Capítulo 12: Tsugikuni Brothers

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Lá estava Sanemi mais uma vez, na porta da casa de Tomioka, dessa vez sentado na portaria esperando pelo rapaz que descia as escadas, correndo até ele. A polícia ainda não havia localizado seu carro e por enquanto Sanemi ainda estava a pé, tendo que andar de táxi para cima e para baixo, uma fortuna sendo gasta todos os dias para ir de sua casa até a casa de Tomioka para depois irem até a delegacia.

Giyuu finalmente chegou a recepção, encontrando Sanemi sentado ali esperando por ele. O moreno se aproximou dando um beijo curto em sua bochecha enquanto ambos se dirigiam para fora, Sanemi usando o aplicativo de telefone para chamar um carro que os levaria para sua nova missão. Claro, o porteiro do prédio não gostou muito da animação de Giyuu em beijar o rosto de Sanemi, mas o Shinazugawa pouco se importava com aquilo e Giyuu parecia não ter notado o olhar torto do velho.

O carro que Sanemi havia chamado chegou em pouco mais de três minutos, Giyuu e Sanemi entraram, como sempre, Tomioka agarrou o braço de Sanemi durante a viagem enquanto o Shinazugawa jogava conversa fora com o motorista. A viagem seguia até um bairro no centro da cidade, o destino do casal sendo um dojô bem antigo especializado em kendo.

Kibutsuji após se recuperar da dor do luto, compartilhou com a polícia a rotina de seu filho, que incluía escola e o Kendo. Rui não saia de casa, não tinha amigos e por isso não havia outros lugares que ele poderia ir, Sanemi imaginava que Nikuya havia visto Rui e o selecionado como vítima em um desses locais, enquanto Sanemi e Tomioka investigavam o dojô, Murata e Goto investigavam a escola onde Rui estudava.

Sanemi e Giyuu desceram do táxi, Sanemi pagando a corrida com lágrimas nos olhos. O dojô seguia a estética cultural japonesa antiga, portas de bambu e madeira, simples e belo. Como as casas tradicionais não possuem campainhas, Sanemi e Giyuu tomam a liberdade de entrar, pedindo licença aos donos do local. É possível ver ao fundo do gramado um grupo de crianças treinando, dois homens altos instruíam os movimentos dos mais jovens.

— Olá? Com licença... Sanemi pergunta, se aproximando do instrutor que vestia uma armadura de Kendo com uma faixa vermelha.

— Olá! Sejam bem vindos, no que posso ajudar? – O Homem pergunta com um sorriso simpático, Tomioka sente seu coração se aquecer com simpatia e simplicidade do homem.

— Eu sou Detetive da polícia, Shinazugawa Sanemi. – O Shinazugawa mostra ao homem seu distintivo. – Estamos investigando a morte de um de seus alunos, Kibutsuji Rui.

— Espera...Rui? Rui? – O Homem parece em choque, andando até o outro instrutor vestindo a mesma armadura de Kendo, dessa vez com uma faixa azul. – Irmão, ele está falando que Rui está morto.

Gêmeos.

Tomioka analisava um por um dos instrutores, ambos idênticos se fosse pela expressão. Michikatsu e Yoriichi Tsugikuni, ambos apaixonados pelo caminho da espada fundaram aquele dojô juntos ainda no começo da vida adulta, muito antes dos ataques de Nikuya começarem, ambos nunca haviam tido nenhuma vítima em meio a seus alunos, agora a preocupação crescia entre os dois irmãos. A maioria de seus alunos eram crianças de 9 a 12 anos, havia poucas crianças que passavam dessa idade.

— Rui era meu aluno, o melhor da turma. – Michikatsu dizia, ainda desacreditado com a notícia. – O pai dele sempre vinha buscá-lo na porta, todos os pais das crianças que treinam aqui vem buscar os filhos pessoalmente.

— Rui não foi morto aqui na região do Dojô, Senhor Michikatsu. – Sanemi explicou, novamente a expressão de surpresa surgiu no rosto dos gêmeos. – Rui foi morto em sua casa, achamos que o assassino possa ter escolhido Rui aqui.

— Mas isso significaria que um dos pais dos nossos alunos é um serial killer!? – Yoriichi disse levemente exaltado, tentando controlar a voz para não alarmar muito as crianças.

Memórias daquele dia - Sanemi × GiyuuOnde histórias criam vida. Descubra agora