10 (Reescrita)

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Acordo lentamente, ainda com os olhos fechados, tentando me habituar ao novo dia. O sol filtra pela janela, iluminando o quarto, e sinto o movimento ao meu lado: Robert se descobre e levanta da cama. Finjo despertar, bocejando com exagero, me espreguiçando como se tivesse acabado de sair de um sono profundo.

– Bom dia, amor! – Sorrio, tentando soar alegre.

– Bom dia. – Robert responde sem entusiasmo, já se dirigindo à mala no canto do quarto.

– Onde você vai? – Pergunto, a curiosidade me fazendo levantar um pouco, observando-o enquanto separa algumas roupas.

– Vou almoçar na cidade vizinha com um amigo. – Ele fala de forma brusca, indo em direção ao banheiro.

– Amigo? – Levanto e o sigo até a porta do banheiro. – Hum... Tudo bem, então.

Ele se vira, um olhar de desdém nos olhos.

– Não vai perguntar se pode ir junto ou quem é esse amigo? – A ironia é evidente em sua voz.

– Para quê? Já sei a resposta. Prefiro me poupar desse desgaste. – Volto para a cama, pegando meu celular, tentando ignorar a tensão no ar.

– Ótimo, melhor assim, sem suas chatices. – Ele fecha a porta do banheiro e, logo, o som da água do chuveiro se mistura ao silêncio.

Um sorriso involuntário surge em meu rosto ao imaginar que terei o dia inteiro livre de Robert. A liberdade me enche de entusiasmo, pois poderei passar tempo com Louis, longe da pressão e das inseguranças que me cercam.

Enquanto assisto Robert se trocar, vestindo um terno cinza escuro e sapatos bem lustrados, um pensamento perturbador me atravessa. Se isso tivesse acontecido há poucos dias, eu estaria me questionando, ansioso, preocupado com onde ele iria e com quem. Mas agora, a única coisa que me importa é ver Louis novamente. O carinho que ele me oferece me faz perceber como suportei a frieza e o desdém de Robert por tanto tempo. O que me resta agora é a esperança de um novo começo.

Recebo uma mensagem de Stefan, confirmando que ele levaria Robert para o almoço. Respondo que já sabia e peço para ele ficar de olho. Com o horário se aproximando, decido tomar um banho e me preparar para o piquenique.

Depois de um banho rápido, com os cabelos ainda molhados e uma toalha enrolada na cintura, busco uma roupa leve na mala. Me visto, coloco um pouco de perfume e seco meu cabelo, tentando manter os fios rebeldes longe dos olhos. Ao verificar o horário, um sorriso surge ao ouvir a buzina de Louis. Guardo meu celular no bolso e saio correndo do quarto.

– Cuidado, querido! Você pode cair! – Dona Beth me chama, preocupada ao me ver descendo as escadas em um frenesi.

– Desculpa! – Sorrio enquanto apresso o passo até a porta, e ao sair, encontro Louis estacionado em frente à varanda.

– Onde vai com tanta pressa? – Ele pergunta, sorrindo enquanto se desencosta do carro.

– Estou animado para hoje! – Digo, correndo até ele e envolvendo meus braços em seu pescoço.

– Harry, Robert pode nos ver! – Louis murmura, baixando o tom e me afastando gentilmente. – Fique atento.

– Robert está a caminho da cidade vizinha para se encontrar com um amigo. – Respondo, um sorriso travesso no rosto. – E onde vamos fazer nosso piquenique?

– Em frente ao lago. Há um lugar maravilhoso lá. – Ele diz, com um brilho nos olhos, enquanto entramos no carro.

A viagem é rápida, e em menos de cinco minutos chegamos ao lago. Louis estaciona sob a sombra de uma grande árvore.

Farm Love (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora