Capítulo 23: Murata

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 Giyuu acordou com a luz da manhã batendo em seu rosto, estava com um pouco de dor por ter dormido em um espaço tão pequeno junto de Sanemi. Tomioka percebeu que não estavam sozinhos no quarto, havia um homem de jaleco branco parado ao lado de Sanemi, ao perceber que Giyuu acordou, o homem sorriu abertamente para ele.

— Bom dia, senhor Tomioka. – O médico disse com um sorriso gentil nos lábios, ele não quis acordar Giyuu e Sanemi também não o fez. – Sabe que não pode dormir na mesma cama que paciente, não sabe?

— Desculpa. – Giyuu se encolheu na cama, ouvindo Sanemi rir dele, antes do Tomioka se levantar e se sentar na cadeira ao lado da cama.

— Sem problemas. – O Médico diz simpático, voltando a examinar Sanemi. – Você parece bem, Detetive...as enfermeiras me disseram que você tem um sono leve, sempre elas entravam aqui você acordava.

Sanemi secou a garganta, o Shinazugawa sabia que se mencionasse algo sobre sua insônia mortal o médico provavelmente tentaria algo para fazê-lo dormir, e Sanemi não queria ter que passar por outro coma forçado sem nenhum sucesso novamente. As enfermeiras que entraram em seu quarto eram todas muito simpáticas, sempre verificando sua pressão e o soro em sua veia, a maioria delas reclamavam sobre como o quarto parecia quente e abafado.

— O Veneno parece ter saído do seu corpo, por mim, você já está liberado. – O doutor disse com um sorriso, retirando os fios e agulhas presos em Sanemi. – Mas tente não fazer muito esforço, beba bastante água e evite fumar pelos próximos dias.

— Tranquilo... – Sanemi se levantou, esticando o corpo após tanto tempo deitado naquela cama.

— Boa sorte, Detetive. – O médico sorriu, saindo da sala logo após dar à alta de Sanemi.

Giyuu e Sanemi saíram do hospital, passando no supermercado para comprar algumas besteiras enquanto Sanemi dirigia em direção a seu apartamento. Giyuu entrou primeiro, colocando as sacolas em cima da mesa, Sanemi o abraçou por trás, pegando um pacote de doces. Claro que Sanemi não obedeceu as restrições médicas, sua primeira reação ao chegar em casa além de encher as bochechas de balas de gelatina foi acender um cigarro atrás do outro, enquanto ouvia os áudios dos convidados da festa de Nezuko.

Tomioka estava adormecido na cama, em seu subconsciente, Giyuu assistia as crianças brincarem ao redor de uma fogueira na praia, Genya estava praticamente deitado nas chamas. Tomioka se aproximou, Susamaru brincava junto de Yorute, ambos pularam o corpo de Genya deitado nas chamas, chamas essas que pareciam estar saindo de Senjuro. O garotinho de cabelos de fogo estava ajoelhado um pouco distante do restante das crianças, seus olhos fechados enquanto labaredas dançavam ao redor dele.

Giyuu se aproximou das chamas, elas não queimavam, mas eram quentes...um calor que incomodava, mas não chegava a causar algum tipo de dor. Pouco a pouco, Tomioka percebeu que as feridas de Genya estavam sendo curadas.

— É tão legal, não é? – Tomioka ouviu uma voz ao lado dele, ao se virar ele viu Nezuko. – Genya-san disse que desde que Senjuro-Kun foi morto ele tem focado totalmente seu espírito em cura espiritual, ele me disse que vai me ensinar a fazer isso também...

— Nezuko...? – Tomioka se abaixou até ficar da altura da garota, onde ele a abraçou com força.

Nezuko retribuiu o abraço, conseguia sentir a tristeza de Tomioka, não mentiria em dizer que também se sentia triste...aquele era o melhor dia de sua vida, seu aniversário de 9 anos, de repente...todos os seus sonhos haviam sido tirados dela, ela viu seu irmão ser ferido e lutar por ela, ela acordou em uma praia perdida e desolada. Genya a ajudou, ele não precisou influenciá-la para nada, Nezuko por si só criou um profundo rancor por Nikuya e o que ele havia feito a ela.

Memórias daquele dia - Sanemi × GiyuuOnde histórias criam vida. Descubra agora