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Melina Bennet

A faculdade tem sido minha maior distração, estou fazendo algo que realmente gosto, então tenho o prazer de me aprofundar e mergulhar de cabeça em cada matéria. Desde mais nova sou apaixonada em signos, em teorias, na constelação, no universo e acredito fielmente nele. Lembro-me que no orfanato, as freiras traziam para mim todo domingo uma revista que no final dela continha a previsão dos signos para a semana que vinha. Ninguém nunca me ensinou a amar o universo, eu aprendi sozinha. Observando as constelações na praia à noite, lendo artigos, revistas...

Sou de valorizar muito os momentos bons que a vida me proporciona e que já me proporcionou. Por isso tenho um carinho especial por lembranças minhas no México, não sou de dividir muito elas com as pessoas, gosto de guardar apenas para mim, com muito carinho.

Acabo de me deitar na areia da praia, a que fica perto de casa. Virou meu programa predileto depois do expediente. Ainda não encontrei formas de dizer o quão bem isso me faz e nem o porquê.

Daqui a três dias é o aniversário da minha mãe. Eu sempre escrevo cartas para ela e guardo comigo, para caso um dia eu à encontre e poder entregá-las. Eu sempre fico bem mal nessa data, ainda é angustiante e sufocante não saber se ela está viva ou se quer, se esteja bem. É a única pessoa que amo e não sei se serei capaz de amar tanto alguém como amo ela.

Não sei ao menos se sou capaz de amar e nem se quero. Amor só traz problemas, só machuca, nos força a fazer coisas que não queremos apenas para agradar ao outro; vi de perto isso acontecer e acredite, não é a melhor escolha. O amor também pode machucar e atingir quem não tem muito a ver com isso, pode também prejudicar relações de amizade. Quem iria gostar disso? Eu não tive o melhor exemplo de amor dentro de casa, mas tive o da minha mãe, que levo comigo até hoje e que foi o suficiente.

Inspiro e expiro calmamente, sentindo a brisa gelada pelo corpo fazendo-me arrepiar, sentindo o cheiro das algas e peixes...

Até meu celular vibrar. Era uma mensagem de Krysten, estava preocupada e me esperando para jantar. É tão bom ficar aqui e até esqueço que preciso ir para casa. Me levanto rapidamente após ver que eram quase onze horas da noite; subo as escadinhas que dão para a orla e procuro pelo carro. As vezes quando estou indo embora, me sinto observada, sempre procuro por alguém mas nunca acho. Pode ser meio perigoso ou apenas coisa da minha cabeça... Entro rápido no carro e dou partida com ele. Como a pista está vazia, devo chegar em oito minutos.

[...]

Calebe Martine

— Calebe Martine!

Sou retirado dos meus pensamentos por uma voz grossa e um pouco mais velha. Era o professor. Levanto um braço para que ele possa me identificar no meio dos outros vários alunos.

— Bom, garoto... Você vai fazer dupla com... — Ele retira um papelzinho de um pote onde continham vários desses — Melina Bennet!

Meu coração parece acelerar mais rápido do que já estava pelo efeito do remédio que tomei mais cedo, ao ouvir o nome da garota de cabelos negros sentada apenas uma fileira abaixo da minha. Posso ver seu braço levantar, observo-o bem e suas unhas estão pintadas de vermelho, tem alguns anéis nos dedos e uma pulseira de prata com bastante estrelinhas pequenas penduradas nela. É linda.

O sinal toca e todos saem correndo para a saída.

— Depois do intervalo vamos continuar sorteando os nomes! — Nosso professor grita

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