Capítulo 13: Douma

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 Tomioka se mantinha em silêncio ao lado de Sanemi no táxi, o Shinazugawa também não parecia estar muito falante naquela manhã, afinal...quem estaria feliz bem no dia em que o irmão mais novo foi brutalmente assassinado. A morte de Genya completava mais um ano, como de costume, Sanemi levava flores ao templo onde Genya havia sido enterrado. Um buquê de tulipas roxas, da mesma cor que os olhos de Genya e Sanemi, as favoritas do mais novo.

O templo onde o corpo de Genya estava era gigantesco, apelidado de paraíso, um lugar conhecido por sua beleza e paisagem. A entrada se estendia por uma grande escadaria coberta por ipês amarelos, um grande portal de madeira com duas enormes árvores de glicínia chovendo pétalas roxas pelo chão. Tomioka olhava para o lugar encantado, carregando consigo alguns incensos enquanto subiam as escadarias rumo à entrada.

Ambos chegaram após dois minutos até a entrada, Sanemi rangeu os dentes ao avistar de longe o homem de cabelos loiros e olhos mesclados, como sempre atormentando uma jovem moça que parecia estar um pouco abalada. Douma segurava a cintura da garota enquanto ela chorava baixinho, talvez tivesse acabado de perder um ente querido, sendo consolada pelo homem.

— Lamento por isso, Querida... – Douma dizia enquanto acariciava a cabeça da Jovem moça, o olhar lascivo em sua bunda.

— Eu não entendo porque isso tinha que acontecer com ele...ele era tão novo... – A jovem chorava, havia acabado de perder o namorado em um acidente de moto.

— Sinto muito, se eu puder fazer algo para lhe ajudar. – Douma pouco a pouco atraia a garota, quase a guiando para junto dele. – Venha, vamos tomar um copo de água para você se acalmar.

Antes que Douma conseguisse levar a garota para dentro de uma das salas do templo, Sanemi apareceu, a feição do Shinazugawa causava um arrepio enorme em qualquer um que olhasse. Douma parou imediatamente ao ver o Detetive o encarando, sabia que se continuasse a dar mais um único passo, Sanemi não teria problemas em segui-lo e espancá-lo até seus dedos doerem, visto que a última vez que se encontraram na delegacia foram precisos três homens para segurá-lo.

— Acho melhor ela voltar pra casa, é importante dar a ela um tempo para viver o luto. – Sanemi disse, seu olhar assassino direcionado ao homem alto que rapidamente se afastou.

A garota não respondeu, mas parecia aliviada enquanto partia, descendo as escadarias do templo com pressa em meio as finas lágrimas. Douma soltou um grande suspiro decepcionado, havia perdido uma grande oportunidade graças a visita do Detetive.

— Detetive Shinazugawa! Como estas meus amigos? – Douma abriu um grande e falso sorriso, andando em direção a Sanemi, olhando para as tulipas em suas mãos. – Veio visitar Genya?

— Não fale de Genya como se fossem conhecidos. – Sanemi rosnou, revirando os olhos. Odiava a falsa simpatia que Douma tinha por todos que entravam ali, sempre coberto de sorrisos falsos e frases prontas sem nenhum sentimento.

— Sinto muito. – Douma disse novamente com falsa simpatia, olhando dessa vez para Tomioka que se encolheu ao perceber a aproximação do homem. – E você meu rapaz? Quem veio visitar?

— Eu...– Tomioka tremeu, o homem estava perto demais, aquilo era estranho e ele não gostava da sensação de ter um homem que não fosse Sanemi chegando tão perto dele, ainda mais quando este olhava diretamente em seu olho.

— Se me permite dizer, seu olho é magnífico! – Douma tocou o rosto de Giyuu, admirado com a beleza do rapaz. – Nunca vi um azul tão intenso quanto...

Um arrepio enorme correu pelo corpo do outro, a sensação do medo o impedia de virar para trás e ver o que acontecia. Sentia o olhar mortal de Sanemi correndo por sua nuca, queimando-o como um dragão furioso. Tomioka aproveitou a distração para correr e se agarrar a Sanemi como um bebê, estava seguro enquanto estivesse com Sanemi.

Memórias daquele dia - Sanemi × GiyuuOnde histórias criam vida. Descubra agora