Memórias daquele dia - Sanemi × Giyuu

Capítulo 31: Tomioka Sanehiro

 O céu claro sem a menor nuvem de chuva, um dia perfeito para passear com a família. Tsutako dançava com a cabeça no ritmo da música, cantarolando a música da rádio junto ao irmão mais novo. Giyuu dirigia até a casa de seu avô, já fazia um tempo desde a última visita a casa do homem, nem ele e nem Tsutako queriam que Sakonji ficasse sem ver o neto, e o garoto precisava respirar um pouco de ar puro.

Tomioka Sanehiro, o jovem garotinho de 10 anos estava quase de ponta cabeça dentro do carro, entediado com o passeio. Sanehiro não gostava de ficar no carro, ele gostava de passear com sua mãe e com seu tio, mas viagens longas como aquela o deixavam tonto.

— Tio Giyuu, nós já chegamos? – Sanehiro disse com as bochechas encostadas no banco do motorista.

— Estamos quase lá. – Giyuu respondeu com um sorriso, olhando para o sobrinho através do espelho.

O garoto voltou a deitar no banco de trás, dormiria enquanto não chegavam à fazenda de seu bisavô. Sanehiro...o garoto sabia que seu nome era uma homenagem a um policial muito importante, Shinazugawa Sanemi, um herói, foi por isso que sua mãe lhe deu esse nome. Tio Giyuu era alguém que conheceu Sanemi pessoalmente, mas não falava muito dele.

A viagem que parecia durar horas finalmente terminou, Tsutako acordou seu filho adormecido no banco de trás. Sanehiro acordou animado, nem se lembrava da última vez que viu seu bisavô. O garoto se levantou, correndo em direção a casa do avô, a criança atropelou Sabito no meio do caminho enquanto gritava, entrando na casa e indo direto para o velho senhor no sofá.

— VOVÔ UROKODAKI! – Senehiro gritou, pulando nos braços do bisavô.

— Hiro. – Urokodaki disse com a voz baixa e rouca, o homem já estava com uma idade muito avançada, passava a maior parte do tempo sentado no sofá assistindo televisão e sob os cuidados de Sabito.

— Como você está, vovô? – Sanehiro perguntou, ainda abraçando Sakonji com força. – Senti saudades.

— Também senti sua falta, você cresceu bastante. – Urokodaki acariciou as curtas madeixas negras do bisneto, entrelaçando os dedos enrugados nos fios negros do garoto.

Sanehiro sentiu algo bater em sua cabeça, uma dor leve, porém incomoda. O garoto levantou a cabeça para ver quem havia dado um peteleco em sua cabeça, encontrando o homem de olhos lilases e cabelos da cor de pêssego.

— Oi pra você também, Hiro. – Sabito sorri, rindo da careta irritada do garoto.

— Ah! Você eu vejo toda semana, Baka! – Sanehiro mostrou a língua para o homem, Sabito costumava ir para a cidade quase todos os dias, sempre na casa de seu Tio Giyuu, Sanehiro acabava vendo o mais velho quase todos os dias.

Sanehiro ficou horas conversando com o bisavô, sua mãe foi para cozinha preparar algo para eles comerem enquanto Hiro enchia Urokodaki com todas as coisas que ele fazia na cidade. Sakonji ouvia tudo com atenção, tentando ao máximo não dormir enquanto o bisneto tagarelava sem parar sobre a escola, seus amigos ou qualquer coisa que o pequeno Tomioka achasse importante.

O jovem Tomioka finalmente se calou depois que percebeu que seu bisavô havia dormido, provavelmente cansado pela idade e por ouvir seu netinho falando sem parar. Sanehiro deu um beijo no rosto de Sakonji, correndo para os quartos. Sanehiro viu uma das portas entre abertar, flagrando seu tio ajoelhado na cama com o rosto sobre ela.

— Tio Giyuu? – Sanehiro se aproximou, podia jurar que ouviu seu tio chorando. – Você está bem?

— Hiro? – Giyuu se virou na direção do sobrinho, secando as lágrimas rapidamente. – Está tudo bem, não se preocupe.