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Gabi

Nossa amiga então vocês agora estão ficando?

Eu, Camila e Luana estávamos na casa da Cami fazendo uma tarde das garotas enquanto os pais dela viajavam a trabalho. Estávamos na sala com pipoca e diversos doces, eu tava contando sobre o ocorrido ontem. No começo fiquei um pouco apreensiva ao contar já que a Lu também tinha ficado com o Tiago, mas depois ela soltou que o beijo dos dois tinha mais gosto do álcool do que de desejo.

Nunca eu queria imaginar a cena dos dois se beijando.

— Eu não sei exatamente, por parte dele eu acho que sim. — Respondo Camila.

— Ah mas é bom vocês saírem e se conhecerem melhor, e que bom que ele respeita você, talvez se fosse outro garoto iria apenas pensar em te comer do que pensar em te dar espaço e tempo.

— Ai que horror Luana! — Falo franzindo as testas.

— Ela tem razão Gabi. — Camila a defende. — É você que não sabe porque não fica com ninguém.

— Valeu muito obrigada por lembrar que eu sou encalhada.

— Aí Gabriella! — Luana empurra minha cabeça de leve e eu rio com aquilo e com o meu comentário.

— Mas é verdade! A maioria dos homens não respeitam nem a mãe em casa, quem dirá uma namorada. — Camila pontua pondo uma mãozada de pipocas em sua boca.

Eu e Luana concordamos e ficamos ali por mais umas duas horas rindo e conversando.

Tiago

Estava trabalhando na lavação de carros, hoje o movimento estava até que fraco o que fez eu organizar as minhas coisas pra até poder sair mais cedo.

Um rosto conhecido dentro de um carro grande e lindo pra caramba chama minha atenção, era da mãe da Gabriella.

"Ué que estranho que não mandou um empregado vir trazer pra lavar!"

Rio com meus próprios pensamentos e decido atender, voltando ao meu serviço.

Negocio com ela, a mesma estava pálida e fraca.

— Tem certeza que não quer sentar pra tomar uma água? — A pergunto.

— Não. — ela sorri forçada. — Está tudo bem.

A Mônica me conhecia de longe. Ela ia algumas vezes no condomínio da mãe dela que era o mesmo que eu e minha tia morávamos, e com certeza lembra do ocorrido quando a Gabi tinha supostamente "sumido" mas no fim ela estava comigo dando uma volta.

Eu suspeito dela até gostar de mim, ela parece uma querida diferente do pai da Gabi, desse eu não consigo nem chegar perto.

A aparência da Mônica só piorava, o que fez a mesma ter um desmaio.

Fico meio nervoso na hora não sabendo o que fazer, seguro ela com cuidado e chamo ajuda ao meu chefe e outras pessoas que estavam trabalhando e decidiram parar para ajudá-la.

— Que que eu faço... Que que eu faço... — ando de um lado para o outro. — Ligar pra Gabriella né seu otário? — falo a mim mesmo.

Pego meu celular e ligo pra Gabi, ela me atende em poucos minutos e enquanto isso eu esperava nervoso.

— Alô? — ela atende com aquela voz linda e angelical.

— Oi Gabi. — falo meio seco, tentando buscar as mais palavras certas pra dizer o que tinha acontecido com a sua mãe.

— Tá tudo bem Tiago? — pergunta parecendo estar nervosa.

— Não muito. Olha não se assusta, mas a sua mãe passou mal, teve um desmaio aqui na lavação. — digo direto.

— O que? — o tom de voz dela se aumenta. — Lavação ali do lado?

— Isso. Não sei se você tá em casa, mas vem logo pra cá por favor.

— Eu tô indo pra aí agora! — ela desliga a ligação rapidamente.

Gabi

Eu estava nervosa.

Era a segunda vez que a minha mãe desmaiava, e agora eu tinha perdido as contas de quantas vezes que eu só via a passando mal mesmo.

Saio desesperada da casa da Camila, a minha cabeça tava tão longe que nem um uber eu peguei, fui correndo o máximo que eu conseguia e no caminho, liguei para avisar o Léo. Também tentei ligar para o meu pai, mas nem chamando chamava.

Com certeza ele tinha desligado o celular e estava enfiado no escritório.

Chego na lavação do lado de casa, vejo ambulâncias estacionados e enfermeiros examinando a minha mãe, enquanto isso o Tiago estava andando de um lado para o outro, quase mais nervoso que eu.

— Oi Tiago... — chego perto do mesmo apreensiva.

— Oi...

Sem mais sem menos, nós nos aproximamos na mesma hora nos abraçando e começo a chora no ombro dele. Não sei o que deu em mim.

— Ei, calma. — ele para o abraço para me analisar. — Vão cuidar dela, tenho certeza.

 A dama e o vagabundoOnde histórias criam vida. Descubra agora