Capítulo 17: Gyokko

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 Sanemi acendeu seu quinto cigarro da noite, olhando para o painel em sua parede, havia re-alocado algumas coisas em sua parede de pistas para encontrar Nikuya, tentando fazer novas ligações entre as vítimas e os suspeitos do caso. Eram diversos padrões diferentes, algumas crianças nem sequer se conheciam, não frequentava os mesmos lugares, a distância em que os corpos eram encontrados era longa demais. Sanemi precisava de mais, de um pouco mais de tempo para conseguir pensar.

O Shinazugawa soltou toda a fumaça presa em seu pulmão, precisava limpar um pouco de seus olhos com a beleza encantadora de Giyuu. Olhar para todas aquelas provas e imagens sangrentas o deixava tonto, mesmo que tentasse Sanemi não conseguiria dormir, então o detetive se deitou ao lado de Tomioka, acariciando seu rosto com delicadeza. Sanemi beijou a testa de Giyuu, o Tomioka estava sem o tapa olho quando Sanemi o tocou, ouvindo um gemido dolorido de Giyuu e sendo agarrado como um bicho de pelúcia pelo rapaz.

Sanemi se perguntava como alguém poderia fazer mal a alguém como Giyuu, ele acariciou o rosto de Tomioka, rindo de si mesmo e da forma apaixonada que ele olhava para o rapaz. Apenas um louco seria capaz de machucar almas tão puras, inocentes sem ideia da maldade do mundo.

Um serial killer...Sanemi pensava; um serial killer seria capaz de entender a mente de outro, alguém tão sádico e louco quanto Nikuya. Sanemi conhecia a pessoa perfeita para isso, preso a anos devido aos seus crimes.

Managi, conhecido como Gyokko. O serial killer das docas, em seus tempos de atividade, Gyokko matou cerca de 15 pessoas, afogadas até a morte e depois as esquartejava, escondendo partes de seus corpos em vasos de cerâmica. Gyokko foi preso a alguns anos depois de Sanemi se tornar policial, o detetive sabia como conseguir uma conversa com Gyokko, o Shinazugawa conhecia um dos carcereiros. Tudo que precisava era mandar uma mensagem a Kyogai, e rapidamente conseguiu uma entrevista com Managi.

A pior parte era convencer Giyuu a ficar com seus pais ao invés de ir para a penitenciária com ele, Tomioka exalava a energia de uma vítima perfeita e depois do que Douma fez, Sanemi achou melhor manter Giyuu longe de criminosos, sejam eles assediadores ou assassinos em série.

— Cuida dele pra mim, Goto, por favor. – Sanemi pede, depois de colocar Giyuu sentado em uma cadeira emburrado.

— Seu namorado está seguro comigo. – Goto disse dando um joinha para o detetive que riu, saindo da sala da perícia.

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Sanemi entrou na sala, Managi estava algemado na mesa, o homem alto olhou para Sanemi com um sorriso de canto. Managi era branco feito um papel, com o corpo e o rosto coberto de tatuagens coloridas, o cabelo pintado de roxo presos em uma trança nagô. O assassino observou atentamente o detetive se sentar em frente a ele, do outro lado da mesa.

— Grande detetive Shinazugawa Sanemi. – Managi disse sorrindo, um sorriso estranho, um misto de deboche e verdadeira alegria em ver o policial. – Você é famoso, sabia? O Detetive que vai prender Nikuya, o pessoal só fala de você.

— Fico lisongeado. – Sanemi riu, tinha uma certa noção de sua fama, sabia que seu nome estava presente nos jornais a cada novo assassinato, porém Sanemi evitava as redes sociais e os possíveis comentarios negativos.

— Diga-me, detetive, no que posso lhe ser útil? – Managi cruzou as pernas, se aconchegando na cadeira de maneira despretensiosa.

— Preciso que me ajude a entender mais como a mente de Nikuya funciona. – O Shinazugawa colocou algumas fotos dos corpos das crianças mortas na mesa, o assassino as olhou com admiração e um certo desejo. – Por que ele faz isso?

Memórias daquele dia - Sanemi × GiyuuOnde histórias criam vida. Descubra agora