Eu, você e Jesus (ROMANCE CRISTÃO)

é só um beijo?

Pov Vanessa:

Fazia um tempo que eu não falava em línguas e era tomada pelo Espírito Santo!
Me dá uma paz tremenda quando acontece, por isso sentia falta.
Parece que o culto já começou.. Eu me levanto silenciosamente e me sento ao lado do Pietro. Ele está tão focado que nem percebe que já estou aqui.
Eu passo levemente minha mão em seu cabelo e lhe entrego o meu melhor sorriso, que não chega nem perto do seu... mas serve.
— O que você estava falando?
— Ham?
—  Na oração, você começou a dizer coisas... parecia até outra língua.
— É outra língua. É a língua dos céus, Deus batiza com esse dom... Eu não tenho ideia do que eu falei.
— E o que você sente?
— Eu sinto paz.. É realmente muito bom.
— Quando você começou a falar?
— Com 15 anos... por que esse interesse todo?
— Queria sentir essa sensação também.
— E você vai! Não tenha pressa, uma coisa de cada vez. Vai pedindo para Deus esse dom em suas orações.
— Vou fazer isso!
Meu pai está me ligando..
— Pai!! Alô?
— Vanessa, vocês já estão vindo?
— Não, estamos no culto dos jovens.
— Mas hoje não tem culto..
—  Pai, ainda estou na casa dos pais do Pietro.
— E que horas vocês pensam que vão vir pra casa? Já tá tarde, é perigoso pegar estrada a essa hora. Pode vir agora!
— Mass...
— É sério, Vanessa! Achei que a gente tinha conversado sobre isso.
— Tudo bem! Vou falar com ele..
— Pode deixar que eu mesmo falo, passa o telefone.
— Pai, por favor! Agora não, estamos na igreja.
— Tá! Mas eu vou falar com ele quando vocês chegarem. Beijos, que Jesus esteja com vocês.
—  Amém! Tchau.

Temos que ir agora! Meu pai deve estar bravo, eu prometi que chegaria até ás 22 horas.

— Pietro! Temos que ir agora.
— O que ? Por que?
— Pietro, já é 21:30!
— E o que tem?
— O que tem é que o Senhor Cristian está uma fera!

Vejo os olhos do Pietro se
arregalarem.
— Caramba!

Ele pega a minha mão e me leva de arrastos para fora da igreja.

— Vamos ter que correr!

Ele me puxa e corremos o percurso INTEIRO, até chegar na casa de sua mãe.
— MÃE! O PORTÃO. Não acredito que ela trancou a gente pra fora.
— Ela deve ter esquecido.
Então vejo o Endrick vindo correndo com as chaves na mão.
— Papai papai! Eu estou com as chaves.. qual dessas seria a do portão?
— A vermelha, a vermelha!
O endrick descadeia o portão e o Pietro já pega o menino e o coloca no carro.
— Não precisa dessa pressa, já iremos chegar tarde.
— Vem, vamos dar tchau para a minha mãe.
Ele pega em minha mão e entramos na casa.
— Tchau,mãe!
— Vocês já vão?
— Sim, outro dia eu venho.
Ela chora e abraça o Pietro com força.
— Não precisa disso mãe, eu já disse que vou voltar.
— Tá bom!
Ela solta o Pietro e me torna a sua nova vítima.
— Oh, querida! Gostei tanto que você veio.
— Amei conhecer você.
Ela me solta e eu recupero o ar.
— Cadê o pai?
— Ele já tá dormindo.
— Ah, fala que a gente deu um tchau pra ele.
— tá bom filho! Não está esquecendo de nada? Pegou tudo? E onde está o Endrick?
— O Endrick já tá está no carro junto com as minhas coisas. Não se preocupe mãe!

Ele beija a testa de sua mãe e saímos em direção ao carro.

— Como você é carinhoso.

Ele abre a porta do carro para mim.

— Madame?

De imediato eu solto uma risada.
Ele dá a volta no carro e senta em seu lugar.
Depois de um tempo na estrada, eu acabo pegando no sono e acordo em minha cama.

— Pietro?
— Oi, linda! Vou dormir aqui hoje..
— Meu pai deixou?
— Sim, depois de me esculachar por ter chegado tarde.
Eu o puxo para a cama.
— Nananinão, seu pai disse pra eu dormir lá em baixo.
— Ah!
— Sim... e mudando de assunto, amanhã tem curso Bíblico... você vai comigo?
— Amanhã? Mas amanhã é domingo.
— Seu pai me disse que domingo a tarde tem o curso.
— Domingo a tarde a igreja tá fechada.
— Que foi? Seu pai tá tentando me sabotar?

Eu solto uma risada genuína.

— Lógico que não! Ele só deve tá confuso.
— Ele é o pastor, ele deve saber os horários... deve ter mudado pra domingo e você nem tá sabendo.
— Pode ser! O que você quer fazer?
— Eu tava pensando em dormir, já que são 1:30 da manhã.
— Mas eu não tô com sono.
— Problema é seu,Vanessa, eu tô.
Ele se vira para ir embora e eu puxo de novo pra cama.
— Para de tentar fugir de mim.
— Cocê vai me meter em mais uma encrenca com o seu pai.
— Ele não vai brigar...
— Com você! Comigo ele vai... tô tentando evitar, sabe? Já fui muito fora da lei por hoje.

Eu pego o rosto do Pietro nas minhas mãos e me aproximo.

— Vanessa...

Quando eu quase o beijo ele se afasta.

— Isso é tortura! A gente tinha combinado que você esperaria o pedido de namoro.
— Não, eu não concordei com isso! E você já tá enrolando demais.
Ele deita e suspira.
— Por que você não me beija de uma vez?
— Pra quem é bv, você tá sendo apressada demais.

Eu reviro os olhos.

— Eu não tenho pressa, só não vejo o sentido disso, a gente já se trata como namorados, o pedido não vai fazer diferença.
— Vanessa eu vou te beijar quando eu tiver que te beijar, agora não é o momento.
— E quando vai ser?
— Quando a gente estiver namorando, já falei.
— E quando você vai me pedir?
— Ah, Jesus.
— você tá me enrolando!
Ele ri.
— Boa noite, Vanessa.
Eu faço um biquinho pra ele.
— Boa tática mas não vai funcionar.
Ele acaricia a minha bochecha e vai embora.

Notas da Autora:
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