Meu vizinho reclamão - YG

entender.

- Aqui.. - Dou o coffee latte para a cliente que não agradece - Muito obrigada. - eu digo e a mesma sai.

Já nem ligava mais para esses clientes desagradáveis, estava tão preocupada com outras coisas que nem ligava em entregar a ignorância no mesmo pote. Me sentei, e voltei as apostilas, suspirei e olhei o relógio.

- Jin está atrasado.- falei a mim mesma, apesar de Jin e eu ficamos em 2 horas de turnos, ainda nós não éramos tão amigos. Ou eu estava muito ocupada estudando, ou ele cozinhando suas receitas, o bom é que ele sempre oferecia.

E como se eu estivesse feito um pedido, o sininho da porta tocou ao abrirem, e logo veio a mente que Jin tinha chegado. Me levantei, e arregalei os olhos.

Yoongi estava a minha frente, usando roupas despojadas, um moletom e uma calça, e a julgar pelo cheiro que estava se exalando por conta do ar condicionado, supôs que ele tomou um banho.

- O que você tá fazendo aqui? - O mesmo deu a volta no balcão.

- É bom vê-la também. - começou a colocar o avental. - Vou substituir o cozinheiro hoje.

Pisquei os olhos, mas confusa que nunca.

- Você cozinha? - Perguntei surpresa.

- Sei fazer o cardápio que ela oferece. - Respondeu sem me olhar, e foi a cozinha.

Me sentei, e virei para minha apostila de estudos, mas só agora, eu tinha me dado conta, eu iria passar 2 horas com ele.

🟤🟤🟤

Eu não me concentrava nem um pouco, minha respiração estava ofegante, minha mente não dava abertura para o livro de matemática, e eu estava a todo tempo tentando não virar para trás para vê-lo. Eu odiava isso.

Suspirei.

- Está difícil. - prendi o fôlego com o susto de sua voz, ele estava ao meu lado em pé. - Aqui é sempre assim? Ruim de fluxo.

Não, não era. Parecia que os deuses queriam me condenar.

- Talvez seja porque você esteja trazendo o azar. Aqui é sempre lotado. - Voltei a escrever, mas parei ao ouvir uma risadinha sua.

- Você está de volta. - O olhei confusa, como assim de volta? - Está me insultando.

- E eu fugi por acaso.

- não sei, parecia que sim, não a vi desde daquele dia. - Meu coração acelerou, e na minha cabeça logo veio ele se confessando. Confessando que gostava da minha chefe.

- Minha vida só está corrida demais. - respondi sem o olhar, era doloroso demais.

Ficou um silêncio de 5 minutos, até ele falar, ele estava estranhamente falante.

- Certo.

- Certo o que?

- Eu não vou tentar mais tirá-la daquele apartamento. - O olhei e ri.

- pensei que já soubesse, afinal eu que pago o aluguel.

- Você paga, mas cabia a mim deixar você ficar, e agora pode ficar tranquila, vamos selar a paz.
- Ele estendeu a mão. Por que ele estava tão estranho?

Olhei para a palma de sua mão e neguei. Eu nunca o havia tocado, e tinha medo de fazer alguma locura.

- Por que quer seu meu amigo de repente? - Nem mesmo deixei-o responder - a Cherry pediu isso?

Silêncio. E o olhei. O mesmo estava pensativo, e olhando para outro canto, me evitando.

- Não, eu escolho com quem eu quero ser amigo. - Meu coração acelerou.

- Você estão..- não pergunte. - juntos?

Outro silêncio, a ansiedade se encontrava em mim agora, meu coração doia, doia porque sabia a resposta. E me olhou, e não o evitei, talvez isso, essa dor, me fizesse cair na real, e eu pararia de pensar tanto nele.

- Você está perguntadeira hoje.. - forçou uma risada - por que quer saber tanto da minha vida amorosa, por acaso está interessada? Saiba que tem que entrar na fila.

Estou.

- Pare de falar tanta besteira. Você nem faz o meu tipo.  - Voltei a escrever, constrangida.

Não sabia se estava aliviada ou preocupada, pela resposta dele.