A dama e o vagabundo

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                                        Gabi

— Eu amei essa ideia de vir aqui hoje! — Luana comenta enquanto se joga na minha cama fazendo eu e a Camila rir.

— E ainda tivemos uma tarde incrível no shopping! — Diz Camila deixando as sacolas em um canto do quarto.

— Esses nossos trajes vão ser um arraso amanhã! Mal posso esperar! — Dou pulinhos de alegria.

Ficamos conversando mais um pouquinho enquanto olhávamos ideias de makes no pinterest. Um tempo depois, Camila foi para o banho, a Luana ficou trocando mensagens com alguém (que supostamente era o Wesley), e eu desci até a sala, para conversar um pouquinho com os meus pais e o meu irmão.

— Oiê! — Digo descendo as escadas e avistando todos no sofá e poltronas.

— Oi minha filha! — Meu pai tira os olhos do tablet e me cumprimenta, e minha mãe faz o mesmo.

A mesma estava fraca, e parecia outra pessoa.

Ela havia emagrecido bastante nesses últimos dias, estavam todos extremamente preocupados, mas ela cismava que estava tudo bem.

— E como anda o tratamento? — Léo pergunta. Mesmo sabendo que eles não iam entrar em grandes detalhes.

— Está... Estável! — Minha mãe sorri fraco. — Não há nada grandioso que pudéssemos fazer a não ser esperar. — Uma lágrima se escorre pelo rosto dela, fazendo meu coração partir.

Vejo que meu pai também avista a essa lágrima, mas finge não perceber, e volta a ser tomado pelo tablet.

— Independente do que acontecer... — Meu irmão começa a dizer, olhando a um ponto fixo qualquer na sala.

— Não vai acontecer nada! — Minha mãe a interrompe. — Nada que vocês precisam ficar arrasados. Mamãe está bem! — Ela sorri fraco novamente.

Eu e meu irmão nos encaramos e soltamos um suspiro profundo.

Sem mais sem menos, vejo a Camila no andar de cima, descendo um à dois degraus e fazendo sinal para eu olhar para ela, que estava com a minha toalha enrolada no cabelo.

Franzo a testa e faço sinais pedindo o que é, e ela apenas aponta para o meu celular que está na mão dela, pedindo para que eu subisse.

— Eu... Preciso ir. — Limpo algumas lágrimas que deixei escorrer, e saio correndo da sala indo em direção ao meu quarto.

Luana e Camila se entreolham e pedem em conjunto.

— Está tudo bem?

— É o câncer. — Digo direta.

Elas se entreolham novamente, mas agora era um olhar de pena.

— Olha... — Luana entrega meu celular para mim, que borbulhava de notificações.

— Tiago te mandou algumas mensagens. — Camila avisa, e eu automaticamente abro suas mensagens.

"oi princesa, tá ocupada?"
"topa dar uma saída comigo agora? coisa rápida prometo!"
"e prometo que te deixo sã em salva depois!"

Solto um sorriso em meio as lágrimas de antes.

— Humm! Deu uma animadinha? — Luana pergunta e Camila ri.

— Sim. Vou me encontrar com o Tiago agora.

— Eita que o negócio tá ficando sério! — Camila solta e eu a ignoro.

Calço meus chinelos e desço apenas alguns degraus para observar se a minha família estava na sala ainda, e por minha sorte, não estava.

"estou descendo agora! te encontro na frente da lavação.