Capítulo 11 - Sujeira

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A velha sentou-se à mesa com as duas, como se tivesse sido convidada. Angelica olhou pra ela, incomodada.

- Quem raios te chamou...? Essa velha é mó folgada, Kuldra!

- Vocês estão no meu bar. Folgada é você. - ela diz, rindo e acendendo um cigarro, enquanto tomava vodca pura.

Angelica deu umas tossidinhas depois de beber o whisky também. Fazia tempo que não bebia. Kuldra tava tomando uma cerveja... que sem graça (pra ela).

- Qual é seu nome, velha? E por que Salvatierra deixou tu abrir um bar aqui? - Ritter pergunta, curiosa.

- Katerina. E Suzana não tem que me deixar nada. - disse a velha, rindo com a voz meio rouca, parecia que fumava e bebia igual uma doida. E provavelmente era isso mesmo.

- Suzana...? - e então, a baixinha levanta a sobrancelha. - Pera, tu tá falando de Salvatierra? O nome dela é Suzana? Hahaha!

- Não deixa ela ouvir isso ou ela te mata, viu? - Katerina gargalha. - Eu estou aqui há mais tempo que aquela coisa. E eu sei bem como ela pode ser difícil de se lidar. Mas ela não vai se meter à besta comigo.

- Tá, você não é tão sem graça assim... - diz Angelica, rindo.

- Mas é claro que não, pirralhinha fofinha.

- Vá se foder, velha! - Angelica mostra o dedo, Kuldra sorri mais uma vez. Era bom ver sua dupla se mostrar mais viva de novo.

- Vocês precisam de álcool como quem precisa de oxigênio. Vocês vivem nessa nova... geração do IND. - a velha diz, suspirando. - Parece cada vez pior...

- O que quer dizer com isso, velha?

- Katerina! - e a mulher puxou o copo de whisky de Angelica, que reclamou.

- EI!

- Vou te ensinar modos na raça, hehehe!

- Tá, tá... "Katerina". - diz a outra, emburrada, e a velha russa devolve o copo, rindo da cara dela.

- Quero dizer que vi coisas horríveis nos meus tempos de luta. E vocês vão ver muito... muito mais.

- - -

Daniela estava exausta. Primeiro, pelo sono. Segundo, pelo quanto Vivien conseguia ser exigente fisicamente com os treinos. Algo digno de Salvatierra, embora agora, a menina soubesse que a outra ficaria ofendida se ouvisse ela fazendo essa comparação. Aliás, ela ainda queria saber porque Blanchard parecia não ir com a cara da líder. E se afinal, não ia, por que entrou lá?

"Ela é da famosa família Blanchard, onde todas as mulheres são Generais formadas no IND" lembrou-se de Angelica falando algo do tipo.

Então, Vivien era obrigada a estar ali, né? Ah... isso explicava porque não gostava. Mas poxa, era pra ela ficar com raiva da própria família, e não de Salvatierra, né? A General não tinha culpa disso, e...

Toc! A espada frufru (também conhecida como rapieira) de Vivien, ainda com a capa, bateu na cabeça de uma González distraída.

- Ouch! Por que fez isso?

- Porque você está viajando na maionese. Já disse pra se concentrar. - diz a francesa, impaciente, mas com a expressão ainda "macia".

- Sem dormir direito fica difícil, né?

- Você dorme feito uma pedra, Daniela. - e então, Dani encarou a outra, meio surpresa.

- Pera... tu me viu dormindo? - González pergunta, fazendo uma carinha risonha, como quem zoa com a "nariguda".

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