Capítulo 18: Shabana Gyutaro

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 Giyuu acordou com o cheiro de comida vindo da cozinha, o Tomioka nem sequer havia visto a hora que adormeceu. Giyuu abriu os olhos ainda sonolentos, tateando a cama em busca de Sanemi. Foi então que Giyuu percebeu que estava sozinho, se assustando ao ver que já se passava do meio dia. Tomioka se levantou rapidamente, vestindo suas roupas e saindo do quarto em direção a cozinha, provavelmente era Sanemi quem estava fazendo o almoço e Giyuu ainda estava na cama.

O Tomioka olhou para a mulher sentada na mesa, a mãe de Sanemi e seu marido, Kyogo, cozinhando uma pequena refeição. Tomioka olhou confuso para os lados, não havia nenhum sinal de Sanemi por ali, o Shinazugawa havia saído para trabalhar e deixado Giyuu com seus pais. Assim que ambos os Shinazugawa's perceberam a presença do moreno na cozinha, se levantaram para cumprimentá-lo.

— Tomioka! Que bom que acordou. – Shizu andou até o rapaz, o guiando para se sentar na mesa. – Espero que goste de curry, é a especialidade do Kyogo.

— Ninguém faz um curry como o meu, pode perguntar ao Sanemi. – Kyogo disse colocando a panela quente de curry na mesa.

— Onde está o Sanemi? – Giyuu perguntou, enquanto Kyogo lhe servia um prato de curry.

— Bem...Sanemi nos contou o que aconteceu ontem, ele achou melhor que você ficasse em casa. – Shizu explicou, ouvindo Tomioka soltar um longo e pesado suspiro.

— Daqui a pouco ele está de volta, não se preocupe. – Kyogo disse assim que terminou de servir o prato de Giyuu, um prato que alimentava até três Tomiokas. – Meu filho é um homem forte, tenho muito orgulho disso.

Giyuu concordou, Sanemi era forte, forte até demais. Tomioka acabou almoçando na companhia do casal Shinazugawa, comendo o curry de Kyogo até a barriga doer, rindo baixinho das histórias de infância de Sanemi e seu irmãozinho Genya, tudo parecia feliz antes do assassinato de Genya. Kyogo não falava muito, mas Shizu parecia feliz em finalmente ter alguém para compartilhar todas aquelas memórias.

A mulher mais velha suspirou, gostaria de ter outras memórias felizes, porém infelizmente toda a felicidade que havia em sua família havia sido levada com Genya no dia em que o garoto morreu. Foi então que os problemas com Sanemi começaram, a falta de sono do garoto, seu comportamento que mudou drasticamente devido a insônia mortal, a primeira tentativa de suicidio até o primeiro cigarro.

— Quando o Sanemi tinha 18 anos, ele se atirou da torre do batalhão onde ele estava servindo. – Shizu disse com um certo peso em sua voz, Kyogo segurou sua mão enquanto a mais velha falava. – Ele caiu de uma altura de 28 metros, rolou o morro onde ficava a torre em uma velocidade de 30km por hora e mesmo assim, saiu vivo, com o rosto marcado por aquelas cicatrizes horríveis, mas vivo.

— Eu sinto muito... – Giyuu não sabia o que responder, estava tão chocado com a revelação de Shizu, mas não tinha coragem de abraçá-la.

— Ele quebrou quatro costelas, um braço e as duas pernas, os médicos tiveram que levá-lo pra sala de cirurgia com urgência. – Foi então que Shizu começou a chorar, um choro doloroso, cheio de culpa e remorso por não conseguir salvar o filho. – Deram quatro anestésicos, tentaram de tudo, mas o Sanemi simplesmente não adormecia...nós ouvíamos ele gritar na sala, sem poder fazer nada.

— Os médicos ainda não sabem como Sanemi permanece vivo... – Kyogo abraçou sua esposa com força, mesmo sem chorar, ainda era possível ver o brilho de uma lágrima nos olhos de Kyogo. – Juro que eu pensei que com você aqui ele finalmente tivesse dormido.

— Na verdade não...eu sempre sou o primeiro a dormir e o últimos a acordar. – Giyuu explica, vendo Shizu limpar o rosto.

— Sabemos, chegamos aqui bem cedo e ele estava acordado, fumando no sofá. – Shizu apontou para o cinzeiro na mesinha de centro, havia metade de um cigarro ainda.

Memórias daquele dia - Sanemi × GiyuuOnde histórias criam vida. Descubra agora