Capítulo 6: Kanroji Mitsuri

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  Sanemi mais uma vez estava parado em frente ao portão do prédio de Giyuu, esperando o Tomioka terminar de se arrumar. Era sempre assim, Tomioka demorava uma eternidade para se arrumar, deixando o Shinazugawa plantado durante longos minutos até que a ilustre presença de Giyuu aparecesse com a mesma roupa de sempre, era como se Tomioka não a trocasse de nenhuma forma.

— Porra! Finalmente, va- ... – Sanemi olhou para o rapaz de cima a baixo, Giyuu estava vermelho como um tomate, usando shorts padronizados verde e amarelo e aquele mesmo moletom que não saia de seu corpo. – Você tá de pijama?

— Minha mãe me mandou chamar você pra tomar café...pra compensar o último dia. – Tomioka disse timidamente, mexendo os dedos dentro do bolso do moletom.

Sanemi pareceu pensar um pouco, ainda tinham que ir até a casa da babá de Senjuro para ouvirem o depoimento da garota. O Shinazugawa deu por fim em seus pensamentos quando ouviu seu estômago roncar, ele ainda não havia jantado e como sempre não conseguia dormir durante a noite, talvez fosse uma boa ideia aceitar o convite de Tomioka.

— Tudo bem. – O Detetive bufou, seguindo Giyuu para dentro do prédio.

O prédio de Tomioka era bem simples, bonito e moderno. Giyuu morava no oitavo andar, eles possuíam um elevador, mas é claro que Tomioka arrastou o detetive escada acima, os fazendo demorar uns bons 10 minutos até chegarem no nono andar do prédio. Sanemi entrou junto a Giyuu em seu apartamento, vendo a irmã de Tomioka e seus pais sentados na mesa à espera dos dois, aquilo fez o rosto de Sanemi corar um pouco.

— Então você é o grande Detetive Shinazugawa? – O pai de Tomioka se levantou, indo até Sanemi para cumprimentá-lo. – É um prazer finalmente conhecê-lo.

— O prazer é todo meu, Senhor Tomioka. – Sanemi apertou a mão do mais velho, sorrindo gentilmente.

— Venha querido, sente-se. – A Mãe de Giyuu o chamou, puxando uma cadeira para ele.

O Shinazugawa se sentou onde a mulher mais velha havia indicado, fazia um tempo desde a última vez que ele viu seus pais, aquilo lhe dava uma sensação boa. Os pais de Tomioka eram pessoas gentis e educadas, lhe fizeram perguntas sobre seu trabalho e sobre como o filho estava reagindo a tudo, Sanemi não contou a eles sobre a crise de Giyuu, mas não escondeu sua preocupação, foi a primeira vez que os pais de Tomioka viram alguém falar sobre seu filho daquela forma.

Não havia sentimento de pena, como se Giyuu fosse eternamente aquela criança cujo olho foi arrancado. Sanemi se preocupava, mas tratava Giyuu como o adulto que era, queria protegê-lo, mas respeitava suas manias e limites. O Shinazugawa com certeza já possuía a aprovação dos pais de Tomioka, e conquistar a confiança dos Tomioka não era tarefa fácil.

Sanemi e Giyuu agora se despediam dos mais velhos na porta, a mãe de Tomioka havia separado alguns onigiri para eles levarem, Sanemi tentou negar, mas a mulher era insistente e no final Sanemi saiu do apartamento de Tomioka com uma pequena marmita de bolinhos de arroz. O Detetive suspirou pesadamente já dentro do carro ao lado de Giyuu, tinham que ir rapidamente até o endereço de Kanroji Mitsuri para interrogá-la.

A casa da Garota não era muito longe do bairro onde a vítima foi morta, duas quadras dali em uma bairro mais simples. Sanemi saiu do carro junto a Tomioka, já lhe oferecendo seu braço para que Giyuu se agarra-se a ele. O moreno sorriu suavemente, enquanto caminhavam em direção ao portão. Sanemi tocou a campainha, um garotinho de cabelos pretos e grandes olhos verdes saiu de dentro da casa, correndo para atender a porta.

— Oi. – O Garotinho disse olhando para os dois homens.

— Olá, é aqui onde mora Kanroji Mitsuri? – Sanemi perguntou, o garotinho balançou a cabeça positivamente. – Pode chamar ela pra mim?

Memórias daquele dia - Sanemi × GiyuuOnde histórias criam vida. Descubra agora