é uma princesinha, você não pode frequentar tal lugar e blá blá blá.

Obviamente eu não sou de frequentar qualquer lugar, mas eu estava querendo fazer algo de diferente nessa virada de ano, a falta que eu sentia no Leonardo gritava mais alto e eu precisava aproveitar esse momento ao lado dele.
Fora que seria péssimo ter que passar a virada do ano ao lado de colegas de trabalho dos seus pais.


Tiago
Misericórdia Wesley, eu esqueci de como você dirige mal.
— Cala boca Tiago, da próxima vem você então no meu lugar!

Finalmente chegamos em Copacabana, já estou sentindo o cheirinho de riqueza.

Fomos primeiramente conhecer o apê da minha tia Raquel. Por mais dela ser meio distante de mim, eu me sinto confortável pra caralho ao lado dela já que ela é a única pessoa da minha família que ainda tem a vontade de manter contato comigo diariamente. O apê e todo prédio era gigantesco e bem bonito por sinal.

— Caralho, é aqui mesmo? — Wesley pergunta checando o GPS.

— Tá dizendo que sim. Que lugar bonito! — Rodrigo diz apreciando, ainda dentro do carro.

— Vamos logo com isso. — saímos do carro indo em direção a portaria do condomínio. Foi só falar que eu era sobrinho da Raquel que o porteiro já liberou nós três.

**

— Que bom que gostaram meninos! Saibam que quando quiserem podem vir pra cá, tem as férias todinhas para vocês conheceram cada pedacinho de Copacabana. — Minha tia fala toda animada.

— Valeu mesmo tia, não ia dar ficar com o meu padrasto esse ano, ele tá cada vez mais insuportável.

— Eu imagino querido, eu imagino... — Ela passa a mão pelas minhas costas. — Falando nisso, preciso conversar com você sobre esse assunto depois da festa, ok?

— Eu ligo pra você quando chegar em casa e conversamos então.

— Não seu bobo! — Ela ri — Não admito que vocês vão pra casa, ainda mais de madrugada. Podem passar essa noite aqui, fiquem tranquilos que já deixei roupas e objetos de higiene tudo prontinho antes de vocês chegarem. Agora vamos aproveitar a festa, minhas amigas devem estar chegando logo logo também!

A minha tia era assim mesmo, acho que ela é a única rica legal que eu conheço.

Eu Rodrigo e Wesley ficamos na sacada admirando aquela vista foda pra caralho enquanto as amigas da minha tia não chegavam. Aquele mar tranquilo, cheirinho de várias comidas diferentes sendo preparadas e muita, muita gente.

Até que não foi tão ruim de ter vindo pra Copacabana.

 A dama e o vagabundoOnde histórias criam vida. Descubra agora