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Tiago
Depois do ocorrido de ontem, eu voltei pra casa o mais cedo que eu podia. A tia Raquel estava desesperada atrás de mim me ligando mas eu deixei no silencioso, a galera da lavação queria alguma explicação por eu ter saído no meio do expediente e até o Wesley e o Rodrigo estavam atrás de mim.
Eu simplesmente ignorei tudo e todos e fui para o meu quarto dormir.

— Tiago? Está acordado? — minha tia entra no quarto.

— Hum, oi? Aham... — respondo sem abrir os olhos.

Definitivamente eu não estava 100% acordado.

— Precisamos conversar Tiago.

Sinto ela se sentar sobre a minha cama. Eu já sabia o que ela queria, explicações de ontem.

— Você sumiu ontem. Eu quero explicações, onde você tava?

Resolvo me levantar e me espreguiçar, logo depois começo a me explicar.

— Tia, a lavação fica ao lado do condomínio de uma... Amiga minha, sei lá, conhecida.

— Prossiga.

— Eu vi um fuzuê acontecendo em frente ao condomínio dela, a mãe dela estava passando mal.

— Hum.

— Eu fui ver o que estava acontecendo, eu caguei para o meu trampo. Eu só queria saber o que tava rolando. Depois eu fiquei com ela até mais tarde para dar suporte.

— Suporte ou outra coisa? — ela levanta uma das sobrancelhas fazendo aquela cara de desconfiada me fazendo rir.

— Para né tia? É só suporte mesmo!

— Sei... Mas quem é essa sua amiga/conhecida? Eu conheço?

— Provavelmente sim, a família dela é bem famosa, família Bail...

— Família Bailey? — ela me corta desesperadamente.

— Sim tia, ela é filha do Ricardo Bailey a senhora deve de conhecer.

— Não, eu não conheço não...

Minha tia tinha ficado um pouco assustada, eu senti ela querendo mentir pra mim afinal de contas é meio impossível não conhecer a família da Gabi morando aqui em Copacabana, mas eu deixei isso passar.
Afinal de contas ela não ia confessar estar mentindo.

— Bom... É... Agora que você já me explicou, você precisa conversar com o seu chefe, e também com os seus amigos. Eles falaram que precisavam falar sério com você.

— Meu Deus quanta coisa. — falo me deitando novamente na cama, mas logo fui puxado pela minha tia e não pude mais deitar. Vida cruel.

**

Tinha acabado de sair da lavação, eu não recebi mais do que uma bronca "padrão", do tipo "você não pode sair sem avisar no meio do expediente" E blá blá blá.

Sinto meu celular vibrando no bolso e vejo quem é que está ligando.

Rodrigo.

Resolvo atender.

Meu caralho ainda bem que tu atendeu, a gente tava desesperado atrás de você achei que você tinha morrido.

Escuto o Wesley reinando no fundo da ligação.

Meu Deus, tô aqui já atendi. O que tá acontecendo?

— Seu padrasto irmão...

— Ah não... O que ele fez?

Tá devendo um dinheiro fudido pra uns chefes do morro. Ele vai ter que sair da casa de vocês ou melhor, da sua antiga casa e vender algumas coisas pra conseguir essa grana, se não seu padrasto é um homem morto.

— Puta que pariu. CARA ESSE CARA SÓ FAZ MERDA! — grito.

Calma cara, a gente tá investigando com o pessoal daqui, seu padrasto por enquanto vai estar morando no Complexo do Alemão.

COMPLEXO DO ALEMÃO? — Grito desesperado.

É isso cara. Seu Luís sabe se virar, de bobo ele não tem nada e é isso, vai ficar tudo bem.

É o jeito né? Mas valeu por avisar, papo reto mesmo.

E como estão as coisas por aí?

Ah tudo de boa, eu tô até gostando daqui...

Quem diria em? Mas fico muito feliz por você irmão de verdade.

Valeu mesmo, Rô... AAA quase esqueci... Sábado você e o Wesley tem compromisso aqui as 18 beleza?

Ixi, temos o que?

Aniversário do irmão da patricinha mimada.

KKKKKKKKKKKKKKKKK!!!! — Escuto o Rodrigo e o Wesley rirem.

Então você tá investindo nela mesmo?

— Sai fora. É só uma festa.

— Sei... Tudo bem, a gente topa sim, tamo com um pouquinho de saudade de você já.

— A sim, eu tô ligado... Enfim galera, eu preciso desligar, obrigado por me avisarem tá? Se cuidem.

— Valeu maninho, tamo junto!

Desligo a ligação.

Enfim, tudo resolvido.

Ou quase tudo.

Meu padrasto tá a beira da morte indo morar no complexo do alemão, mas tudo certo.

Gabi
— Oi pai! Que bom que você atendeu.

— Oi filha, como você tá?

— Preocupada com a minha mãe. Como ela está?

— Ela já está acordada filha, mas os médicos não sabem muito a certo do que realmente aconteceu. Os seguranças estão cuidando de você e do Léo?

— Nossa... Não pai, tá tudo bem sim.

— Está previsto que quinta sua mãe ganha alta. Enquanto isso o papai vai ficando aqui ok?

— Tudo bem papai, se cuidem tá bom? Manda um beijo pra mamis.

Um tempo depois desliguei. E o Léo entra no quarto.

— Falou com o papai?

— Falei... Não sabem bem o que a mamãe teve ainda.

— Que mal... — se senta sobre a minha cama. — Mas vai ficar tudo bem mana. — sorri.

— É, vai sim... — sorrio fraco.

— Eu tô zero ânimo de treinar hoje. O que você acha da gente comprar as coisas pra sábado? Aproveita e chama a Camila. — sorrio malicioso.

— Ai como você é um aproveitador idiota!!! — rio. — Mas eu também não estou com ânimo de treinar, eu apoio sua ideia.

— Então fechou! Vou ficar esperando a madame se arrumar lá na sala, quando estiver pronta vamos buscar a Camila. — ele brinca.

— Tá bom seu pateta, agora sai! — digo empurrando ele pelas costas até a saída do meu quarto e logo em seguida fechando a porta.

 A dama e o vagabundoOnde histórias criam vida. Descubra agora